A série Cromañón, lançada pela Prime Video, traz aos telespectadores uma história real impactante, baseada em uma das maiores tragédias da Argentina.
A narrativa, que conta com apenas oito episódios, mergulha nas consequências emocionais deixadas pelo incêndio no clube República Cromañón, ocorrido em 2004 durante um show da banda Callejeros. Mais de 190 pessoas perderam a vida naquele dia, e a série não apenas revive o evento, mas também explora a dor e a luta de uma geração marcada pela perda e pela necessidade de justiça.
A tragédia de Cromañón: um retrato doloroso da realidade Argentina
Na série, acompanhamos a jovem Malena, vivida por Olivia Nuss, uma sobrevivente que, anos após o incêndio, retorna ao seu bairro para enfrentar os traumas e a culpa que a acompanham desde aquele dia fatídico. O roteiro, escrito por Josefina Licitra, Pablo Plotkin e Martín Vatenberg, e dirigido por Fabiana Tiscornia e Marialy Rivas, recria a atmosfera daquele 30 de dezembro de 2004.
No show lotado, a explosão de uma bengala em um ambiente fechado e inadequado para eventos pirotécnicos desencadeou um incêndio que tirou a vida de 194 pessoas e feriu mais de 1.400.
Essa tragédia não apenas impactou a vida de Malena e seus amigos, mas também provocou mudanças na legislação de segurança em espaços públicos. Ao narrar essa história, Cromañón traz à tona os traumas coletivos e a dolorosa busca por respostas.
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A luta pela superação e o peso da culpa
Quatro anos após o incêndio, a protagonista retorna ao local em busca de reconciliação com seu passado. Ela carrega consigo um sentimento intenso de “culpa do sobrevivente”, um tema que permeia a série e reflete as vivências de muitos sobreviventes reais.
Na trama, esse peso emocional é explorado de forma profunda, mostrando como a perda de amigos e familiares afetou Malena e seus amigos, especialmente Lucas (interpretado por José Giménez Zapiola) e Nicolás (Toto Rovito), que também viveram de perto o caos e a dor daquela noite.
A escolha de não suavizar o trauma e de abordar temas complexos como a culpa e a perda torna Cromañón uma obra que vai além de uma simples adaptação dramática, sendo um espaço de memória e reflexão.
Elenco e ambientação: realismo que ressalta a dor e solidariedade
A série conta com um elenco talentoso, incluindo nomes como Soledad Villamil, que interpreta Betty, a mãe de Malena, e Luis Machín, no papel de Carlos, pai de Lucas. Além de abordar os conflitos dos jovens, Cromañón destaca também a perspectiva dos pais, que enfrentam a devastadora perda de seus filhos.
A interpretação intensa dos atores, combinada com a ambientação fiel da época, transporta o espectador para o contexto de 2004, permitindo uma conexão emocional com as vítimas e sobreviventes.
A produção soube recriar o sentimento de solidariedade que emergiu naquela noite trágica, quando jovens desconhecidos se ajudaram em meio ao caos, um aspecto que ainda ressoa nas memórias de quem viveu ou ouviu sobre a tragédia.
Cromañón é uma série que vai além da reconstrução de um evento histórico; ela homenageia as vítimas e gera uma reflexão sobre as falhas de segurança e a dor que permanece viva na sociedade argentina. Para muitos, assistir à série será reviver um trauma coletivo, mas também um convite para nunca esquecer as lições deixadas por essa tragédia.
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