A série espanhola “1992”, lançada pela Netflix, chega com uma proposta intrigante: um serial killer que usa fogo como arma e deixa um bonequinho do Curro, mascote da Expo ’92, ao lado de suas vítimas.
Criada por Álex de la Iglesia e Jorge Guerricaechevarría, a produção é ambientada em Sevilha, mesclando mistério, suspense e críticas sociais. Apesar de uma premissa chamativa e um elenco talentoso, a execução deixa a desejar, entregando uma narrativa previsível e irregular.
Sinopse da série 1992 (2024)
Após a misteriosa explosão que tira a vida de seu marido, Amparo (Marian Álvarez) embarca em uma busca obsessiva por respostas. Ignorada pela polícia, ela encontra apoio em Richi (Fernando Valdivielso), um ex-policial alcoólatra e agora segurança particular. A dupla descobre que a morte de Álvaro não é um caso isolado.
Outros assassinatos ligados à Expo ’92 seguem o mesmo padrão: corpos queimados e o peculiar boneco Curro no local. À medida que investigam, Amparo e Richi desvendam segredos sombrios que conectam as vítimas a uma rede de corrupção e vingança enraizada no passado da cidade.
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Crítica de 1992, da Netflix
O grande trunfo de “1992” reside nas atuações de Marian Álvarez e Fernando Valdivielso, que sustentam a série com química genuína e atuações comprometidas. Álvarez brilha como Amparo, uma mulher feroz e determinada, enquanto Valdivielso adiciona camadas de vulnerabilidade ao torturado Richi. No entanto, nem mesmo o talento do elenco consegue compensar os problemas estruturais do roteiro.
A trama, que inicialmente promete mistério e tensão, rapidamente se torna previsível. O espectador atento provavelmente desvendará o motivo por trás dos assassinatos antes dos próprios personagens. Isso se deve à escrita pouco inspirada de Álex e Jorge, que optam por seguir caminhos óbvios e desperdiçam a potencial complexidade da história.
Além disso, “1992” sofre com inconsistências tonais que comprometem sua identidade. Momentos que deveriam ser tensos são interrompidos por diálogos e cenas que flertam com o cômico ou o absurdo. Enquanto Richi lida com seus demônios internos de forma por vezes caricata, Amparo alterna entre a dor genuína e uma investigação quase lúdica, embalando a série em uma indecisão narrativa desconfortável.
Os aspectos técnicos também oscilam. Apesar de alguns esforços para criar uma atmosfera imersiva, a direção de Álex de la Iglesia não atinge o impacto desejado. As cenas de incêndio, fundamentais para o suspense, carecem de realismo, enquanto a montagem e os enquadramentos apressados dificultam o engajamento visual.
O assassino, por sua vez, poderia ter sido um antagonista memorável, mas acaba desperdiçado em uma abordagem que não decide se o trata como uma figura aterrorizante ou uma caricatura. Ainda que a maquiagem e o figurino impressionem, sua presença parece deslocada, reforçando a falta de coesão do projeto.
Conclusão
“1992” tinha todos os ingredientes para ser um thriller marcante: uma premissa original, ambientação rica e um elenco talentoso. Contudo, tropeça em sua execução, entregando uma narrativa previsível e um tom desalinhado.
Para quem busca uma experiência de mistério instigante, há opções mais consistentes no catálogo da Netflix. Ainda assim, vale a pena assistir pela dinâmica entre Marian Álvarez e Fernando Valdivielso, que carregam a série mesmo em seus momentos mais decepcionantes.
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Onde assistir à série 1992?
Trailer de 1992 (2024)
Elenco de 1992, da Netflix
- Fernando Valdivielso
- Marian Álvarez
- Carlos Santos
- Victor Rivas
- Paz Vega
- Álex Gadea
- Gorka Lasaosa
- Jaime Ordóñez
- Marieta Sánchez
1 thought on “‘1992’ tem boa premissa, mas tropeça em sua execução”