Após uma série de revisões cinematográficas sobre monstros clássicos, a Universal Pictures segue apostando em novos retratos dos personagens que marcaram a história do cinema. Com Lobisomem (2025), dirigido por Leigh Whannell, o cineasta que já havia surpreendido com O Homem Invisível (2020), tenta modernizar o mito do homem-lobo, imergindo o público em um drama familiar envolto em uma espiral psicológica. A proposta de Whannell vem com mais sutileza, mas será que o filme consegue balancear o terror e as metáforas com a tensão esperada de um filme sobre o homem-lobo?
Sinopse de Lobisomem (2025)
O filme acompanha Blake (Christopher Abbott), um homem marcado pelo legado de seu pai severo, cujas dificuldades em lidar com o próprio passado e com sua atual família o impulsionam a retornar à casa onde cresceu, em uma remota região do Oregon. Após o falecimento do pai, Blake se vê forçado a revisitar sua infância, cheia de traumas e segredos. No entanto, a história toma um rumo macabro quando Blake é arranhando por uma criatura desconhecida e começa a sofrer uma transformação sobrenatural, perdendo gradualmente seu controle humano. Enquanto o marido e pai tenta desesperadamente reconquistar a afeição de sua esposa Charlotte (Julia Garner) e da filha Ginger (Matilda Firth), ele se vê cada vez mais preso à própria natureza animalesca.
Você também pode gostar disso:
+ ‘Aqui’ vai emocionar quem estiver disposto a assistir de coração aberto
+ ‘MMA: Meu Melhor Amigo’ é um filme afetivo com enredo de conscientização
Crítica de Lobisomem (2025)
O remake do filme de 1941 mantém o tom psicológico da obra, levando em conta a briga interna do homem e criatura em prol do bem e do mal. Porém, o novo Lobisomem de Whannell tenta desviar um pouco da rota tradicional dos filmes de monstros, apresentando uma abordagem psicológica mais refinada e focada no drama pessoal.
Em vez de uma transformação violenta e instantânea, o cineasta opta por uma evolução gradual do protagonista, explorando o medo e a perda de controle de uma forma que não é apenas física, mas também emocional e mental, levando a um certo esgotamento de paciência de quem aguarda do outro lado da tela. Essa abordagem, que promete um estudo de personagem profundo, acaba por se perder em certos momentos, alongando momentos que deveriam expressar tensão, tornando-os monótonos e até mesmo entediantes.
Blake, interpretado por Christopher Abbott, é o epicentro da trama, com seu conflito interno sendo o principal motor do filme. A relação com seu pai, que o ensinou a ser durão e a reprimir emoções, molda sua identidade e é um dos pontos mais explorados pelo roteiro. Embora Whannell tente criar um filme mais introspectivo e com camadas psicológicas, as metáforas se tornam óbvias e excessivamente explicativas.
Além disso, a relação entre Blake e Charlotte, que deveria ser um ponto chave da narrativa, soa vazia em diversos momentos, não conseguindo transmitir a complexidade emocional esperada e não trazendo a empatia necessária para o casal.
Quando o filme finalmente atinge seu ponto de terror, o ritmo se perde. Em vez de uma construção gradual e crescente de tensão, as cenas de perseguição e o horror psicológico acabam sendo superficiais. Isso ocorre em parte porque Whannell, ao tentar fugir das fórmulas tradicionais, se afasta das sequências que poderiam gerar sustos efetivos. Quando a transformação de Blake em lobisomem ocorre, ela é notável visualmente, com um ótimo trabalho de maquiagem, mas o efeito se perde dentro do escopo da narrativa, que segue sem uma construção tensa ou aterrorizante.
Conclusão
Apesar da direção consagrada no terror, Leigh Whannell (O Homem Invisível), ‘Lobisomem’ não convence como terror corporal ou tampouco como algo consagrado para o gênero específico de terror de lobisomem. A proposta é interessante e segue o padrão da transmissão via contato direto com o elemento contaminado, mas, o filme não consegue escapar de ser entediante durante a transformação do homem na criatura.
No entanto, as boas intenções de Whannell não são suficientes para fazer o filme se destacar. A trama se perde em uma análise excessiva e muitas vezes óbvia, sem conseguir balancear o drama familiar com o terror prometido. A falta de uma construção de tensão sólida e a fragilidade de seu roteiro comprometem a experiência cinematográfica. A maquiagem e alguns momentos pontuais de terror conseguem resgatar a qualidade do filme, mas, em última análise, Lobisomem falha em entregar uma obra que seja tanto assustadora quanto emocionalmente envolvente.
Siga o Flixlândia nas redes sociais
+ TikTok
+ YouTube
Onde assistir ao filme Lobisomem (2025)?
O filme está disponível para assistir nos cinemas de todo o Brasil.
Trailer de Lobisomem (2025)
Elenco do filme Lobisomem (2025)
- Julia Garner
- Christopher Abbott
- Matilda Firth
- Sam Jaeger
- Benedict Hardie
Ficha técnica de Lobisomem (2025)
- Título original: Wolf Man
- Direção: Leigh Whannell
- Roteiro: Leigh Whannell e Corbett Tuck
- Gênero: terror
- País: EUA
- Duração: 103 minutos
- Classificação: 16 anos