A temporada 3 de “Ginny e Georgia”, lançada pela Netflix, dá sequência ao turbilhão de segredos e culpas da família Miller com um tom ainda mais sombrio — e escandalosamente viciante.
Começando exatamente onde o segundo ano parou, vemos Georgia ser algemada no altar, acusada de assassinar o marido de sua rival. A partir daí, o que se desenrola é um retrato caótico e multifacetado de uma família desmoronando em público, mas tentando sobreviver no privado.
Com novos desdobramentos emocionais, dramas adolescentes mais bem desenvolvidos e uma estética que não abre mão do exagero, a série mostra que não quer ser levada muito a sério — mas também não deixa o público escapar de suas camadas mais densas.
Sinopse da temporada 3 da série Ginny e Georgia
Georgia Miller (Brianne Howey) finalmente encara as consequências do assassinato de Tom Fuller, em um julgamento que abala a cidade de Wellsbury e reverte o jogo da personagem. Com manipulações e mentiras, ela é inocentada — mas o preço emocional é alto. Ginny (Antonia Gentry), sua filha, toma decisões extremas para salvar a mãe, assumindo o papel que sempre tentou evitar.
Enquanto isso, Marcus enfrenta a depressão de forma cada vez mais evidente, Max se vê isolada do grupo de amigas, e Georgia encara a possibilidade de uma nova gravidez. Ao final, com a família abalada, o retorno de figuras sombrias do passado e segredos ainda rondando, o que parecia um recomeço pode ser apenas mais um capítulo de destruição silenciosa.
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Crítica de Ginny e Georgia (temporada 3), da Netflix
Brianne Howey continua vivendo sua personagem com uma dicotomia quase desconcertante: entre o afeto materno e os impulsos criminosos. A performance tem momentos genuinamente dramáticos, como na banheira ou no tribunal, mas às vezes se perde em um tom caricato. O exagero da interpretação combina com o estilo da série, mas nem sempre sustenta o peso dos temas abordados, como violência doméstica ou luto.
Ainda assim, Georgia permanece fascinante. Ver a personagem sendo inocentada não é exatamente uma catarse, mas uma reafirmação do quanto “Ginny e Georgia “é, no fundo, uma história sobre sobrevivência — mesmo que às custas de moral, legalidade ou sanidade.
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Ginny cresce (e se corrompe) no caos
A maior evolução da temporada está em Ginny. Ao decidir proteger a mãe, mesmo que isso signifique mentir no tribunal e chantagear pessoas, ela finalmente entende o que é ser “filha de Georgia Miller”. Sua jornada é dolorosa e cheia de contradições, mas ganha peso graças à entrega de Antonia Gentry, que entrega sua melhor atuação até agora.
A série trata a transformação de Ginny com cuidado: ela não apenas replica os erros da mãe, mas também começa a entender os porquês. Isso a torna mais madura, porém mais perigosa, num reflexo direto de como os ciclos familiares são perpetuados.
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Os jovens enfim ganham profundidade
A chegada da showrunner Sarah Glinski (de Degrassi) trouxe mais atenção para os dramas adolescentes. Marcus, afundado em depressão, ganha um arco mais sensível, culminando num internamento necessário e numa reconexão com Ginny por meio da poesia. Já Maxine, excluída do grupo de amigas e enfrentando problemas em casa, mostra um amadurecimento surpreendente ao lidar com o alcoolismo do irmão.
Esses núcleos juvenis, antes tratados de forma superficial, agora são pontos de equilíbrio emocional da temporada, trazendo um contraste realista ao exagero do enredo principal.
Os exageros ainda estão lá — e funcionam (quase sempre)
A série continua flertando com o absurdo: Georgia espionando vizinhos de tornozeleira eletrônica enfeitada, um julgamento digno de filme B, e flashbacks que beiram o melodrama. Mas é justamente essa falta de pudor que sustenta o apelo da série. Ela sabe que exagera — e não se desculpa por isso.
Mesmo nos momentos mais improváveis (como a manipulação de uma criança no tribunal), há sempre uma intenção emocional ancorando a cena. Não é realista, mas é coerente dentro da lógica do universo de “Ginny e Georgia”.
Vale a pena assistir à temporada 3 de Ginny e Georgia?
A terceira temporada de “Ginny e Georgia” é, ao mesmo tempo, a mais descontrolada e a mais estruturada da série até aqui. Com um foco mais afiado nas consequências dos atos de seus personagens, a trama ganha camadas que a afastam do simples entretenimento e a aproximam de um drama familiar com algo a dizer — ainda que o faça com doses generosas de exagero e ironia.
É verdade que nem tudo convence: algumas situações beiram o inverossímil, e os tons às vezes se atropelam. Mas o carisma dos personagens, a dinâmica entre mãe e filha e a coragem de mostrar o lado feio do amor familiar fazem desta uma temporada memorável.
Se Georgia realmente quer mudar ou se apenas encontrou novas formas de esconder seus impulsos, resta à quarta temporada nos mostrar. Por enquanto, “Ginny e Georgia” segue sendo aquilo que mais sabe ser: uma bagunça irresistível.
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Onde assistir à série Ginny e Georgia?
A série está disponível para assistir na Netflix.
Trailer de Ginny e Georgia (temporada 3)
Elenco de Ginny e Georgia, da Netflix
- Brianne Howey
- Antonia Gentry
- Diesel La Torraca
- Jennifer Robertson
- Felix Mallard
- Sara Waisglass
- Scott Porter
- Raymond Ablack
- Aaron Ashmore
- Nathan Mitchell