Confira a crítica do filme "Ninguém Escreve ao Coronel", adaptação do livro de Gabriel García Márquez de 1999 disponível na Netflix.

Foto: Netflix / Divulgação

O filme “Ninguém Escreve ao Coronel” (El coronel no tiene quien le escriba), dirigido por Arturo Ripstein e lançado em 1999, é uma adaptação do conto homônimo de Gabriel García Márquez. O longa-metragem, estrelado por Fernando Luján, que chega agora à Netflix, explora a vida de um coronel aposentado que, em um cenário de profunda pobreza e desespero, espera incessantemente por uma carta que promete a sua pensão.

Sinopse de Ninguém Escreve ao Coronel, da Netflix

A trama se desenrola em uma pequena e miserável cidade colombiana, onde o coronel aposentado (Fernando Luján) vive com sua esposa asmática (Marisa Paredes). Ele é um veterano da Guerra dos Mil Dias que aguarda há 15 anos uma pensão prometida pelo governo.

A esperança do coronel se concentra na chegada dessa carta, enquanto ele luta diariamente para sobreviver, vendendo suas posses e alimentando um galo de briga, herdado de seu falecido filho. O filme retrata a rotina sufocante e a dignidade teimosa do coronel, que se recusa a aceitar a derrota, mantendo viva a esperança em meio à miséria.

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Crítica do filme Ninguém Escreve ao Coronel (1999)

Arturo Ripstein, conhecido por seu estilo visual sombrio e narrativas profundas, traz à tela uma adaptação fiel e emocionalmente carregada da obra de García Márquez. A direção é impecável, capturando a essência da obra literária com uma sensibilidade que traduz a angústia e a perseverança do protagonista.

Fernando Luján entrega uma atuação excepcional como o coronel. Sua interpretação transmite a dignidade, o orgulho e a teimosia do personagem, fazendo o público sentir cada momento de sua espera dolorosa. Marisa Paredes também se destaca como a esposa asmática, trazendo uma dimensão de fragilidade e força silenciosa ao seu papel.

A fotografia de Guillermo Granillo é outro ponto alto do filme. As imagens melancólicas e o uso de uma paleta de cores desbotadas refletem perfeitamente o estado de espírito dos personagens e a decadência do ambiente em que vivem. Cada quadro é cuidadosamente composto para destacar a solidão e a desesperança, sem perder a beleza estética.

A narrativa de “Ninguém Escreve ao Coronel” é deliberadamente lenta, refletindo o ritmo da vida do protagonista. Esta escolha pode ser desafiadora para alguns espectadores, mas é essencial para transmitir a profundidade do desespero e da resistência do coronel. A música de David Mansfield complementa a atmosfera do filme, agregando uma emoção extra às cenas mais intensas.

Conclusão

“Ninguém Escreve ao Coronel” se destaca pela fidelidade à obra original de García Márquez e pela excelência de sua execução. Arturo Ripstein cria um retrato comovente e dolorosamente realista de um homem que se agarra à esperança em meio à adversidade extrema. As atuações brilhantes de Fernando Luján e Marisa Paredes, combinadas com a fotografia evocativa e a direção sensível, fazem deste filme uma experiência inesquecível.

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Onde assistir Ninguém Escreve ao Coronel?

O filme está disponível para assinantes da Netflix.

Trailer do filme Ninguém Escreve ao Coronel

Elenco de Ninguém Escreve ao Coronel, da Netflix

  • Fernando Luján
  • Marisa Paredes
  • Salma Hayek
  • Rafael Inclán
  • Ernesto Yáñez
  • Daniel Giménez Cacho
  • Esteban Soberanes
  • Patricia Reyes Spíndola
  • Julián Pastor
  • Eugenio Lobo

Ficha técnica de Ninguém Escreve ao Coronel (1999)

  • Título original: El coronel no tiene quien le escriba
  • Direção: Arturo Ripstein
  • Roteiro: Paz Alicia Garciadiego, baseado no livro de Gabriel García Márquez
  • Gênero: drama
  • País: México, França, Espanha
  • Duração: 117 minutos
  • Classificação: 12 anos

Sobre o autor

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