A Academia Brasileira de Cinema anunciou, nesta segunda-feira (23), que o filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi selecionado para representar o Brasil na disputa por uma vaga ao Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional.
O longa, baseado na obra de Marcelo Rubens Paiva, já conquistou importantes prêmios e críticas positivas em festivais internacionais, fortalecendo as expectativas de uma possível indicação oficial pela Academia de Hollywood.
A história emocionante do filme, protagonizada por Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro, aborda os desafios e a resiliência de uma família durante a ditadura militar no Brasil.
Um filme que resgata a memória histórica
Ainda Estou Aqui narra a história de Eunice Paiva, uma mulher que se vê obrigada a reconstruir a vida após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, levado pela ditadura militar. Com roteiro assinado por Murilo Hauser e Heitor Lorega, o filme é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho do casal.
A obra destaca a força de Eunice como uma das figuras mais relevantes na luta pelos direitos humanos no Brasil, retratando seu empenho em buscar justiça e preservar a memória do marido e de tantas outras vítimas do regime.
Com atuações elogiadas, especialmente de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, a produção é um tributo à resistência e ao legado deixado por Eunice.
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Trajetória internacional e reconhecimento
Desde sua estreia mundial no Festival de Veneza, onde foi ovacionado por 10 minutos e premiado pelo melhor roteiro, Ainda Estou Aqui vem acumulando elogios da crítica e do público. O filme foi exibido também no Festival de San Sebastián e abriu o Festival Biarritz Amérique Latine, na França.
Walter Salles, que já havia trabalhado com Fernanda Montenegro em Central do Brasil, marca este novo encontro após 25 anos, trazendo novamente um olhar sensível e detalhista sobre histórias que transcendem fronteiras.
A produção está prevista para participar de outros importantes eventos, como o Festival de Nova York e o Festival de Londres, ampliando ainda mais sua visibilidade na corrida ao Oscar.
Uma jornada que uniu gerações
Com um elenco de peso, que inclui nomes como Fernanda Torres, Selton Mello, Valentina Herszage e a icônica Fernanda Montenegro, Ainda Estou Aqui explora a complexidade dos laços familiares em tempos de opressão.
Fernanda Torres, em sua interpretação de Eunice Paiva, destaca a força e a vulnerabilidade de uma mulher que, diante do desaparecimento de seu marido, luta para proteger seus filhos e reconstruir sua vida. Já Fernanda Montenegro, em uma participação especial, oferece uma visão madura e reflexiva da personagem.
O filme, além de contar uma história de resistência, é uma homenagem à trajetória de Eunice e Rubens Paiva, e ao legado deixado por eles para as novas gerações.
Corrida pelo Oscar
Com a escolha de Ainda Estou Aqui para representar o Brasil no Oscar 2025, o cinema brasileiro volta a sonhar com uma indicação ao prêmio de Melhor Filme Internacional, algo que não acontece desde 1999, com Central do Brasil. O próprio Walter Salles, que dirigiu o longa protagonizado por Fernanda Montenegro, foi responsável pela última nomeação do país.
A escolha unânime da Comissão de Seleção da Academia Brasileira de Cinema reflete a força e a relevância do filme, que aborda temas universais como memória, justiça e direitos humanos. Bárbara Paz, presidente da comissão, ressaltou a importância do longa, destacando-o como uma obra-prima do cinema nacional.
O ano dos cineastas brasileiros
O reconhecimento internacional de Ainda Estou Aqui também reflete um momento de destaque para o cinema brasileiro em 2024. Diversos cineastas emergentes e consagrados conquistaram prêmios em festivais como Sundance, Berlim e Cannes. Filmes como Cidade; Campo, de Juliana Rojas, e Levante, de Lillah Halla, que concorreram com o longa de Walter Salles pela vaga no Oscar, também reforçam a diversidade e a qualidade das produções nacionais.
O sucesso em festivais, tanto na ficção quanto no documentário, indica uma revitalização da cinematografia brasileira, que mesmo diante de desafios políticos e econômicos, continua a produzir obras de grande impacto artístico e social.
Lançamento no Brasil
O filme chegará aos cinemas brasileiros no dia 7 de novembro, com distribuição da Sony Pictures, após uma semana de exibição especial no Cine Glauber Rocha, em Salvador, com ingressos esgotados. O lançamento nacional antecede a exibição na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no Festival do Rio, eventos que devem consolidar o impacto da obra no público brasileiro.
Para Walter Salles, o principal objetivo é que o filme dialogue diretamente com os espectadores nacionais, resgatando a memória e promovendo reflexões sobre um período crucial da história do país. A expectativa é que Ainda Estou Aqui possa, além de representar o Brasil no Oscar, contribuir para o fortalecimento do cinema nacional e a valorização de suas narrativas.
Assim, com uma história poderosa e atuações marcantes, Ainda Estou Aqui tem potencial para se tornar um dos grandes destaques do Brasil no cenário internacional. A trajetória do filme, desde sua concepção até a recepção calorosa em festivais, demonstra a capacidade do cinema brasileiro de emocionar e provocar reflexões. Além disso, a escolha da Academia Brasileira de Cinema reflete o reconhecimento do valor artístico e histórico da obra.
Agora, resta ao público torcer para que a produção alcance o tão almejado espaço entre os finalistas ao Oscar 2025, reafirmando o talento e a resiliência dos cineastas brasileiros.
Confira o trailer do indicado brasileiro ao Oscar 2025, ‘Ainda Estou Aqui’:
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