A mais recente adição à franquia “Casamento às Cegas” traz o formato inovador do programa ao Oriente Médio, com o título “Casamento às Cegas: Habibi”. A proposta de descobrir se o amor pode florescer sem que as aparências influenciem promete, mais uma vez, prender a atenção dos fãs de reality shows.
No entanto, apesar da expectativa em torno de uma nova abordagem cultural e romântica, a série desperta reações ambíguas. De encontros rasos a momentos de empoderamento feminino, este spin-off da Netflix não passa despercebido – mas será que alcança o nível das edições anteriores?
Sinopse do reality Casamento às Cegas: Habibi (2024)
Em “Casamento às Cegas: Habibi”, 20 solteiros de diferentes nacionalidades árabes, incluindo participantes da Arábia Saudita, Líbano e Marrocos, embarcam em uma jornada única para encontrar sua alma gêmea. A dinâmica segue o formato consagrado da série: homens e mulheres conversam dentro de “pods”, separados por paredes, apenas ouvindo uns aos outros.
Aqueles que sentirem uma conexão especial fazem uma proposta de casamento sem jamais terem se visto. A partir daí, os casais vão para um resort em Dubai para aprofundar os laços e, finalmente, enfrentam a decisão final no altar, diante de um sheik, onde formalizam – ou não – a união.
Diferente das versões anteriores, esta edição lançou todos os episódios simultaneamente, permitindo uma maratona imediata. A narrativa também inclui elementos culturais regionais, como a separação de quartos entre os casais e a importância dos encontros familiares, além de um foco na modéstia e respeito tradicionais.
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Crítica da série Casamento às Cegas: Habibi, da Netflix
Embora a premissa de “Casamento às Cegas” tenha fascinado espectadores pelo mundo, esta versão específica é problemática pela forma como retrata as relações e as dinâmicas de gênero.
Logo nos primeiros episódios, alguns participantes masculinos se destacam negativamente por sua competitividade e comportamento possessivo, demonstrando uma visão ultrapassada sobre como conduzir relacionamentos. As tentativas de controlar as mulheres, vistas já nos primeiros encontros, deixam evidente um desequilíbrio de poder, ofuscando o propósito romântico do programa.
Por outro lado, é inegável que algumas participantes femininas surgem como figuras fortes e inspiradoras, em especial uma jovem que se destacou ao se recusar a abandonar sua paixão pela dança, mesmo sob pressão. Esses momentos de resistência trazem frescor ao programa e são fundamentais para manter a narrativa minimamente envolvente.
Conversas superficiais
Outro ponto que gera controvérsia é a superficialidade das conversas. Em uma proposta que deveria explorar emoções profundas e compatibilidades invisíveis, muitos diálogos se limitam a aparências e expectativas irreais, minando a essência do programa.
Além disso, a tentativa dos produtores de incorporar tradições culturais, como as cerimônias com o sheik, oferece um vislumbre interessante das culturas do Oriente Médio, mas não consegue compensar a falta de profundidade nas interações.
Apesar dos problemas, a estética cuidadosamente planejada, com detalhes arquitetônicos árabes e paisagens de Dubai, e a condução carismática dos apresentadores Elham Ali e Khaled Saqr ajudam a manter o público engajado. A diversidade cultural também é um ponto positivo, mas não o suficiente para afastar a sensação de que muitos dos participantes não estavam preparados emocionalmente para o desafio.
Conclusão
“Casamento às Cegas: Habibi” é uma experiência mista: por um lado, traz uma perspectiva cultural única para a fórmula já conhecida da franquia, mas, por outro, esbarra em limitações de narrativa e seleção de elenco. O reality consegue entreter com seus momentos de tensão e drama, mas deixa um gosto amargo pela maneira como as mulheres são tratadas por alguns dos participantes. No entanto, para quem busca um mergulho em tradições e costumes diferentes, há algo a se apreciar.
Embora esta edição não reinvente a roda, ela oferece uma perspectiva intrigante sobre os desafios do amor e do casamento em culturas mais conservadoras. Para os fãs da franquia, pode valer a pena assistir para comparar com as outras versões, mas aqueles em busca de um romance inspirador podem sair desapontados. No fim, “Casamento às Cegas: Habibi” é um lembrete de que nem sempre o amor vence as barreiras culturais – mas assistir à tentativa certamente proporciona momentos memoráveis.
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Onde assistir ao reality Casamento às Cegas: Habibi
A série está disponível para assistir na Netflix.
Trailer de Casamento às Cegas: Habibi (2024)
Elenco de Casamento às Cegas: Habibi, da Netflix
- Elham Ali
- Khaled Saqer
Ficha técnica da série Casamento às Cegas: Habibi
- Título original: Love Is Blind: Habibi
- Gênero: reality show
- País: Emirados Árabes Unidos
- Ano: 2024
- Temporada: 1
- Episódios: 10
- Classificação: 12 anos
4 thoughts on “‘Casamento às Cegas: Habibi’ é um choque cultural com altos e baixos”