“Transmitzvah”, o novo filme de Daniel Burman disponível na Netflix, é uma obra que desafia as convenções do cinema latino-americano ao explorar a interseção entre identidade de gênero e fé.
Com Penélope Guerrero no papel principal, a produçãomistura humor, drama e música para narrar a história de Mumy Singer, uma mulher trans que decide reivindicar sua conexão com o judaísmo celebrando um Bat Mitzvah na vida adulta. Embora ambicioso, o longa sofre com problemas estruturais, mas acerta ao abordar temas raramente explorados no cinema.
Sinopse do filme Transmitzvah (2024)
+ Humor macabro e gore dão a tônica de ‘Casamento Sangrento’
+ ‘Piano de Família’, uma herança de dor e superação em forma de arte
+ ‘Enfeitiçados’ tem momentos de brilho, mas passa longe de ser marcante
Crítica de Transmitzvah, da Netflix
Penélope Guerrero brilha como Mumy, conferindo à personagem uma presença magnética e carismática. Sua atuação combina humor afiado e vulnerabilidade emocional, o que ajuda a ancorar o filme em meio às suas muitas mudanças de tom.
A dinâmica entre Mumy e Eduardo é outro ponto alto, com Minujín trazendo leveza e profundidade à relação dos irmãos. Essa conexão é o coração emocional da narrativa, e suas interações trazem os momentos mais autênticos do longa.
Cenas musicais
No entanto, nem tudo funciona tão bem. As cenas musicais, que deveriam ser um ponto forte, sofrem com problemas técnicos como sincronia labial inconsistente e falta de emoção nas performances. Além disso, algumas subtramas, como o relacionamento de Mumy com sua mãe e seu parceiro, ficam inacabadas, deixando arcos narrativos importantes sem resolução.
Visualmente, o filme é deslumbrante. A iluminação neon e o design de produção criam um ambiente vibrante, especialmente nas cenas ambientadas na loja de roupas da família e no show de Mumy. Essas escolhas estéticas ajudam a compensar os momentos em que o roteiro falha em manter a narrativa coesa.
Conclusão
“Transmitzvah” é uma obra ambiciosa que mistura questões de gênero, fé e música em uma narrativa única. Apesar de seus problemas de ritmo e estrutura, o filme oferece uma perspectiva rara e necessária sobre a experiência trans no contexto judaico.
Com momentos memoráveis e atuações sólidas, especialmente de Penélope Guerrero, a produção se destaca por sua originalidade e coragem de explorar temas pouco abordados no cinema latino-americano. Embora imperfeito, “Transmitzvah” é uma jornada que vale a pena pela força de sua mensagem e pela celebração da liberdade de ser quem somos.
2 thoughts on “‘Transmitzvah’ é uma obra ambiciosa”