Carla Lima 
Crédito: Reprodução
O filme A Virgem Vermelha, disponível no Prime Video, tem um final explicado por obsessão, controle e tragédia. A obra dirigida por Paula Ortiz retrata a relação destrutiva entre Aurora e sua filha Hildegart, abordando temas como feminismo radical e os limites da liberdade. Com uma estética intimista e atuações marcantes, o longa tem provocado fortes reações do público.
A trama, ambientada na Espanha dos anos 1930, revela os desafios da jovem prodígio Hildegart, que tenta escapar das rígidas expectativas impostas pela mãe. O desfecho trágico desse drama histórico carrega simbolismos poderosos, marcando profundamente os espectadores.
O projeto utópico que se transformou em tragédia
Aurora Rodríguez criou Hildegart como parte de um “projeto científico” para moldar a mulher perfeita, capaz de liderar mudanças sociais. Desde sua concepção, Aurora planejou cada detalhe, escolhendo até mesmo o pai para garantir o controle total sobre a criação da filha.
Desde criança, Hildegart demonstrou genialidade, aprendendo a ler com dois anos e se formando em Direito aos 17. Ela se tornou uma referência no feminismo e na sexologia, desafiando os padrões conservadores de sua época. Apesar do sucesso, a jovem cresceu sob vigilância constante, com sua liberdade limitada pelas expectativas da mãe.
Conforme Hildegart começou a afirmar sua independência, Aurora viu isso como uma ameaça ao seu plano. O conflito entre as duas escalou rapidamente, colocando em xeque o relacionamento maternal e os ideais progressistas defendidos por Aurora.
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O desfecho trágico de uma relação tóxica
A tentativa de Hildegart de viver fora do controle de Aurora levou a mãe a uma decisão extrema. Aurora, ao ver o “projeto” desviar-se do objetivo, assassinou a filha enquanto ela dormia. O crime, cometido com quatro disparos, é retratado no filme com um equilíbrio entre realismo e sensibilidade cinematográfica.
Aurora foi condenada e diagnosticada com distúrbios mentais, sendo internada em um hospital psiquiátrico. O filme destaca como a obsessão de Aurora pelo controle absoluto resultou na destruição de uma vida promissora e, simbolicamente, na negação da liberdade que ela pregava publicamente.
Uma análise dos temas abordados pelo filme
A Virgem Vermelha questiona os perigos das ideologias extremas, mesmo quando revestidas de boas intenções. Aurora, que lutava por liberdade e igualdade, tornou-se a maior opressora da própria filha, um paradoxo explorado de forma visceral.
A direção de Paula Ortiz utiliza uma estética minimalista e uma narrativa psicológica para capturar a complexidade dessa relação. As atuações de Najwa Nimri, como Aurora, e Alba Planas, como Hildegart, trazem profundidade e intensidade às personagens, tornando a tragédia ainda mais comovente.
O filme está disponível no Prime Video e segue como um dos dramas mais marcantes do ano, convidando o público a refletir sobre os limites do controle e o direito à autonomia.
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