Confira a crítica do filme "Caos: Os Crimes de Manson", documentário de 2025 sobre Charles Manson disponível para assistir na Netflix

Foto: Netflix / Divulgação

O nome Charles Manson é sinônimo de horror, culto e mistério. Durante décadas, suas ações e influência sobre a “Família Manson” foram analisadas sob diferentes prismas, alimentando um dos mitos mais sombrios da história criminal dos Estados Unidos. “Caos: Os Crimes de Manson”, documentário da Netflix dirigido pelo renomado Errol Morris, surge como uma tentativa de reexaminar os eventos sob um novo olhar, baseado na investigação obsessiva de Tom O’Neill, autor do livro CHAOS: Charles Manson, the CIA, and the Secret History of the Sixties.

O documentário promete revelar uma conspiração envolvendo experiências de controle mental da CIA, o programa MKUltra e os assassinatos cometidos pela seita de Manson. Mas, no fim das contas, o que “Caos” realmente entrega? Uma nova narrativa ou apenas uma revisita estilizada aos mesmos fatos?

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Sinopse do documentário Caos: Os Crimes de Manson (2025)

Em seus 96 minutos, “Caos: Os Crimes de Manson” reconta a história dos assassinatos Tate-LaBianca, crimes brutais cometidos pela “Família Manson” em 1969, e explora uma nova vertente investigativa: a possibilidade de que Manson tenha sido manipulado ou mesmo treinado em técnicas de controle mental por meio do programa MKUltra da CIA. Essa hipótese é defendida pelo jornalista Tom O’Neill, cujo livro é a base do documentário.

O filme se desenvolve em duas camadas: por um lado, apresenta depoimentos de figuras-chave como o próprio O’Neill, o ex-procurador Stephen Kay e Bobby Beausoleil, ex-membro da “Família” que cumpre pena pelo assassinato de Gary Hinman. Por outro, à medida que avança, torna-se um estudo sobre a compulsão de O’Neill em refutar a narrativa oficial dos crimes — estabelecida pelo promotor Vincent Bugliosi em Helter Skelter, um dos livros mais vendidos da história criminal.

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Crítica do filme Caos: Os Crimes de Manson, da Netflix

Desde os primeiros minutos, fica claro que Morris não está interessado em oferecer uma nova “verdade” sobre Charles Manson. Em vez disso, o filme se propõe a discutir como narrativas são construídas, disseminadas e aceitas como fatos incontestáveis. Ao abordar o trabalho de O’Neill, o documentário questiona se a versão de Helter Skelter foi moldada mais para convencer um tribunal e vender livros do que para esclarecer o que realmente aconteceu.

Essa abordagem, porém, pode frustrar espectadores que esperam respostas claras. O documentário evita assumir qualquer posição definitiva, deixando em aberto questões como: Manson realmente teve conexão com experiências da CIA? Seu controle sobre seus seguidores foi resultado de manipulação mental programada ou apenas de técnicas de persuasão de um criminoso comum?

Estilo visual e montagem

Morris imprime sua marca no documentário com imagens de arquivo, entrevistas bem conduzidas e um design visual que brinca com duplas exposições e estilização punk-artística. O uso de closes intensos, filmagens granulosas e elementos de psicodelia reflete a própria desorientação e paranoia que cercam o tema.

Apesar disso, “Caos: Os Crimes de Manson” também sofre de um problema comum em produções de true crime recentes: ele se estende em momentos que não agregam muito à narrativa central. Para quem já conhece a história, os primeiros 40 minutos soam como um resumo desnecessário do caso Manson, antes de mergulhar no verdadeiro foco do filme: O’Neill e suas dúvidas.

A falta de profundidade nas teorias

A grande promessa do documentário é a exploração das possíveis conexões entre Manson e os experimentos da CIA. No entanto, em vez de aprofundar essa discussão, Morris apenas flerta com as teorias. O’Neill apresenta evidências circunstanciais, mas nada que de fato prove sua hipótese. O próprio autor admite: “Eu ainda não sei o que aconteceu, mas sei que o que nos contaram não é a verdade completa”.

Esse enfoque pode ser frustrante para quem busca conclusões concretas. Em determinado momento, Bobby Beausoleil sintetiza bem a questão ao afirmar: “As pessoas gostam de acreditar em suas fantasias”. De fato, Morris parece mais interessado em mostrar como buscamos explicações para o inexplicável do que em afirmar qualquer teoria como verdade absoluta.

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Conclusão

“Caos: Os Crimes de Manson” não é um documentário da Netflix para quem busca respostas definitivas sobre Charles Manson ou sobre uma suposta conspiração governamental. Em vez disso, é um estudo sobre como as narrativas são criadas, disseminadas e reformuladas ao longo do tempo.

Errol Morris evita se comprometer com a teoria de O’Neill e tampouco reforça a narrativa estabelecida por Helter Skelter, deixando para o espectador a tarefa de decidir em quais histórias acreditar.

Para alguns, isso será frustrante. Para outros, é justamente esse o charme do filme: um convite a questionar tudo, inclusive a própria maneira como consumimos histórias de true crime. Se a intenção era desconstruir um mito sem erguer outro em seu lugar, “Caos: Os Crimes de Manson” cumpre bem esse papel.

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Onde assistir ao documentário Caos: Os Crimes de Manson?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de Caos: Os Crimes de Manson (2025)

Ficha técnica de Caos: Os Crimes de Manson, da Netflix

  • Título original: Chaos: The Manson Murders
  • Direção: Errol Morris
  • Roteiro: Tom O’Neill, Dan Piepenbring
  • Gênero: documentário, policial
  • País: Estados Unidos
  • Duração: 96 minutos
  • Classificação: 14 anos

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