Com a responsabilidade de adaptar uma das partes mais polêmicas e impactantes do game “The Last of Us – Parte 2”, a série da HBO chega ao episódio 5 da segunda temporada em um momento decisivo. A trajetória de Ellie, que já flertava com a obsessão, aqui se entrega de vez à escuridão.
A direção de Stephen Williams e o roteiro de Craig Mazin optam por intensificar a ação e o horror, mas perdem em originalidade e profundidade emocional. O resultado é um capítulo tenso e brutal, mas com ecos repetitivos e ritmo irregular.
Sinopse do episódio 5 da temporada 2 de The Last of Us (2025)
O episódio se divide entre três frentes: o passado trágico da comandante Elise, que sacrificou seu próprio filho ao lacrar os níveis inferiores de um hospital tomado por esporos; a jornada de Ellie, Dina e Jesse por uma Seattle dominada por Wolves e Serafitas; e o confronto derradeiro entre Ellie e Nora, uma das responsáveis pela morte de Joel.
Em meio à evolução do fungo Cordyceps e à introdução dos infectados “inteligentes”, Ellie precisa tomar decisões que a distanciam cada vez mais da jovem que conhecemos na primeira temporada.
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Crítica do episódio 5 de The Last of Us (temporada 2), da Max
Depois de uma temporada que havia optado por deixar os esporos de lado, o episódio 5 reintroduz esse elemento essencial do jogo de forma impactante. A sequência no hospital — com corpos fundidos às paredes, partículas mortais no ar e soldados semivivos — traz de volta o terror biológico que tanto marcou a experiência original.
O retorno do perigo invisível torna a tensão palpável e aprofunda o senso de urgência que, até aqui, estava diluído entre diálogos e perseguições humanas.
Ellie no limite: a violência como destino inevitável
O episódio marca o momento em que Ellie cruza a linha moral que Joel havia tentado mantê-la longe. A tortura de Nora, em uma cena sufocante no subsolo infectado, não choca pelo ato em si — já esperado por quem conhece o jogo —, mas pela naturalização do horror.
Bella Ramsey entrega uma performance sólida, mas ainda carece de nuances no retrato da brutalidade interna de Ellie. A raiva da personagem é explícita, mas sua dor parece contida, quase fria, o que enfraquece o impacto emocional da cena mais pesada do episódio.
Dina ganha camadas, mas Jesse e Tommy desaparecem
Um dos acertos do roteiro é aprofundar a trajetória de Dina. Sua confissão sobre o assassinato que cometeu na infância dá complexidade à personagem e serve como espelho para a sede de vingança de Ellie.
No entanto, esse ganho é contrabalançado pela ausência gritante de Tommy — essencial para o desenrolar dos eventos futuros — e pelo uso apressado de Jesse como mero salvador em momentos convenientes. A série sofre aqui de um problema recorrente: investir em certos núcleos enquanto descarta outros sem a devida construção.
Serafitas: ameaça real, abordagem rasa
A aparição dos Serafitas, com seus rituais brutais e estética que beira o caricatural, tenta ampliar o leque de antagonismos da temporada. No entanto, o grupo religioso ainda carece de desenvolvimento convincente. A comparação com os Amish feita por Dina soa superficial diante da violência extrema praticada por essa seita.
Falta à série um esforço maior para humanizar ou explicar essas figuras, que hoje funcionam mais como obstáculo do que como elemento narrativo significativo.
Direção eficiente, mas visual previsível
Stephen Williams conduz bem as cenas de tensão, como o ataque no prédio e a fuga pelo parque. A ambientação do hospital e o uso dos esporos merecem destaque pela maquiagem e direção de arte — possivelmente o ponto alto visual do episódio.
Ainda assim, o episódio parece mais funcional do que inventivo. A linguagem da série, tão forte no primeiro ano, dá sinais de desgaste ao optar por repetir fórmulas já vistas.
Conclusão
O episódio 5 de “The Last of Us” é intenso, violento e emocionalmente relevante, mas não atinge o mesmo brilho narrativo de capítulos anteriores. Serve como catalisador para a transformação irreversível de Ellie e posiciona a trama para eventos ainda mais dramáticos.
No entanto, sua estrutura quase episódica, focada mais em “fases” do que em desenvolvimento profundo, enfraquece o impacto emocional que deveria ser devastador. Ainda assim, a série segue firme — e perigosa — na trilha do ódio.
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Onde assistir à série The Last of Us?
A série está disponível para assistir na Max.
Trailer da temporada 2 de The Last of Us (2025) [LEGENDADO]
Trailer da temporada 2 de The Last of Us (2025) [DUBLADO]
Elenco de The Last of Us, da Max
- Pedro Pascal
- Bella Ramsey
- Kaitlyn Dever
- Brendan Rozario
- Anna Torv
- Gabriel Luna
- Samuel Hoeksema
- Catherine O’Hara
Ficha técnica da série The Last of Us
- Título original: The Last of Us
- Criação: Craig Mazin, Neil Druckmann
- Gênero: ficção científica, ação, aventura, terror, suspense, drama
- País: Canadá, Estados Unidos
- Temporada: 2
- Episódios: 7
- Classificação: 16 anos