“A Primeira Vez” e a tão aguardada temporada 3 chegaram à Netflix com o desafio de manter o frescor e a densidade emocional que fizeram da série um fenômeno. Situada na Bogotá dos anos 70, a produção colombiana continua a encantar por sua forma delicada e poderosa de retratar juventude, política e afeto.
Mais do que uma viagem nostálgica, a série constrói um retrato afetivo e crítico da Colômbia, evitando caricaturas e oferecendo uma visão mais complexa e sensível da época. Com personagens agora à beira da vida adulta, a nova temporada investe na tensão entre os sonhos idealistas e as exigências do mundo real.
A trama da terceira temporada mostra como, mesmo décadas atrás, os dilemas da juventude latino-americana ainda ecoam em tempos contemporâneos, reforçando a relevância de “A Primeira Vez”.
Sinopse da temporada 3 da série A Primeira Vez
O ano é 1977. O Colégio José María Root está em colapso após a má gestão de Quiñones. Enquanto o país se aproxima de um colapso social, Eva, Camilo, Castro, Salcedo e Pabón enfrentam os desafios do último ano escolar e o que vem depois dele: o temido ICFES (equivalente ao vestibular), o serviço militar obrigatório, a incerteza da universidade e a fragilidade das relações afetivas.
Camilo lida com a responsabilidade de ser pai de Antonia, fruto de seu relacionamento com Luisa. Eva, por sua vez, mergulha de cabeça no ativismo estudantil e sonha com a universidade no exterior. A amizade do grupo é colocada à prova enquanto todos tentam manter seus vínculos e cultivar os próprios sonhos.
Enquanto novos personagens entram em cena e velhas questões ressurgem, o amor entre Eva e Camilo passa pelo seu maior teste — dividido entre o desejo de estar juntos e os caminhos distintos que cada um escolheu trilhar.
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Crítica de A Primeira Vez (temporada 3), da Netflix
O principal mérito da nova temporada é a coragem de tirar seus personagens do conforto da rebeldia idealizada. Camilo, antes o típico jovem inseguro e apaixonado, agora enfrenta noites mal dormidas e decisões reais com consequências duradouras. A paternidade o obriga a rever suas prioridades e olhar para o mundo com olhos menos ingênuos.
O roteiro evita romantizar sua jornada. Mostra um pai atrapalhado, muitas vezes perdido, mas comprometido. A atuação de Emmanuel Restrepo ganha camadas, entregando um Camilo dividido entre o desejo juvenil e a maturidade imposta.
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Eva entre a militância e as feridas
Eva, sempre o motor de renovação da série, amplia sua atuação política. Do conselho estudantil às reflexões sobre o papel da mulher, ela reafirma sua potência como símbolo de mudança. Mas também é confrontada com os limites do ativismo, com a resistência conservadora e com os fantasmas não resolvidos do passado familiar.
Francisca Estévez, em desempenho maduro e contido, torna Eva ainda mais fascinante. Sua personagem é agora uma jovem que começa a entender que mudar o mundo também exige enfrentar dores pessoais e dilemas éticos.
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Amor ou admiração? A relação Camilo–Eva sob nova luz
A química entre Camilo e Eva continua sendo o eixo emocional da série, mas nesta temporada o romance dá lugar a algo mais ambíguo. A série investiga o quanto há de afeto genuíno e o quanto há de idealização na ligação entre eles.
Por vezes, o amor parece unilateral — com Camilo projetando em Eva uma figura quase mitológica, enquanto ela carrega a frustração de carregar o peso da inspiração. É uma relação marcada pela admiração mútua, mas também por desequilíbrios emocionais e decisões difíceis.
Subtramas que enriquecem o universo
A relação entre José e Ana, pais de Camilo, ganha contornos mais interessantes nesta fase. A tentativa de reconciliação, misturada com a descoberta da paternidade tardia de José, traz momentos de ternura e leveza. A inclusão de Janeth, adolescente com síndrome de Down, como parte ativa dessa trama, confere à série mais um gesto de representatividade cuidadosa.
Sergio Palau, como Martin, continua sendo o alívio cômico com comentários mordazes e realistas, funcionando como a voz da razão (ou do sarcasmo) no grupo.
Vale a pena assistir A Primeira Vez (2025)?
A terceira temporada de “A Primeira Vez” entrega o que se espera de uma série que cresceu junto com seus personagens: maturidade narrativa, dilemas reais e um coração pulsante. Ainda que o núcleo romântico entre Eva e Camilo comece a mostrar sinais de desgaste, a série encontra força no coletivo, na Bogotá que pulsa fora da escola, nos desafios sociais que moldam essas vidas.
Mais do que uma história de amor juvenil, a série se confirma como um drama político e íntimo, onde crescer é também resistir. E resistir, nesse caso, significa não abrir mão dos sonhos — nem dos afetos.
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Onde assistir à série A Primeira Vez?
A série está disponível para assistir na Netflix.
Trailer da temporada 3 de A Primeira Vez (2025)
Elenco de A Primeira Vez, da Netflix
- Emmanuel Restrepo
- Francisca Estevez Navas
- Sergio Palau
- Julián Cerati
- Brandon Figueredo
- Mateo García
- Verónica Orozco
- Santiago Alarcón
- Sara Pinzón
- Chichila Navia