“Criatura Voraz” chegou ao catálogo da Max em 2025 carregando o peso das comparações com grandes nomes do horror sobrenatural. Dirigido por Chad Archibald e protagonizado por Ashley Greene e Ellie O’Brien, o filme mistura terror psicológico com elementos sobrenaturais e uma boa dose de drama familiar.
Com uma premissa que promete mergulhar nas camadas mais profundas do trauma humano, a produção parece ter ambições altas — embora nem sempre alcance os resultados esperados.
Apostando em atmosfera claustrofóbica, criaturas sinistras e um subtexto emocional que atravessa gerações, “Criatura Voraz” tenta se afastar do susto fácil para construir uma narrativa mais densa. Mas será que o filme realmente entrega o terror intimista que sugere ou se perde no meio do caminho?
Qual a história de Criatura Voraz?
Cynthia (Ashley Greene) é uma psicóloga com dons mediúnicos, capaz de acessar o subconsciente de seus pacientes ao tocar suas testas — uma habilidade que carrega como um fardo desde a morte traumática do marido. Ela vive e trabalha ao lado da filha adolescente, Jordan (Ellie O’Brien), que deseja seguir seus passos, mas enfrenta a resistência protetora da mãe.
Tudo muda quando uma jovem chamada Riley (Shayelin Martin), coberta de cicatrizes e visivelmente em desespero, invade o consultório pedindo ajuda. Ela afirma estar sendo consumida por uma entidade que se alimenta dela. Cynthia reluta, mas Jordan se envolve mais do que deveria e logo as duas se veem presas em uma espiral de horrores que mistura possessão, sequestros, traumas mal resolvidos e um monstro que habita tanto a mente quanto a carne.

Crítica de Criatura Voraz, da Max
O maior trunfo de “Criatura Voraz” está na forma como transforma traumas psicológicos em horror físico. A entidade que se alimenta das emoções humanas funciona como uma metáfora direta, mas eficaz, para dores não resolvidas que corroem silenciosamente. O roteiro brinca com essa ideia em vários momentos, principalmente quando Cynthia e Jordan exploram as mentes das vítimas — cenas que, embora lembrando “Insidious”, têm uma identidade própria e uma carga emocional relevante.
O filme não se contenta em apenas assustar; ele tenta gerar desconforto, inquietação e até reflexão sobre heranças emocionais e o peso da culpa. A criatura não tem um nome, nem uma origem clara — o que, para alguns, pode soar como falha, mas também pode ser lido como uma escolha simbólica: o medo que sentimos nem sempre tem explicação.
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Ashley Greene e Ellie O’Brien: a alma do filme
Mesmo com um roteiro irregular, as atuações centrais sustentam a trama. Ashley Greene entrega uma performance madura, ainda que limitada por diálogos expositivos e cenas que exigem mais emoção do que ela consegue transmitir. Já Ellie O’Brien surpreende. A jovem atriz traz autenticidade ao papel de Jordan, especialmente nos momentos de conflito com a mãe, revelando uma vulnerabilidade crua e um carisma que a colocam como uma promessa no gênero.
O restante do elenco oscila entre o funcional e o esquecível. Shawn Ashmore faz o que pode com um personagem mal escrito, enquanto Julian Richings, em breve participação, adiciona credibilidade ao filme apenas com sua presença — uma escolha certeira para os fãs de horror.
Direção ambiciosa, mas sem coesão
Chad Archibald mostra domínio visual e sabe construir uma atmosfera sufocante. A fotografia explora bem os espaços apertados, as sombras e os silêncios. Os efeitos práticos da criatura são competentes, e o design perturbador do monstro garante momentos genuinamente desconfortáveis.
No entanto, a direção sofre com o ritmo. O primeiro ato empolga, mas o segundo se arrasta e o terceiro tenta amarrar tudo com pressa. Há cenas importantes que passam rápido demais e outras irrelevantes que ganham destaque desnecessário. O resultado é uma narrativa que se fragmenta quando mais precisava de solidez.
Terror psicológico ou drama familiar? A crise de identidade
“Criatura Voraz” não decide se quer ser um drama sobre perdas ou um filme de horror puro. O equilíbrio entre os dois elementos até existe, mas não é bem administrado. O tom oscila entre o sombrio e o melodramático, e, em alguns momentos, a tensão se esvai por conta de diálogos fracos ou cenas explicativas que subestimam o espectador.
Ainda assim, o filme evita os clichês mais óbvios do gênero. Não há exagero no uso de jump scares, e o clima é construído mais pela sugestão do que pelo explícito. A ambientação é um dos pontos altos — mesmo com orçamento modesto, o longa entrega uma atmosfera densa, com bons momentos de imersão.
Conclusão
“Criatura Voraz” é um filme imperfeito, mas que merece ser visto — especialmente por quem aprecia o terror como reflexo de dores emocionais. Apesar de tropeçar na execução, a proposta de transformar traumas em entidades monstruosas é ousada e, em muitos momentos, eficaz. A atuação de Ellie O’Brien se destaca como o verdadeiro coração da narrativa, enquanto Ashley Greene entrega o necessário para manter a personagem crível.
Com um pouco mais de coesão narrativa e uma direção menos vacilante, o filme poderia ter ido além do “bom entretenimento” e se tornado algo realmente memorável. Ainda assim, Chad Archibald acerta ao propor uma história onde o verdadeiro terror não está nas garras da criatura, mas nas cicatrizes invisíveis que carregamos.
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Onde assistir ao filme Criatura Voraz?
O filme está disponível para assistir na Max.
Assista ao trailer de Criatura Voraz (2025)
Elenco de Criatura Voraz, da Max
- Ashley Greene
- Ellie O’Brien
- Shawn Ashmore
- Juno Rinaldi
- Brooklyn Marshall
- Mark Taylor
- Shayelin Martin
- Julian Richings