A série “A Confidente” (Une Amie Dévouée) traz à tona uma reflexão complexa sobre a manipulação e a busca por pertencimento em meio a um dos traumas mais dolorosos da França moderna.
A produção, disponível na Max, mergulha na história de uma mulher que se infiltra no círculo de sobreviventes do ataque ao Bataclan, construindo uma rede de mentiras para se sentir importante.
Com uma abordagem sensível e provocativa, essa minissérie de quatro episódios examina até onde alguém é capaz de ir para encontrar sentido em sua vida.
Sinopse da série A Confidente (2024)
Em 13 de novembro de 2015, a França foi abalada pelo ataque ao Bataclan, onde 130 pessoas perderam suas vidas. Christelle “Chris” Blandin (Laure Calamy), uma parisiense solitária e apaixonada por rock, decide se aproximar dos sobreviventes, alegando que seu melhor amigo, Vincent, foi gravemente ferido durante o ataque.
Ao longo da série, vemos Chris se envolver cada vez mais no grupo de apoio às vítimas, tornando-se uma figura central e querida. No entanto, pequenas falhas em suas histórias começam a levantar suspeitas. A série acompanha a ascensão de Chris como “confidente” e o impacto de suas mentiras sobre as verdadeiras vítimas.
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Crítica de A Confidente, da Max
Just Philippot, com sua direção meticulosa, explora os meandros da mente humana com uma profundidade perturbadora. Em “A Confidente”, a atuação de Laure Calamy é arrebatadora, transmitindo uma mistura de vulnerabilidade e manipulação que captura a essência de Chris.
A série consegue evocar tanto compaixão quanto desconforto no espectador, pois vemos uma mulher desesperada por validação emocional a ponto de construir um cenário fictício de dor e sofrimento.
Tensão crescente
A minissérie é um thriller psicológico que vai além da narrativa de “boa ou má pessoa”. A complexidade de Chris revela uma persona perturbada, que vê no sofrimento alheio uma oportunidade de conexão e significado para sua própria vida vazia.
Com um ritmo gradual, a tensão cresce conforme suas mentiras se aproximam da revelação, e o espectador sente o peso de uma trajetória que caminha para um desfecho inevitável.
Além disso, a série também provoca uma reflexão sobre o impacto que essas mentiras têm na comunidade das vítimas. A dor real daqueles que viveram o ataque é explorada com respeito, e o contraste entre a tragédia verdadeira e o oportunismo de Chris ressalta o quão cruel pode ser uma busca desesperada por reconhecimento.
A atuação coadjuvante de Arieh Worthalter, como o líder do grupo de sobreviventes, acrescenta uma camada de realismo e intensidade à narrativa, mostrando o impacto destrutivo que a mentira de Chris tem sobre todos.
Conclusão
“A Confidente” é um mergulho angustiante e necessário nas consequências de um desejo desenfreado por pertencimento e empatia. A série não só prende o espectador, como também levanta questões profundas sobre a moralidade, o trauma e a nossa própria relação com a verdade.
Com uma atuação inesquecível de Laure Calamy e uma direção sensível de Just Philippot, essa minissérie se destaca como uma das produções mais impactantes sobre o Bataclan, mesmo que seja apenas inspirada nos eventos. Ela nos lembra do poder da mentira, mas também da necessidade humana de se conectar e ser amado, ainda que de formas tortuosas e complexas.
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Onde assistir à série A Confidente?
A série está disponível para assistir na Max.
Trailer de A Confidente (2024)
Elenco de A Confidente, da Max
- Laure Calamy
- Ghia Burns
- Bastien Bernini
- James Flynn
- Ava Baya
- Arieh Worthalter
- Annabelle Lengronne
Ficha técnica da série A Confidente
- Título original: Une Amie Dévouée
- Gênero: suspense
- País: França
- Ano: 2024
- Temporada: 1
- Episódios: 4
- Classificação: 14 anos
2 thoughts on “‘A Confidente’ vai muito além dos rótulos de ‘bom e mau’”