Em 1988, a diretora britânica Cynthia Beatt, radicada em Berlim, concebeu um passeio cinematográfico especial de bicicleta. Ela selecionou vários lugares ao longo da fronteira de 160 km por onde a jovem Tilda Swinton pedalou pela ilha da Berlim Ocidental. Hoje, o curta “Cycling the Frame” é um documento histórico raro e Swinton é uma das atrizes mais admiradas do mundo.
Em junho de 2009, Cynthia Beatt e Tilda Swinton traçaram novamente a linha do Muro que outrora isolava Berlim da Alemanha Oriental e Ocidental. O filme “A Linha Invisível” (The Invisible Frame), incluído recentemente no catálogo da Filmicca, descreve esta viagem, a queda do Muro e os 21 anos depois, através de paisagens variadas, mas desta vez em ambos os lados do antigo Muro.
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Sinopse de A Linha Invisível
A estagnação do crescimento orgânico que caracterizou as áreas separadas pelo Muro é agora substituída pela natureza desenfreada e pelo desenvolvimento construtivo. A interação rítmica da câmera fixa e dos planos em movimento combinam-se numa órbita vibrante de Berlim, entrelaçando visualmente o oeste e o leste. As reflexões pessoais de Tilda Swinton são integradas como monólogos interiores e completam a paisagem sonora do filme composta por Simon Fisher Turner, que colaborou com Derek Jarman e a atriz nos anos 80.
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A Linha Invisível é bom?
“A Linha Invisível” é um documentário que se destaca por sua abordagem reflexiva e meditativa sobre Berlim, explorando as mudanças urbanas e pessoais que ocorreram ao longo do tempo. A protagonista, Tilda Swinton, desempenha um papel discreto, porém intenso, que permite ao espectador refletir sobre o significado da queda do Muro de Berlim e suas consequências. A atriz consegue transmitir uma gama de emoções sutis, proporcionando ao público uma experiência sensorialmente rica.
A fotografia do filme é outro ponto alto, com uma combinação de imagens estáticas e fluidas que capturam a essência em constante evolução da cidade. Essas imagens são complementadas por reflexões filosóficas e poéticas que acrescentam profundidade à narrativa, permitindo que os espectadores explorem temas como a passagem do tempo e a natureza da mudança.
No entanto, algumas cenas podem parecer desconectadas ou difíceis de engolir, prejudicando a coesão geral da narrativa. Isso pode deixar alguns espectadores desejando uma abordagem mais clara e direta da história. Apesar disso, a cena final do filme, que mostra Swinton diante dos icônicos portões de Brandemburgo, é um momento poderoso e simbólico. Essa imagem final encapsula muitos dos temas e emoções explorados ao longo do documentário, oferecendo uma conclusão satisfatória para a jornada psicogeográfica da atriz através de Berlim.
Conclusão
“A Linha Invisível” é um filme visualmente deslumbrante e emocionalmente envolvente que oferece uma reflexão profunda sobre a natureza da mudança e a passagem do tempo. Apesar de algumas falhas narrativas, a atuação de Swinton e a impressionante fotografia tornam o documentário uma experiência que vale a pena para aqueles interessados em cinema contemplativo e filosófico.
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Onde assistir ao filme A Linha Invisível (2009)?
O documentário “A Linha Invisível” estreou no dia 2 de fevereiro de 2024 no catálogo do Filmicca.
Assista ao trailer de A Linha Invisível (2009)
A Linha Invisível: elenco do documentário (2009)
- Tilda Swinton
Ficha técnica do filme A Linha Invisível (2009)
- Título original do filme: The Invisible Frame
- Direção: Cynthia Beatt
- Roteiro: Cynthia Beatt
- Gênero: documentário
- País: Alemanha
- Ano: 2009
- Duração: 60 minutos
- Classificação: 10 anos