Leia a crítica do filme A Pedra, da Netflix (2025) - Flixlândia

‘A Pedra’ é uma joia rara que merece ser descoberta

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No vasto universo do cinema asiático, a Tailândia tem se destacado por sua capacidade de mesclar gêneros de maneira única, criando narrativas que desafiam expectativas. Nesse contexto, a estreia na direção de Arak Amornsupasiri, em parceria com Vuthipong Sukhanindr, no filme “A Pedra” (2025), se apresenta como um marco refrescante. Longe de ser apenas um thriller de ação, a obra nos convida a um mergulho profundo em um universo pouco explorado: o lucrativo e nebuloso mercado de amuletos budistas.

A partir de uma premissa clássica — a jornada de um homem desesperado por dinheiro para salvar seu pai — o filme reinventa o tradicional clichê do “um contra muitos”, transpondo-o para um cenário exótico e fascinante. De forma surpreendente, “A Pedra” consegue ser, ao mesmo tempo, um conto sobre ganância, um estudo sobre a natureza da fé e uma obra cheia de carisma e estilo.

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Sinopse

O jovem Ake, um recém-formado em busca de emprego, se vê em uma situação dramática quando seu pai, um ex-policial, é hospitalizado em estado grave. Desesperado para pagar as contas médicas, ele vasculha os pertences do pai e encontra uma caixa cheia de amuletos antigos. Ao pesquisar online, descobre que um deles pode ser o lendário Somdej Wat Rakang, um artefato de valor incalculável, que há trinta anos esteve no centro de uma intriga envolvendo o assassinato de um magnata.

Ake mergulha de cabeça no submundo do comércio de amuletos, onde a linha entre fé e fraude é tênue. Sua jornada o leva a cruzar com figuras excêntricas e perigosas, como o influenciador Seng Paradise e a misteriosa e carismática Muay, filha da maior autoridade do setor.

À medida que se aprofunda na negociação, Ake se torna um alvo, percebendo que o verdadeiro poder do amuleto não reside na sua divindade ou valor, mas na crença cega que as pessoas depositam nele. Preso em um jogo mortal de cobiça, mito e legado, ele precisa sobreviver a traições e revelações chocantes para descobrir a verdade sobre o amuleto e, por fim, o destino de seu próprio pai.

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Crítica

“A Pedra” se destaca por sua abordagem única de um gênero familiar. A escolha do comércio de amuletos como pano de fundo é uma jogada de mestre, pois permite que o filme explore uma cultura rica e desconhecida para o público ocidental. As convenções de exposição, os leilões e as “avaliações” se tornam cenários de duelos dramáticos, cheios de tensão e ritmo.

Embora a trama principal, de um artefato valioso cobiçado por todos, seja previsível, a execução é o que a torna tão envolvente. O filme navega habilmente entre o thriller e a comédia, lembrando o estilo vibrante e cheio de energia do cinema de Hong Kong, em vez do sombrio noir europeu. Essa mistura de tons, que poderia facilmente falhar, é bem-sucedida, criando uma experiência divertida e cheia de reviravoltas.

O roteiro, co-assinado por Arak Amornsupasiri, faz um bom trabalho ao estabelecer as regras desse mundo e seus personagens arquetípicos — o protagonista ingênuo, o bandido excêntrico, a “garota durona” que se torna uma aliada. No entanto, a falta de peso emocional em algumas cenas de violência, que parecem mais um adorno do que uma ameaça real, impede que o filme atinja todo seu potencial como thriller.

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Crítica do filme A Pedra, da Netflix (2025) - Flixlândia
Foto: Netflix / Divulgação

A força do elenco e a presença dos personagens

O filme é impulsionado por um elenco afiado, cujas atuações superam as expectativas. Jinjett Wattanasin, no papel de Ake, cumpre bem seu papel de protagonista ingênuo, ainda que sua presença de tela seja um tanto discreta para o papel principal.

Por outro lado, a estrela do filme é, sem dúvida, Korranid Laosubinprasoet, mais conhecida como Aheye. Seu papel como a espirituosa Muay é um dos maiores trunfos da obra. Ela exala um carisma magnético que domina cada cena em que aparece, e sua interpretação natural e sem esforço desmente sua origem como cantora. A química entre ela e Jinjett é um dos pontos altos da narrativa, e o público sente sua falta sempre que ela sai de cena.

Outros personagens secundários também brilham. Jaii, no papel de Seng Paradise, e Aheye entregam performances que, para artistas mais acostumados com a música, são notáveis. A diversidade do elenco, com personagens que poderiam ser meros estereótipos, adiciona profundidade ao universo do filme, mesmo que a maioria seja mantida dentro dos limites do gênero.

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Produção, estilo e visão criativa

O grande trunfo de “The Stone” é a visão de seu diretor estreante, Arak Amornsupasiri. É o tipo de filme em que a paixão e a determinação de um cineasta de primeira viagem transparecem em cada fotograma. Ele injeta sua assinatura em quase todos os aspectos da produção, do roteiro à cinematografia, da edição à trilha sonora.

A estética visual é estilosa e fluida, com escolhas de edição criativas e únicas. As tomadas amplas e panorâmicas da Convenção de Amuletos são de tirar o fôlego, um ponto de virada crucial na história que é capturado com beleza e ritmo acelerado.

A trilha sonora, também composta por Pae Arak, é um show à parte. As partituras com fusão de rock elevam a tensão das sequências de ação, tornando-as eletrizantes. A música, assim como a fotografia e a edição, demonstra o cuidado e a dedicação do diretor em criar uma experiência sensorial completa, que vai muito além de uma simples história de mistério.

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Conclusão

“A Pedra” é um filme que, embora se apoie em convenções narrativas clássicas, as utiliza como uma tela para pintar um quadro original e culturalmente rico. A obra é uma exploração fascinante de como a fé, a ganância e a crença se entrelaçam no mundo do comércio de antiguidades. É uma crítica sutil, mas profunda, que questiona por que as pessoas acreditam no que acreditam, revelando como a experiência pessoal e o trauma podem moldar sistemas de fé.

Apesar de alguns pontos previsíveis na trama e de uma performance um tanto discreta do protagonista, a força do elenco coadjuvante e a direção estilosa de Pae Arak elevam o filme a um patamar acima da média. É uma estreia promissora que demonstra a capacidade do cinema tailandês de produzir obras originais e envolventes.

No final, “The Stone” não é apenas um entretenimento agradável, mas um thriller psicológico que convida o espectador a refletir sobre o preço da crença e a fragilidade das convicções. É uma joia rara que merece ser descoberta.

Onde assistir ao filme A Pedra?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Veja o trailer de A Pedra (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de A Pedra, da Netflix?

  • Jinjett Wattanasin
  • Korranid Laosubinprasoet
  • Itkron Pungkiatrassamee
  • Chulachak Chakrabongse
  • Nappol Gomarachun
  • Sirakoop Madhanee
  • Narubeth Jinpinpetch
  • Issara Nadee
  • Rungsit Thongnam
  • Somjet Phayakso
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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