Quando uma figura icônica como Amy Winehouse é tema de uma cinebiografia, a expectativa é alta. No filme “Back to Black”, dirigido por Sam Taylor-Johnson, o público é convidado a revisitar os altos e baixos da vida da cantora britânica.
No entanto, o longa-metragem, que deveria ser um tributo emocionante, acaba se perdendo em escolhas narrativas questionáveis e falta de profundidade, deixando a sensação de que a história de Amy merecia mais.
Sinopse do filme Back to Black (2024)
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Crítica de Back to Black, do Prime Video
Marisa Abela entrega uma atuação dedicada, capturando com autenticidade a fragilidade emocional de Amy, mas seu trabalho é prejudicado por um roteiro que não oferece material suficiente para aprofundar a personagem.
A caracterização visual – com figurinos e cenários fieis à realidade – impressiona, mas não compensa a narrativa desarticulada que deixa de lado marcos importantes, como a colaboração de Amy com Tony Bennett ou seu tempo de recuperação no Caribe.
Abordagem neutra
Ao dar um tom mais indulgente às figuras de Mitch Winehouse e Blake Fielder-Civil, o filme se afasta do que se tornou senso comum sobre a influência deles na vida de Amy. Em vez de aproveitar a oportunidade para explorar as relações tóxicas e as pressões da fama, a direção escolhe uma abordagem “neutra”, que dilui o impacto emocional da história.
Além disso, a montagem desordenada prejudica a imersão. Eventos são apresentados de forma acelerada e sem contexto, dificultando a compreensão do público sobre a cronologia da carreira de Amy e suas conquistas.
Para quem não conhece a fundo sua trajetória, o filme pode transmitir a impressão de que sua vida foi definida apenas por seu relacionamento com Blake e seus problemas com drogas, ignorando seu talento inigualável.
Bons números musicais
Conclusão
“Back to Black” tenta capturar a essência de Amy Winehouse, mas falha em fazer jus à complexidade de sua vida e legado. Embora tenha momentos tocantes e uma atuação digna de nota de Marisa Abela, o filme não consegue transcender sua abordagem previsível e fragmentada.
Para os fãs, é uma oportunidade de reviver alguns dos maiores sucessos de Amy; para os curiosos, pode ser um ponto de partida para conhecer sua história. Mas, para aqueles que buscam um retrato completo e honesto da artista, o documentário Amy (2015), de Asif Kapadia, continua sendo a melhor escolha.