
Foto: Globoplay / Divulgação
“Baseado Numa História Real” retorna em sua temporada 2 dobrando a aposta no absurdo, no sarcasmo e nas reviravoltas sangrentas que marcaram sua estreia em 2023.
A série estrelada por Kaley Cuoco, Chris Messina e Tom Bateman continua brincando com a obsessão contemporânea por crimes reais, mas agora mergulha de vez na insanidade, misturando maternidade, traição, duelos de serial killers e podcasts esquecidos no churrasco.
A trama caminha em um fio tênue entre o cômico e o grotesco, e embora nem sempre acerte o tom, continua sendo um entretenimento viciante, especialmente para quem aprecia um suspense recheado de crítica social e pitadas de humor ácido.
Sinopse da temporada 2 da série Baseado Numa História Real (2024)
Três meses após o sangrento fim da primeira temporada, Ava (Kaley Cuoco) e Nathan (Chris Messina) tentam adaptar-se à rotina de pais do pequeno Jack enquanto lidam com os fantasmas — literais e figurados — do passado. O podcast sensacionalista que os lançou ao estrelato criminoso está parado, e Matt (Tom Bateman), o assassino carismático que virou sócio à força do casal, está supostamente em “reabilitação” num resort no México, noivo da irmã de Ava, Tory (Liana Liberato).
Mas o crime nunca descansa. Uma nova onda de assassinatos levanta a suspeita de um imitador, e as coisas saem do controle quando revelações bombásticas, traições e mais mortes colocam o trio em rota de colisão. Com um clima ainda mais exagerado, a segunda temporada traz oito episódios que culminam em um final explosivo e promissor para o futuro da série.
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Crítica de Baseado Numa História Real (temporada 2), do Globoplay
Os primeiros episódios da temporada tropeçam. A série parece perdida em subtramas pouco inspiradas — como a tentativa de Nathan de reviver sua carreira como treinador de tênis ou a amizade forçada de Ava com a nova personagem Drew (Melissa Fumero). A comédia, antes afiada, soa deslocada, e o enredo, que deveria acelerar, freia demais para falar de fraldas, inseguranças e brunchs maternos.
No entanto, a partir do episódio 5, tudo muda de figura. A narrativa volta a encontrar sua identidade, os diálogos ganham ritmo, o humor ácido retorna e a presença de Matt se intensifica, trazendo de volta o suspense que tanto funcionou na primeira temporada.
Tom Bateman: o assassino que rouba a cena
Se há algo que se mantém constante é a presença magnética de Tom Bateman. O ator entrega uma performance ainda mais refinada como o narcisista Matt, que alterna entre o charme inquietante e a ameaça iminente. Seu jogo de manipulação atinge um novo patamar ao trair Nathan e incriminá-lo por uma nova leva de assassinatos, criando uma tensão crescente entre o trio.
A dinâmica entre Matt, Nathan e Ava é o coração pulsante da série — ora cooperando por conveniência, ora se destruindo por sobrevivência. O fim do “bromance” entre Matt e Nathan é um dos pontos altos da temporada, abrindo espaço para uma possível rivalidade eletrizante no futuro.
Ava, maternidade e obsessões
A personagem de Kaley Cuoco passa por um arco mais caótico do que cativante. A maternidade não suaviza Ava — pelo contrário, a intensifica. Sua transição do podcast para o TikTok é mal aproveitada e subexplorada, mas a atriz mantém energia suficiente para segurar as cenas mais absurdas. Apesar disso, parte da sua jornada soa repetitiva, e a obsessão por crimes reais, que antes era divertida, por vezes vira um fardo narrativo.
Tory e a virada inesperada
Liana Liberato ganha destaque como Tory, e sua personagem percorre um caminho surpreendente: de irmã ingênua a cúmplice de assassinato. Sua transformação é brusca, mas intrigante, culminando em um dos momentos mais chocantes da temporada — o assassinato da ex-esposa de Matt. A atuação de Melissa Fumero como Olivia/Drew, embora breve, adiciona intensidade ao elenco e deixa um gosto de “queria mais”.
A crítica (confusa) ao true crime
A série tenta, entre um banho de sangue e outro, levantar questionamentos sobre a banalização do crime real na cultura pop. Porém, a mensagem se perde em meio às reviravoltas e piadas. Um momento Ava defende o consumo de true crime como ferramenta de proteção feminina, no outro a narrativa pinta todos os envolvidos como “doentes”. O resultado é um discurso desalinhado que tenta morder mais do que pode mastigar.
Um final explosivo e promissor
Os dois episódios finais são de tirar o fôlego. A revelação da verdadeira assassina (irmã de Chloe, interpretada por Sara Paxton) adiciona uma camada trágica e interessante à narrativa. Matt, por sua vez, arma sua fuga e consegue incriminar Nathan, encerrando a temporada com a prisão do ex-tenista e a promessa de um confronto mortal entre assassinos na próxima leva de episódios.
Conclusão
A temporada 2 de “Baseado Numa História Real” oscila entre altos e baixos, mas no fim das contas entrega uma dose generosa de entretenimento sangrento e viciante. O roteiro perde força em seu início e desperdiça alguns bons personagens, mas se recupera bem ao apostar nas dinâmicas centrais e reviravoltas ousadas.
Não é tão afiada quanto a primeira temporada, mas continua sendo uma sátira divertida — ainda que por vezes desgovernada — do fascínio coletivo por assassinos em série e a espetacularização da tragédia. Se os roteiristas souberem dar fim à jornada com ousadia, a próxima temporada tem tudo para ser a melhor.
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Onde assistir à série Baseado Numa História Real?
A série está disponível para assistir no Globoplay.
Trailer da temporada 2 de Baseado Numa História Real (2024)
Elenco de Baseado Numa História Real, do Globoplay
- Kaley Cuoco
- Chris Messina
- Tom Bateman
- Liana Liberato
- Priscilla Quintana
- Jessica St. Clair
Ficha técnica da série Baseado Numa História Real
- Título original: Based on a True Story
- Criação: Craig Rosenberg
- Gênero: comédia
- País: Estados Unidos
- Temporada: 2
- Episódios: 8
- Classificação: 16 anos