A Segunda Guerra Mundial continua sendo uma fonte inesgotável de histórias inspiradoras e pouco conhecidas. “Batalhão 6888” (The Six Triple Eight), dirigido por Tyler Perry, busca trazer à tona uma dessas narrativas: o único batalhão feminino e negro do Women’s Army Corps enviado à Europa durante o conflito.
Com um elenco liderado por Kerry Washington, o longa promete emocionar, mas será que entrega uma representação fiel e envolvente dessa notável jornada histórica?
“Batalhão 6888” acompanha o 6888º Batalhão de Diretório Postal, formado por 855 mulheres negras lideradas pela Major Charity Adams (Kerry Washington). A missão do grupo? Organizar e entregar 17 milhões de cartas atrasadas destinadas a soldados americanos na Europa.
Em meio ao caos da guerra e enfrentando racismo e condições adversas, essas mulheres provaram que coragem e determinação podem transformar desafios em vitórias.
Enquanto lutam contra o preconceito dentro e fora do exército, essas heroínas transformam um trabalho considerado “menor” em uma operação essencial para a moral dos combatentes no front. O filme também apresenta histórias paralelas de personagens como Lena Derriecott (Ebony Obsidian), cuja motivação pessoal para integrar o batalhão adiciona uma camada de drama à narrativa.
Tyler Perry, conhecido por seus dramas marcados por exageros emocionais, surpreende ao se aventurar no gênero de filmes históricos com “Batalhão 6888”. O longa se destaca por escolher um tema significativo: a luta de mulheres negras por reconhecimento em um período de extrema segregação racial. No entanto, a execução deixa a desejar em diversos aspectos.
O maior mérito do filme é a atuação de Kerry Washington, que oferece uma performance digna como Major Charity Adams, equilibrando autoridade e vulnerabilidade. Sua presença confere credibilidade a um roteiro que, por vezes, soa raso e cheio de caricaturas.
Ebony Obsidian também brilha em momentos específicos, embora sua personagem, Lena, seja prejudicada por subtramas forçadas, como o romance com um soldado branco, que pouco contribui para a narrativa principal.
Tom oscilante
Por outro lado, o tom do filme oscila entre o drama histórico e o melodrama, prejudicando a imersão do espectador. Coadjuvantes como General Halt (Dean Norris) e Eleanor Roosevelt (Susan Sarandon) são retratados de forma exagerada, beirando o cartunesco. Além disso, a direção de arte e o design de produção carecem de autenticidade, com cenários que mais lembram produções televisivas de baixo orçamento.
Embora as cenas que mostram o batalhão trabalhando na organização das cartas sejam envolventes, elas representam apenas uma pequena fração do filme. O restante da narrativa é disperso, com diálogos que oscilam entre o óbvio e o excessivamente dramático. Tyler Perry parece mais preocupado em gerar momentos emocionais impactantes do que em explorar a profundidade histórica ou os conflitos internos dessas mulheres.
Apesar dessas falhas, o filme consegue transmitir uma mensagem importante sobre resiliência e a luta contra a invisibilidade histórica. Ao destacar o papel crucial dessas mulheres na guerra, “Batalhão 6888” dá luz a uma história que merece ser contada, mesmo que a execução não esteja à altura de sua relevância.
“Batalhão 6888” é uma tentativa ambiciosa de Tyler Perry de homenagear mulheres esquecidas pela história, mas peca pela falta de sutileza e profundidade. Enquanto Kerry Washington e parte do elenco conseguem trazer emoção e dignidade às suas atuações, o roteiro e a direção limitam o impacto da narrativa.
Ainda assim, o filme serve como uma introdução necessária a uma história real que merece mais espaço nos livros de história – e no cinema.
Se você é apaixonado por relatos inspiradores da Segunda Guerra Mundial, vale assistir ao filme para conhecer a jornada dessas mulheres extraordinárias. Mas, ao fazê-lo, esteja preparado para enfrentar um roteiro que muitas vezes troca a autenticidade pela grandiloquência.
Navegando nas águas do marketing digital, na gestão de mídias pagas e de conteúdo. Já escrevi críticas de filmes, séries, shows, peças de teatro para o sites Blah Cultural e Ultraverso. Agora, estou aqui em um novo projeto no site Flixlândia.
Como vc pode falar q o romance de Lena com David é irrelevante pra história se foi por conta dele q ela resolveu se voluntariar?! A história em si é dela e isso foi uma parte muito importante q contribuiu para ela chegar onde chegou, o filme é excelente, deu visibilidade para mulheres negras de um acontecimento q pouquíssimos tem conhecimento. Esse filme não merece críticas, é um puta filme somente pela belíssima história.
Como vc pode falar q o romance de Lena com David é irrelevante pra história se foi por conta dele q ela resolveu se voluntariar?! A história em si é dela e isso foi uma parte muito importante q contribuiu para ela chegar onde chegou, o filme é excelente, deu visibilidade para mulheres negras de um acontecimento q pouquíssimos tem conhecimento. Esse filme não merece críticas, é um puta filme somente pela belíssima história.