
Foto: Max / Divulgação
Sinopse do episódio 40, final da novela Beleza Fatal (2025)
Crítica do episódio 40, final de Beleza Fatal, da Max
Sofia: uma heroína às avessas
A trajetória de Sofia foi, desde o início, construída em cima do desejo de vingança pela injustiça cometida contra sua mãe. O problema é que a personagem cruzou tantas linhas éticas e morais ao longo do caminho que perdeu qualquer resquício de empatia.
Sua confissão final é feita com frieza, como quem acredita ainda estar em controle da narrativa. No entanto, o roteiro é inteligente ao mostrar que sua “vitória” é oco — ela está livre, mas desprovida de afeto, conexão e identidade.
A última cena, em que encara uma menina que a lembra de si mesma, é um dos momentos mais potentes da novela: não há redenção, apenas o eco de um passado que insiste em retornar.
Lola: a ruína de uma vilã trágica
Camila Pitanga entrega uma performance visceral no episódio final. Lola, que começou como antagonista, termina como figura trágica. Seu colapso emocional, a tentativa de homicídio contra Sofia e o incêndio da Lolaland revelam uma mulher totalmente consumida por sua própria destruição.
Mas o roteiro ainda permite que ela mantenha certo senso de dignidade — sua fala para Sofia na prisão, onde afirma que a rival também está presa, só que por dentro, ressoa como um soco no estômago.
Um elenco afiado e um roteiro sem medo
O mérito de “Beleza Fatal” está também no trabalho coletivo. Caio Blat, Giovanna Antonelli, Marcelo Serrado, Julia Stockler, entre outros, compuseram um painel de personagens moralmente ambíguos e emocionalmente densos. A direção soube imprimir ritmo sem perder o tom dramático, e o texto de Montes manteve uma coerência rara nas novelas contemporâneas — até mesmo nos momentos mais absurdos.
Se por um lado a revelação do assassino pareceu previsível para parte do público, por outro, o impacto psicológico e emocional da revelação foi suficientemente devastador para sustentar o clímax.