O caso Eloá é um dos eventos mais chocantes na história real criminal brasileira, marcando profundamente a cobertura midiática e a atuação policial da época. Em outubro de 2008, um sequestro em Santo André, na Região Metropolitana de São Paulo, parou o Brasil por mais de quatro dias, com grande parte da tragédia sendo televisionada em tempo real.
O desfecho trágico culminou na morte de Eloá Cristina Pimentel, uma adolescente de apenas 15 anos. Dezessete anos após o crime, ele é recontado no novo documentário true crime da Netflix, intitulado Caso Eloá: Refém ao Vivo, lançado em 2025.
A produção reconstrói os fatos com depoimentos inéditos de familiares, amigos e jornalistas, e teve acesso ao diário da própria vítima. O objetivo do documentário é mostrar o que a mídia não revelou na época e tentar, finalmente, dar voz à Eloá.
Lindemberg Alves: quem era o sequestrador de Eloá?
Lindemberg Alves, que tinha 19 anos quando começou o namoro com Eloá, de apenas 12, iniciou o sequestro aos 22 anos. A relação do casal durou dois anos e sete meses, com várias idas e vindas, terminando por iniciativa dele em setembro de 2008.
Arrependido, Lindemberg tentou reatar, mas Eloá negou. A recusa da jovem intensificou o ressentimento do ex-namorado, levando-o ao crime passional.
Em 13 de outubro de 2008, Lindemberg invadiu o apartamento de Eloá, armado, enquanto ela e três amigos realizavam um trabalho escolar. Victor e Iago foram liberados no mesmo dia, mas Eloá e sua amiga Nayara permaneceram em cárcere privado.
Siga o Flixlândia no WhatsApp e fique por dentro das novidades de filmes, séries e streamings
A cronologia do cárcere privado de Eloá Pimentel
O sequestro se arrastou por mais de cem horas. No dia seguinte, 14 de outubro, Nayara Rodrigues foi libertada, permanecendo apenas Eloá e Lindemberg no apartamento.
Nayara relatou ter ficado sob a mira da arma e confirmou que Lindemberg agredia Eloá no cativeiro, informação que também foi corroborada por vizinhas. Apesar desses relatos, a polícia ordenou que Nayara voltasse ao apartamento no dia 15, pois a consideravam um “ponto de equilíbrio” nas negociações.
O comandante da operação, coronel Eduardo Félix, afirmou que a estratégia policial era esgotar todos os meios de negociação, considerando a situação um “jovem, com uma decepção amorosa”. Um promotor de Justiça chegou a oferecer garantias de que o sequestrador não seria ferido ao se entregar.

Qual foi o papel da mídia no caso Eloá?
Uma das maiores controvérsias do caso reside na intensa cobertura midiática. Diversos telejornais transmitiram o sequestro ao vivo, expondo a imagem de Eloá chorando debruçada na janela, em uma cobertura considerada por muitos como irresponsável.
O momento mais polêmico ocorreu quando o programa A Tarde é Sua, da RedeTV!, fez uma ligação telefônica ao vivo com Lindemberg. O repórter Luiz Guerra conversou com o sequestrador por cerca de sete minutos, bloqueando a linha que estava sendo usada pela polícia para as negociações.
A apresentadora Sônia Abrão foi duramente criticada pela intervenção, que, segundo juristas, era perigosa e interferiu na atividade policial. Nayara confirmou em seu depoimento de 2012 que Lindemberg assistia às reportagens na televisão enquanto as mantinha reféns, querendo se vingar de Eloá.
- [CRÍTICA] ‘Sombras no Deserto’: Nicolas Cage estrela filme sobre um Jesus adolescente sem tentar ser religioso
- ‘Truque de Mestre 3’ chega ao cinema: onde assistir online ao segundo filme?
- ‘Harry Potter e o Cálice de Fogo’ completa 20 anos e volta ao cinema: onde assistir ao filme online no streaming
A tragédia e o julgamento
Na noite de 17 de outubro, o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) explodiu a porta do apartamento e invadiu o local. Lindemberg reagiu, atirando contra as reféns antes de ser detido.
Nayara foi ferida no rosto, mas conseguiu sair andando do apartamento. Eloá, atingida na cabeça e na virilha, foi levada inconsciente ao hospital, tendo sua morte cerebral confirmada na noite de sábado, 18 de outubro.
Lindemberg Alves Fernandes foi condenado em fevereiro de 2012, a 98 anos e 10 meses de prisão, pelos 12 crimes, incluindo homicídio qualificado e duas tentativas de homicídio. O caso é considerado por especialistas como um feminicídio, dada a motivação relacionada ao término e à recusa da adolescente em aceitar a decisão do ex-namorado.
Quer saber mais sobre filmes, séries e streamings? Então acompanhe o trabalho do Flixlândia nas redes sociais pelo Instagram, X, TikTok e YouTube, e não perca nenhuma informação sobre o melhor do mundo do audiovisual.
Onde Lindemberg Alves está hoje?
A pena inicial de Lindemberg foi reformada em 2013 pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, sendo reduzida para 39 anos e três meses de reclusão. Ele permaneceu preso na Penitenciária de Tremembé II.
Desde 2022, ele cumpre a pena em regime semiaberto. Sua sentença foi mais uma vez amenizada em março de 2025, com a redução de mais de 100 dias. Essa redução se deu por conta de trabalhos prestados e um curso de empreendedorismo que ele realizou enquanto estava preso.















