A Apple TV+ tem se destacado por suas produções de alta qualidade, e o lançamento de “Chefe de Guerra” (originalmente Chief of War) promete ser um divisor de águas no panorama do streaming.
A série, que estreou os dois primeiros de seus nove episódios em 1º de agosto de 2025, com capítulos semanais às sextas-feiras até 19 de setembro, oferece uma narrativa sem precedentes sobre a unificação e colonização das Ilhas Havaianas no final do século XVIII.
Mas o que torna “Chefe de Guerra” verdadeiramente única é seu compromisso inabalável com a autenticidade e a perspectiva indígena, um projeto pessoal liderado pelo ator Jason Momoa, natural de Honolulu.
O que é Chefe de Guerra, nova série da Apple TV+?
“Chefe de Guerra” é um drama histórico que mergulha na complexa e muitas vezes brutal história do Havaí antes da chegada massiva dos colonizadores ocidentais. A trama se desenrola no final do século XVIII, um período de intensas transformações nas ilhas, marcadas pelo contato com europeus e pela consolidação de Kamehameha I como soberano do reino havaiano unificado.
Quando estreia Chefe de Guerra na Apple TV+?
A série lançou seus dois primeiros episódios em 1º de agosto de 2025, com novos capítulos sendo adicionados semanalmente às sextas-feiras, e o final da temporada está previsto para 19 de setembro de 2025
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Qual a história real de Chefe de Guerra: conheça Ka’iana, o verdadeiro guerreiro havaiano
O protagonista da série é Ka’iana, interpretado por Jason Momoa. Pouco conhecido fora do arquipélago, Ka’iana era um guerreiro e chefe de linhagem nobre (ali’i), herdeiro de uma importante estirpe. Ele cresceu imerso nos rígidos códigos de honra e poder da sociedade havaiana tradicional.
Por volta de 1787, impulsionado por sua curiosidade pelo mundo além das ilhas, Ka’iana embarcou em uma jornada incomum, acompanhando exploradores ocidentais em viagens marítimas pelo Pacífico, passando pelas Filipinas, China e até Macau. Essa experiência o tornou o primeiro havaiano a circunavegar uma parte significativa do oceano, ampliando sua visão de mundo e fortalecendo suas ambições.
Ao retornar ao Havaí, Ka’iana inicialmente aliou-se a Kamehameha I, que na época travava campanhas militares para unificar o arquipélago. Reconhecido por seu talento militar e carisma, Ka’iana desempenhou um papel crucial na conquista de O’ahu em 1795.
Contudo, desentendimentos sobre sua posição no novo regime e o temor de ser eliminado por Kamehameha, que via com desconfiança sua popularidade e ligação com estrangeiros, levaram Ka’iana a uma decisão fatídica: mudar de lado.
Pouco antes da decisiva Batalha de Nu’uanu, Ka’iana desertou e uniu-se às forças de Kalanikūpule, líder de O’ahu, passando a lutar contra o rei que outrora apoiara. Essa traição foi um golpe simbólico e estratégico, com Ka’iana ajudando a fortificar posições em Nu’uanu Pali, o penhasco onde ocorreria o confronto final.
Apesar de seus esforços, as forças de Kamehameha prevaleceram, e Ka’iana foi morto no campo de batalha, em uma das cenas mais dramáticas da história havaiana.
Qual o papel de Jason Momoa em Chefe de Guerra?
Jason Momoa não só interpreta o protagonista Ka’iana, mas também co-criou, co-escreveu, produziu executivamente e dirigiu o episódio final da série.
Ele considera este um de seus trabalhos mais pessoais e libertadores, comparando a experiência a filmes épicos como “Coração Valente” e “O Último dos Moicanos”. Momoa, que é de ascendência havaiana e nascido em Honolulu, expressou seu desejo de criar uma grande história épica sobre a cultura e os reis havaianos.
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Qual a importância da Pedra Naha para Kamehameha?
Um feito lendário que selou a fama de Kamehameha como líder predestinado foi o movimento da Pedra Naha, uma rocha sagrada que, segundo a tradição, só seria deslocada por quem estivesse destinado a unificar as ilhas. Este evento acirrou os conflitos com seu primo Kīwala‘ō, herdeiro legítimo de seu tio Kalani‘ōpu‘u, desencadeando a guerra pela unificação.
Kamehameha venceu seus rivais e consolidou seu domínio não apenas pela força, mas também por sua habilidade política e diplomacia, integrando adversários ao novo governo e mantendo uma delicada rede de alianças. Ele implementou sistemas administrativos e judiciais, como as Leis de Mamalahoe, ou “Lei da Canoa Partida”, que garantiam proteção aos civis em tempos de guerra.
Por volta de 1810, Kamehameha havia unificado todas as principais ilhas do arquipélago havaiano sob sua liderança, estabelecendo as bases para o Reino do Havaí. Ele também incentivou o comércio exterior, equilibrando tradições havaianas com influências estrangeiras.
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Autenticidade e imersão cultural: como a série Chefe de Guerra usa a língua havaiana?
“Chefe de Guerra” se destaca por sua profunda imersão cultural. Ao invés de ser toda falada em inglês, a série faz uso extensivo do idioma havaiano (ōlelo Hawai’i) para imprimir veracidade à história. Essa escolha é parte de um esforço maior para contar a história do Havaí a partir do ponto de vista de seus povos originários, resgatando vozes e verdades frequentemente ignoradas por relatos históricos eurocêntricos.
A produção envolveu consultores culturais em todos os departamentos para garantir o mais alto grau de autenticidade possível. Detalhes como a construção artesanal de canoas de guerra (wa’a) utilizando materiais locais e técnicas históricas foram cuidadosamente recriados. As canoas, ou wa’a, eram fundamentais para a navegação e a guerra, e sua construção reflete a profunda conexão havaiana com a natureza.
O elenco é majoritariamente polinésio, reforçando o compromisso com a representação autêntica. Kaina Makua, por exemplo, que interpreta Kamehameha, era um agricultor de taro e treinador de canoagem sem experiência prévia em atuação, sendo recomendado por Momoa e um consultor cultural.
A série também aborda aspectos complexos da cultura havaiana, como a figura dos māhūs (pessoas que se identificam com ambos os gêneros), cuja aceitação natural foi reprimida pela chegada de missionários calvinistas no século XIX. Práticas tradicionais como a arte guerreira Lua e as danças Hula Ai Kahiko, que foram proibidas por colonizadores, são elementos cruciais da trama e representam a perseverança da cultura havaiana.
Onde foi filmada a série Chefe de Guerra?
“Chefe de Guerra” foi filmada entre o Havaí e a Nova Zelândia, com cenas de batalha impressionantes gravadas nos campos de lava de Kalapana, no Havaí. A trilha sonora épica é uma colaboração de Hans Zimmer e James Everingham, incorporando instrumentos tradicionais havaianos.
Por que Chefe de Guerra é um marco cultural?
“Chefe de Guerra” transcende o entretenimento para se tornar um marco na forma como o mundo vê a história dos povos indígenas. A série levanta dilemas profundos sobre identidade, pertencimento e a ruptura com o sistema, explorando como a colonização não se manifesta apenas com armas, mas também com o apagamento cultural.
A produção oferece uma oportunidade para que as crianças havaianas se vejam representadas de forma digna e orgulhosa, com seus ancestrais como heróis, e não meros coadjuvantes de sua própria história.
A crítica tem recebido “Chefe de Guerra” de forma favorável, com uma aprovação de 89% no Rotten Tomatoes e uma pontuação de 72/100 no Metacritic, destacando sua autenticidade e a performance de Jason Momoa.
Para os fãs, a série promete não apenas ação e drama, mas uma imersão cultural que educa e emociona, servindo como um convite para olhar além de nossas próprias realidades e reconhecer a riqueza das culturas ancestrais. A expectativa é que “Chefe de Guerra” seja apenas o começo de um novo espaço para as vozes indígenas nas grandes produções de Hollywood.
Onde assistir à série Chefe de Guerra?
A série está disponível para assistir na Apple TV+.
Assista ao trailer de Chefe de Guerra (2025)
Elenco de Chefe de Guerra, da Apple TV+
- Jason Momoa
- Luciane Buchanan
- Te Ao o Hinepehinga
- Te Kohe Tuhaka
- Brandon Finn
- Siua Ikale’o
- Mainei Kinimaka
- Temuera Morrison
