
Foto: Disney Plus+ / Reprodução
Depois de uma temporada marcada por altos e baixos, “Demolidor: Renascido” finalmente encontra seu pulso dramático no episódio 8. “Ilha da Alegria” entrega tudo o que os fãs esperavam desde o início: reviravoltas impactantes, vilania elegante, violência estilizada e, acima de tudo, consequências emocionais verdadeiras.
Com direção precisa e um roteiro que volta a se alinhar com os melhores momentos da série original da Netflix, este episódio resgata o espírito sombrio e complexo que tornou o Demolidor uma das figuras mais interessantes do Universo Marvel.
Sinopse do episódio 8 da série Demolidor: Renascido (2025)
Matt Murdock (Charlie Cox) continua a investigar o assassinato de Foggy Nelson, e uma pista sutil em um copo de uísque o leva à descoberta de que seu amigo pode ter sido morto por estar perto demais da verdade. Ao confrontar o Mercenário (Wilson Bethel), Matt percebe que há algo muito maior em jogo.
A revelação bombástica vem durante um baile de gala promovido por Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio), onde Matt descobre que não foi Fisk, mas sim Vanessa (Ayelet Zurer), quem ordenou o assassinato de Foggy. Enquanto isso, Poindexter escapa da prisão de forma brutal e tenta executar o prefeito no baile, apenas para ser impedido por Matt — que se joga na frente do tiro.
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Crítica de Demolidor: Renascido (episódio 8), do Disney+
Justin Benson e Aaron Moorhead trazem ao episódio uma direção que respira ousadia. A escolha de abrir com uma rosa azul — que, aos poucos, revela-se parte da visão do Mercenário — já indica um salto estético.
O azul, presente em diversos momentos, representa frieza e obsessão, acompanhando a presença de Dex com uma força simbólica rara na série. O baile, gravado com uma paleta de preto e branco, ganha contraste dramático com o vestido vermelho de Vanessa — um sinal claro de que ela é a força dissonante daquela noite de aparências.
A cena de fuga do Mercenário na prisão, em que ele usa o próprio dente como arma, flerta com o absurdo, mas acerta em cheio no estilo. A sequência é brutal, estilizada e funcional: mostra como a violência pode ser coreografada com inteligência visual sem perder impacto narrativo.
Vanessa Fisk: da sombra ao protagonismo
A maior surpresa do episódio — e, talvez, da temporada — é a revelação de Vanessa como a mente por trás da morte de Foggy. O roteiro acerta ao não entregar isso em um monólogo expositivo, mas sim em pequenos gestos e sinais, como a escolha da bebida no bar, o confronto sutil durante a dança e o acelerado batimento cardíaco que Matt capta com seus sentidos.
Vanessa deixa de ser apenas “a esposa do Rei do Crime” e assume a figura de vilã plena, fria e estratégica. Ao matar Adam sem hesitar, ela não apenas reafirma sua lealdade a Fisk, mas mostra que está disposta a sujar as mãos para manter o império do marido em pé — ou para, quem sabe, comandá-lo.
Matt em queda livre: impulsividade, dor e moral
Charlie Cox entrega aqui uma de suas melhores atuações como Matt Murdock. Impulsivo, descontrolado, emocionalmente fraturado, ele flerta com o limite de seus princípios. Ao salvar Fisk, mesmo sabendo que ele é o arquétipo do mal, Matt reafirma que sua bússola moral ainda está firme — mesmo que tudo ao redor esteja desmoronando.
O confronto entre o herói e sua própria incapacidade de lidar com perdas é o que dá peso a cada decisão. Ao descobrir que Vanessa foi responsável pela morte de Foggy, sua dor se transforma em um novo tipo de fardo: um que não pode ser expiado com socos, mas que exige justiça. Não vingança.
Os buracos ainda estão lá — e atrapalham
Mesmo com a qualidade evidente do episódio, “Renascido” ainda carrega as cicatrizes da sua reformulação. Algumas elipses temporais são mal resolvidas, personagens são descartados sem cerimônia (Muso, Tigre Branco), e o arco de Heather Glenn segue sendo uma frustração. Sua crítica ao Demolidor, embora válida, carece de base narrativa. Ela é tratada mais como um obstáculo do que como alguém com agência real.
A Força-Tarefa Antivigilantismo, por exemplo, surge já consolidada e com aprovação popular sem nunca ter sido desenvolvida organicamente. É um caso clássico de “diga, não mostre” — algo que o roteiro, por vezes, consegue evitar, mas que aqui volta a incomodar.
O clímax e a promessa de redenção
O atentado no baile amarra todos os fios narrativos. Mercenário, Vanessa, Fisk e Matt se encontram no mesmo espaço, e tudo culmina em uma única bala. Matt, ao se jogar na frente de seu inimigo, fecha o arco do episódio com a nobreza trágica que define o Demolidor. O sangue no terno branco de Fisk não é apenas estética — é símbolo do pacto selado entre esses personagens: cada um preso à sua própria moralidade torta.
Conclusão
O episódio 8 de “Demolidor: Renascido” é, sem dúvida, o ponto alto da temporada. Mesmo com falhas herdadas do processo conturbado de produção, “Ilha da Alegria” representa o que a série sempre prometeu ser: um drama sombrio, adulto e corajoso. Ele resgata a identidade que a série teve na Netflix sem se limitar a ela, e aponta um caminho possível — e promissor — para o futuro.
Agora, com Matt ferido, Mercenário à solta e Vanessa no comando, o tabuleiro está montado para um final explosivo. Se o episódio final mantiver o nível deste capítulo, “Demolidor: Renascido” pode, enfim, justificar seu nome.
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Onde assistir à série Demolidor: Renascido?
A série está disponível para assistir no Disney+.
Trailer dublado de Demolidor: Renascido (2025)
Demolidor: Renascido: trailer legendado da série
Elenco de Demolidor: Renascido, do Disney+
- Charlie Cox
- Margarita Levieva
- Wilson Bethel
- Jon Bernthal
- Vincent D’Onofrio
- Deborah Ann Woll
- Genneya Walton
- Will Fitz
- Michael Gaston
- Daniel Gerroll
- Susan Varon
- CJ Parson
Ficha técnica da série Demolidor: Renascido
- Título original: Daredevil: Born Again
- Criação: Matt Corman, Chris Ord
- Gênero: ação, aventura, policial, suspense, drama
- País: Estados Unidos
- Temporada: 1
- Episódios: 9
- Classificação: 16 anos