A série Dept Q estreou na Netflix em 29 de maio e, desde então, tem despertado grande curiosidade entre os fãs de dramas policiais sobre sua possível história real.
A produção ambientada em Edimburgo apresenta o detetive Carl Morck, um homem marcado por um trauma profissional e designado a investigar casos esquecidos pela polícia.
A narrativa densa, os personagens introspectivos e os cenários sombrios da capital escocesa ajudam a criar uma atmosfera que soa bastante verossímil ao público.
Com esse tom realista, muitos se perguntam: até onde vai a ficção em Dept Q e o que, de fato, se baseia na realidade?
É uma história real?
Apesar da dúvida comum entre os espectadores, Dept Q não é baseada em uma história real. A trama é puramente ficcional, mas inspirada em fatos estruturais.
A série é uma adaptação da obra literária do autor dinamarquês Jussi Adler-Olsen, um dos grandes nomes da ficção policial nórdica contemporânea.
A primeira temporada tem como base o livro O Guardião das Causas Perdidas, publicado em 2007, o primeiro volume da saga do detetive Carl Mørck.
O personagem Carl foi transferido para uma nova divisão que cuida de casos antigos, mas se recusa a aceitar o papel passivo que lhe foi imposto.
Mesmo com a mudança do cenário original da Dinamarca para a Escócia, a essência da narrativa permanece fiel ao conteúdo dos livros.
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O que é fictício e o que remete à realidade?
Embora os crimes retratados na série sejam invenções dos roteiristas, a ideia de um departamento para investigar casos arquivados não é completamente inventada.
Na Escócia, a Police Authority conta com um setor forense que revisa crimes antigos, buscando novas evidências que possam levar à solução dos casos.
Universidades como a Glasgow Caledonian também investem em projetos acadêmicos voltados a desaparecimentos e investigações sem conclusão.
Essas iniciativas não serviram de base direta para a série, mas mostram que o conceito central da trama tem respaldo no mundo real.
Uma longa trajetória dos livros até a Netflix
Antes de virar série, Dept Q já havia ganhado vida no cinema, com quatro filmes dinamarqueses entre 2013 e 2016 baseados nos primeiros livros da saga.
A adaptação atual é assinada por Scott Frank, conhecido por obras como O Gambito da Rainha. Ele escreve e dirige vários episódios da nova versão.
Frank decidiu levar a história para Edimburgo após visitar a cidade e perceber seu potencial dramático, com sua arquitetura gótica e clima nebuloso.
Na nova versão, Carl Morck é um policial inglês recém-transferido para a Escócia após um episódio traumático. Ele passa a chefiar uma divisão criada para salvar a imagem da polícia.
Quem está no elenco de ‘Dept Q’?
O papel principal ficou com Matthew Goode, que interpreta o introspectivo Carl. O ator já havia trabalhado com o diretor em outros projetos anteriores.
No elenco também estão Leah Byrne, Alexej Manvelov, Kelly Macdonald, Kate Dickie, Shirley Henderson, Jamie Sives e Mark Bonnar.
A personagem de Akram Salim, interpretada por Manvelov, substitui o Assad dos livros originais, mantendo o papel de parceiro de investigação e conselheiro inesperado.
A atuação do elenco, aliada ao roteiro bem estruturado, ajuda a manter o interesse nos casos e na vida particular dos personagens.
A cidade de Edimburgo como peça-chave da narrativa
Edimburgo não foi apenas escolhida pelo visual. A cidade também se encaixa com os dilemas internos dos personagens e o peso emocional das investigações. O contraste entre o antigo e o moderno se reflete nas tramas que envolvem mistérios do passado e tentativas de reparação no presente.
Carl, por ser um inglês solitário em solo escocês, encara choques culturais e desafios institucionais que contribuem para o conflito da narrativa.
Esse cenário adiciona complexidade à série, que vai além das investigações policiais e mergulha em temas como culpa, isolamento e busca por sentido.
Vale a pena assistir?
Com nove episódios na primeira temporada, Dept Q oferece tramas bem construídas, personagens marcantes e investigações cheias de tensão. Para quem aprecia produções como Mindhunter ou Broadchurch, a série pode agradar por sua densidade emocional e ritmo cuidadoso.
Embora seja ficção, a série consegue criar uma atmosfera tão crível que parece, por vezes, retratar algo que realmente aconteceu.
A adaptação da Netflix amplia o alcance dos livros de Jussi Adler-Olsen e reacende o interesse por histórias de crimes arquivados.

Mesmo que Dept Q e a ideia de uma história real estejam ligados apenas por estruturas semelhantes, a série usa a ficção com inteligência para tratar de temas bastante plausíveis.
A produção não se baseia em casos específicos, mas aproveita elementos da realidade para compor uma narrativa convincente e atual.
Ao mostrar que a verdade nem sempre é encontrada na primeira tentativa, Dept Q reforça a importância de insistir nas perguntas certas — mesmo quando todos já desistiram.
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