
Foto: Paramount+ / Divulgação
“Dexter: Pecado Original” chega ao final de sua primeira temporada com o episódio Código Azul levantando uma questão pertinente: revisitar o passado de um personagem tão icônico agrega algo novo à franquia ou apenas alonga desnecessariamente a mitologia já estabelecida?
A série nasceu com uma proposta ambiciosa: explorar a juventude de Dexter Morgan e aprofundar os eventos que moldaram sua trajetória como serial killer. Mas nem sempre as boas intenções vingam. Será que foi o caso desta série do Paramount+? É o que vamos descobrir a partir de agora.
Sinopse do episódio 10, final da série Dexter: Pecado Original (2024)
O episódio final da temporada aprofunda a relação entre Dexter (Patrick Gibson) e seu código moral, ao mesmo tempo em que dá mais espaço para Brian Moser (Roby Attal).
O confronto entre passado e presente é o fio condutor da narrativa: enquanto Dexter encara um dilema moral ao decidir entre salvar Nicky ou ceder ao seu instinto assassino, Brian revisita seus próprios traumas e segue sua jornada de vingança.
Paralelamente, Harry (Christian Slater) confronta Brian sobre seus crimes e sobre o impacto da separação dos irmãos. No desfecho, a série sugere que o ciclo de violência está longe de terminar.
+ Início de ‘Yellowjackets 3’ mostra sinais de melhora em relação à temporada anterior
+ ‘O Melhor Infarto da Minha Vida’ e a arte de rir da própria desgraça
+ ‘Homicídio nos EUA: Gabby Petito’, um retrato inquietante da violência doméstica
Crítica do 10º episódio, final de Dexter: Pecado Original, do Paramount+
Se há um grande acerto em “Dexter: Pecado Original” é a escolha do elenco. Patrick Gibson e Roby Attal capturam bem a essência dos personagens que já conhecemos, sem cair na simples imitação dos trabalhos de Michael C. Hall e Christian Camargo. Gibson, em particular, consegue transitar com naturalidade entre o desejo por sangue e a necessidade de seguir um código moral, enquanto Attal constrói um Brian cada vez mais trágico e vingativo.
Entretanto, o episódio final escancara os principais problemas da série. O roteiro, preocupado em pavimentar o futuro da franquia, sacrifica a lógica interna e a coerência narrativa.
O embate entre Dexter e Aaron Spencer, por exemplo, se desenrola de forma exageradamente cinematográfica, transformando um thriller psicológico em um espetáculo de ação pouco condizente com a identidade da franquia. Além disso, a motivação de Spencer soa artificial, deixando a impressão de que o vilão foi inserido apenas para cumprir uma função dentro da jornada de Dexter.
Outro ponto problemático é a insistência em prolongar a história de Brian. Embora seu desenvolvimento seja um dos elementos mais interessantes da série, a forma como seu arco é conduzido beira a conveniência narrativa. O flashback dentro de flashback e o confronto final com Harry, que deveria ser catártico, acabam funcionando mais como um pretexto para justificar possíveis futuras temporadas.
Por outro lado, a série acerta ao explorar a evolução de Dexter como assassino meticuloso. O episódio destaca momentos-chave para a construção de sua identidade, como a escolha de salvar Nicky antes de matar Spencer e a simbólica cena do descarte do corpo no mar – um rito de passagem para o protagonista. No entanto, esses momentos se perdem em meio a resoluções apressadas e ganchos previsíveis.
Conclusão
O final de “Dexter: Pecado Original” cumpre seu papel de estabelecer a jornada de Dexter como serial killer, mas deixa a sensação de que a série está mais preocupada em justificar sua existência do que em contar uma história coesa. Embora tenha bons momentos e performances sólidas, a produção tropeça ao exagerar na construção do futuro e negligenciar o impacto de suas escolhas narrativas.
Se houver uma segunda temporada, a esperança é que a série encontre um equilíbrio melhor entre nostalgia e inovação. Caso contrário, talvez seja melhor deixar o passado de Dexter onde ele sempre esteve: no mistério e na ambiguidade que fizeram dele um dos personagens mais fascinantes da televisão.
Siga o Flixlândia nas redes sociais
Onde assistir à série Dexter: Pecado Original?
Trailer de Dexter: Pecado Original (2024)
Elenco de Dexter: Pecado Original, do Paramount+
- Patrick Gibson
- Christian Slater
- Molly Brown
- Christina Milian
- James Martinez
- Alex Shimizu
- Reno Wilson
- Patrick Dempsey