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[CRÍTICA] ‘Fallout’ (2×02): entre o trauma real e a ‘Regra de Ouro’ da estupidez

Foto: Prime Video / Divulgação
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Depois de uma estreia que precisou reintroduzir muita coisa, o episódio 2 da temporada 2 de Fallout, intitulado “A Regra de Ouro”, pisa no acelerador em termos de construção de mundo, mas dá umas derrapadas feias no desenvolvimento de alguns protagonistas.

Se por um lado somos presenteados com o visual deslumbrante de uma tragédia anunciada, por outro, temos que aguentar a sensação de déjà vu em arcos que já deveriam ter evoluído.

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Sinopse

O episódio abre com um flashback devastador da destruição de Shady Sands, lar original de Maximus, mostrando como Hank MacLean (Kyle MacLachlan) orquestrou o bombardeio que dizimou a capital da Nova República da Califórnia (NCR). No presente, Maximus (Aaron Moten), agora um Cavaleiro da Irmandade do Aço, lida com a ascensão dentro da facção e os planos do Elder Cleric Quintus (Michael Cristofer) de iniciar uma guerra civil contra o capítulo da Commonwealth.

Enquanto isso, Lucy (Ella Purnell) e o Ghoul (Walton Goggins) seguem em sua “missão secundária” num hospital abandonado, onde enfrentam escorpiões radioativos e dilemas morais repetitivos. Já no Refúgio 31, Norm (Moisés Arias) assume o controle, enganando os gerentes descongelados da Vault-Tec e levando-os para a superfície. O episódio termina com revelações importantes na Área 51 e a chegada de um personagem misterioso interpretado por Kumail Nanjiani.

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Resenha crítica do episódio 2 da temporada 2 de Fallout

O impacto de Shady Sands e o “fã-service” que atrapalha

O ponto alto emocional do episódio é, sem dúvida, o flashback de Shady Sands. Ver a comunidade próspera, com água limpa, bibliotecas e uma tentativa real de reconstrução, torna a ação de Hank MacLean ainda mais vilanesca.

A cena de Maximus sendo colocado na geladeira (uma clara referência à Indiana Jones) enquanto seus pais se despedem é de partir o coração e dá ao personagem de Aaron Moten uma profundidade necessária. Moten, aliás, está ótimo, equilibrando o trauma do “Mad Maximus” com a ingenuidade de quem ainda tenta ser um homem bom em um mundo podre.

No entanto, a série comete um pecado capital aqui: tentar ser engraçadinha num momento de horror. O comerciante da NCR, controlado mentalmente por Hank para detonar a bomba, fica repetindo a frase: “Patrolling the Mojave almost makes you wish for a nuclear winter” (Patrulhar o Mojave quase faz você desejar um inverno nuclear).

Para quem jogou Fallout: New Vegas, é uma referência clássica. Mas colocar um meme de NPC no meio de uma tragédia dilui o peso dramático. Foi um fã-service desnecessário que tirou a gravidade do momento.

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Foto: Prime Video / Divulgação

Lucy e o Ghoul: andando em círculos?

Sejamos honestos: a dinâmica entre Lucy e o Ghoul está cansativa. Parece que estamos assistindo a um rerun da primeira temporada. Novamente, temos o embate entre o pragmatismo cínico dele e o idealismo dela. Lucy decide ajudar uma mulher ferida, ignorando os avisos do Ghoul, e, surpresa! A boa ação não acaba bem.

É frustrante ver a personagem de Ella Purnell, que passou por tanto na temporada anterior, regredir a uma ingenuidade quase suicida. A “missão secundária” no hospital, apesar de entregar uma sequência de ação incrível com os Radscorpions (ponto para a equipe de efeitos visuais), serve apenas para levar Lucy a uma armadilha óbvia.

O tom também fica perigosamente sombrio quando a mulher resgatada alerta Lucy sobre o risco de estupro nas colinas, uma quebra brusca na “aventura divertida” que a série costuma vender. O desfecho, com Lucy caindo nas mãos da Legião de César (os cosplayers do Império Romano), promete, mas o caminho até lá foi tortuoso e repetitivo.

A Irmandade do Aço: “Bros” e Aliens

A Irmandade do Aço continua sendo retratada como a maior coleção de bullies do pós-apocalipse. A reunião dos capítulos, onde descobrimos que uma das facções tem hábitos, digamos, “peculiares” com robôs, reforça a sátira da série sobre o poder militar. A luta de Maximus contra um brutamontes de outro capítulo foi visceral e serviu para mostrar que ele não é mais o escudeiro assustado da temporada passada.

A exploração da Área 51 trouxe aquele humor clássico de Fallout que funciona: encontrar a Constituição dos EUA e, claro, alienígenas (Zetans!) congelados, apenas para os soldados ficarem mais impressionados com o fato de o freezer estar funcionando. E a chegada de Kumail Nanjiani como Paladin Harkness da Commonwealth no finalzinho foi a cereja do bolo, prometendo agitar a iminente guerra civil da Irmandade.

Hank e Norm: o lado corporativo do fim do mundo

Enquanto isso, os MacLeans continuam sendo o destaque cômico-sombrio. Kyle MacLachlan brilha como Hank, explodindo cabeças de ratos (e de humanos, desculpe, Steve) com aquele charme de “pai de família corporativo”. A justaposição de sua maldade com sua incompetência em fazer os testes funcionarem é hilária.

Paralelamente, ver Norm manipulando os “Bud’s Buds” usando linguagem corporativa vazia foi genial. A reação dos executivos ao saírem do refúgio — com um lamentando que “o shopping se foi” enquanto Norm se maravilha com a beleza do oceano — resume perfeitamente a crítica social da série.

Conclusão

O episódio 2 da temporada 2 de Fallout é visualmente rico e tematicamente ambicioso, que planta sementes interessantes para o resto da temporada, especialmente com a introdução da Legião de César e o conflito interno da Irmandade. Aaron Moten entrega uma performance sólida, e os efeitos práticos e visuais continuam de cair o queixo.

Porém, o episódio sofre com problemas de ritmo e uma insistência em resetar o desenvolvimento de Lucy, fazendo-a aprender as mesmas lições da primeira temporada da pior forma possível. Se a série conseguir equilibrar melhor o fã-service (menos memes em cenas de genocídio, por favor) e permitir que seus protagonistas avancem, a segunda temporada tem tudo para superar a primeira. Por enquanto, foi um capítulo de transição que oscilou entre o brilhante e o frustrante.

Onde assistir à 2ª temporada de Fallout?

Trailer da temporada 2 de Fallout

YouTube player

Elenco da segunda temporada de Fallout

  • Ella Purnell
  • Walton Goggins
  • Aaron Moten
  • Moises Arias
  • Leer Leary
  • Frances Turner
  • Leslie Uggams
  • Annabel O’Hagan
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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