Gatao Formação de Batalha resenha crítica do filme Netflix 2025 Flixlândia

[CRÍTICA] ‘Gatao: Formação de Batalha’: 10 anos de franquia entre a lealdade, o caos e o cringe

Foto: Netflix / Divulgação
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Já se passou uma década desde que a franquia “Gatao” começou a retratar o submundo das gangues de Taiwan nas telonas. Para celebrar esse marco, chega à Netflix “Gatao: Formação de Batalha”, um filme que tenta equilibrar pratos difíceis: funcionar como sequência direta de “Gatao: Tal Pai, Tal Filho” (2024) e, ao mesmo tempo, servir de prequel para o filme original.

Se você é fã da saga, já sabe o que esperar: honra, traição e muita disputa de território. Mas será que o filme entrega tudo o que promete ou se perde na própria ambição? Vamos desenrolar esse novelo, porque a coisa aqui é complexa — tanto para o bem quanto para o mal.

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Sinopse

A trama nos joga em um momento delicado para a gangue Daiquotou (North Fort). Michael, o filho do líder Master Ko e figura central, está fora de cena (exilado após as armações de Master Hee), deixando um vácuo de poder imenso. Master Ko, por sua vez, sucumbiu ao vício em morfina, incapaz de liderar. É aí que entra Biao.

Biao não é membro oficial da gangue, mas um “fixer” — aquele cara metódico, calmo e sombrio que resolve os problemas enquanto os outros gritam. Ele assume as rédeas, trazendo o instável e sádico Scorpion (recém-saído da prisão) para ser seu braço direito. Enquanto Biao manobra para manter o controle e traficar drogas em segredo, uma ameaça vem do sul: Master Hee e o temido Master Hai querem expandir seus negócios para Taipé a qualquer custo.

No meio desse fogo cruzado, temos Tsai, um policial novato e idealista que acaba sendo corrompido e chantageado por Biao (sim, tem uma sex tape envolvida), mostrando que, neste filme, a linha entre a lei e o crime é praticamente inexistente.

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Resenha crítica de Gatao: Formação de Batalha

“Gatao: Formação de Batalha” é um filme que claramente quer ser o “O Poderoso Chefão” taiwanês, mas muitas vezes tropeça nos próprios cadarços e entrega algo com qualidade de vídeo de TikTok. A experiência oscila entre momentos de drama criminal genuíno e falhas técnicas que beiram o amadorismo.

O fenômeno Scorpion e o elenco

Se há um motivo para ver esse filme, esse motivo tem nome: Scorpion. O personagem é, de longe, o ponto alto da produção. Interpretado com uma mistura de sadismo e carisma, ele rouba a cena. Há quem diga que ele rivaliza com vilões icônicos do cinema, trazendo uma intensidade silenciosa que, em 70% do tempo, carrega o filme nas costas. Biao também se destaca como um estrategista frio, e a dinâmica entre os líderes das facções — apesar de confusa para novatos — traz peso à narrativa.

No entanto, nem tudo são flores na atuação. Enquanto alguns veteranos entregam profundidade, outros parecem estar lendo o texto pela primeira vez (o famoso “bater o texto” ou robotic reading). A tentativa de misturar inglês nas conversas dos gângsters (“Hey bro, let’s go”) soa forçada e, francamente, um pouco ridícula para o contexto local.

Gatao Formação de Batalha 2025 resenha crítica do filme Netflix Flixlândia
Foto: Reprodução

Roteiro: lealdade ou “cringe”?

O filme tenta vender grandes temas sobre fraternidade (“o que significa ser um irmão”), responsabilidade e lealdade. Em seus melhores momentos, quando foca na política das gangues e nas negociações tensas em mesas de chá, ele consegue prender a atenção e criar uma atmosfera densa.

Porém, o roteiro escorrega feio nos diálogos. Frases como “Na próxima vida, não seja um irmão (gângster)” geram mais risadas involuntárias do que emoção. Além disso, a insistência em repetir certas gírias ou frases de efeito para justificar o título soa artificial. A estrutura narrativa também é inchada; há facções demais, subplots demais e, se você não tiver um fluxograma da franquia “Gatao” na cabeça, vai ficar perdido tentando entender quem deve o quê para quem.

Ação e aspectos técnicos: uma montanha-russa

Aqui a coisa fica feia. Enquanto a direção de arte e as locações urbanas trazem uma estética “suja” e realista que funciona bem para o gênero, a execução técnica das cenas de ação deixa muito a desejar.

As trocas de tiro foram descritas, com razão, como “nível Neandertal”. A coreografia é fraca, a edição é confusa (cheia de cortes aleatórios que deixam o espectador tonto) e os efeitos visuais parecem baratos. Há erros básicos de continuidade e enquadramento — como o “eixo” de conversa errado — que estudantes de cinema não cometeriam. Para um filme que celebra 10 anos de uma franquia de sucesso, esperava-se um polimento maior, e não uma sensação de “produção feita às pressas”.

A polêmica da polícia

Pela primeira vez em muito tempo, a polícia tem um papel relevante na trama, o que irritou parte da base de fãs “raiz” que prefere a visão romantizada e antissistema. O arco do policial Tsai, no entanto, é interessante justamente por ser trágico: ele começa querendo prender mercenários e termina como um peão nas mãos de Biao, chantageado e sem saída. É uma crítica válida à corrupção, embora a execução (como a cena dele dirigindo na contramão ou sendo drogado) tenha seus furos de lógica.

Conclusão

“Gatao: Formação de Batalha” é, no final das contas, um filme de extremos. Ele possui uma carga emocional forte para quem acompanha a saga, sustentada por personagens intrigantes como Scorpion e pela ascensão maquiavélica de Biao (que culmina no chocante assassinato de Master Ko para “trazer Michael de volta”).

Contudo, tecnicamente, o filme deixa a desejar, com um roteiro que oscila entre o épico e o constrangedor. Funciona como uma ponte necessária para conectar as histórias e prepara o terreno para o retorno de Michael, mas não sem antes testar a paciência do espectador com falhas de edição e diálogos questionáveis. Se você é fã, é imperdível pela mitologia. Se caiu de paraquedas agora, talvez seja melhor começar pelos filmes anteriores.

Onde assistir ao filme Gatao: Formação de Batalha?

Trailer de Gatao: Formação de Batalha (2025)

YouTube player

Elenco de Gatao: Formação de Batalha, da Netflix

  • Jack Kao
  • Tsai Chen-nan
  • Tai Bo
  • Hsi Hsiang
  • Lung Tien-hsiang
  • Tsui Hao-jan
  • Jason Wang
  • Hsia Ching-ting
  • Sun Peng
  • Brando Huang
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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