A brutalidade dos crimes cometidos por Francisco de Assis Pereira, o infame Maníaco do Parque, chocou o Brasil no final dos anos 1990 e permanece viva na memória coletiva do país. O filme “Maníaco do Parque”, dirigido por Maurício Eça, traz à tona essa história macabra, desta vez com uma abordagem ficcional que mistura suspense e crítica social.
Com Silvero Pereira interpretando o assassino e Giovanna Grigio como uma jovem repórter, o longa busca retratar não apenas os crimes, mas também o papel da imprensa na cobertura de casos de feminicídio.
Sinopse do filme Maníaco do Parque (2024)
“Maníaco do Parque” se passa no final da década de 1990, em São Paulo, e acompanha a investigação e os crimes cometidos por Francisco de Assis Pereira (Silvero Pereira), um motoboy que atraía mulheres ao Parque do Estado para estuprá-las e assassiná-las.
A trama é vista principalmente através dos olhos de Elena (Giovanna Grigio), uma repórter novata que tenta se provar em uma redação dominada por homens. Enquanto a cidade é tomada pelo medo, Elena se aprofunda cada vez mais no caso, desvendando o horror escondido por trás da fachada aparentemente inofensiva de Francisco.
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Crítica de Maníaco do Parque, do Prime Video
Embora “Maníaco do Parque” tenha todas as ferramentas para se destacar como um grande thriller criminal, a obra se perde ao tentar equilibrar várias narrativas. A dualidade entre a investigação jornalística e os atos brutais do serial killer é explorada com competência, mas a construção do suspense às vezes é prejudicada por momentos excessivamente expositivos.
Silvero Pereira entrega uma atuação notável, oscilando entre o carismático motoboy e o predador frio. Sua interpretação é intensa e, em alguns momentos, perturbadora, embora em certas cenas a caricatura emocional soe exagerada para o perfil psicológico de um psicopata.
Já Giovanna Grigio oferece uma performance sólida como Elena, a jovem jornalista que enfrenta tanto os desafios da investigação quanto o machismo estrutural dentro da redação. No entanto, sua personagem, criada para representar o papel da imprensa, acaba sendo mais uma ferramenta narrativa do que uma figura totalmente desenvolvida.
Direção e roteiro em sentidos contrários
A direção de Maurício Eça, conhecida por seu trabalho em A Menina Que Matou os Pais, volta a abordar crimes reais com um olhar que mistura ficção e realidade. O cineasta constrói uma atmosfera tensa, mas sem exagerar nas cenas de violência gráfica, o que é uma escolha acertada para não vulgarizar as vítimas. No entanto, o roteiro de L.G. Bayão oscila entre a crítica social e o desenvolvimento dos personagens, deixando algumas questões importantes mal resolvidas.
A trilha sonora com hits dos anos 90, como músicas de Charlie Brown Jr. e Nirvana, oferece um toque nostálgico que contrasta com o clima sombrio da narrativa. Porém, essa escolha também pode distrair a audiência do núcleo da trama, que deveria focar no terror psicológico do caso.
Conclusão
Embora promissor, “Maníaco do Parque” acaba se perdendo em suas próprias ambições. O filme destaca o talento de Silvero Pereira e Giovanna Grigio, além de trazer uma discussão pertinente sobre o papel da imprensa e o machismo no tratamento de casos de feminicídio.
No entanto, a falta de uma identidade clara no roteiro impede que a obra se firme como uma referência no gênero true crime brasileiro. Mesmo assim, vale a pena conferir pela forte atuação de seu elenco e pela relevância histórica do caso retratado.
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Onde assistir ao filme Maníaco do Parque?
O filme está disponível para assistir no Prime Video.
Trailer de Maníaco do Parque (2024)
Elenco de Maníaco do Parque, do Prime Video
- Silvero Pereira
- Giovanna Grigio
- Marco Pigossi
- Xamã
- Mel Lisboa
- Bruno Garcia
- Bruna Mascarenhas
- Christian Malheiros
- Augusto Madeira
- Gustavo Bispo
- Nicolas Lee
- Matheus Rozendo
- Shaolin
- Alana Oliveira
Ficha técnica do filme Maníaco do Parque
- Direção: Mauricio Eça
- Roteiro: L.G. Bayão
- Gênero: policial, drama, suspense
- País: Brasil
- Duração: 103 minutos
- Classificação: 14 anos
Sobre o autor
Gostei do filme “Maníaco do Parque”,
baseado em fatos reais, muito triste, claro, algumas coisas fictícias nele para se levar emoção às telas, sem fugir do conteúdo principal. Adoro assistir filmes nacionais, mas o que me entristece são as trilhas sonoras recheadas de músicas internacionais dentro de um produto brasileiro. Um filme nosso roda o mundo no streaming, o povo lá fora, quer ver a nossa cultura, e nós aqui amamos o que é brasileiro. Curto músicas norte americanas, inglesas, espanholas… porém, não deve fazer parte do nosso cardápio cultural.