Crítica do dorama Nada Oculto, série da Netflix (2024) - Flixlândia

‘Nada Oculto’, tudo questionável

Foto: Netflix / Divulgação
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No vasto e prolífico universo dos K-dramas, onde narrativas de romance, fantasia e mistério se entrelaçam com frequência, algumas produções prometem uma experiência mais intensa e visceral. “Nada Oculto” (Let’s Get Grabbed by the Collar), dorama lançado em 2024 que acaba de chegar à Netflix, se apresenta como uma dessas apostas, misturando o suspense de um thriller com uma complexa teia de relacionamentos.

O drama, que acompanha a queda vertiginosa de uma repórter de sucesso, inicia sua jornada com uma premissa magnética. Contudo, a recepção do público e da crítica se mostrou polarizada, refletindo uma dicotomia entre a promessa inicial e a execução final. A obra levanta um debate crucial: o que acontece quando um enredo cheio de potencial se perde em meio a clichês, personagens controversos e uma direção que falha em manter o fôlego?

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Sinopse

A trama central de “Nada Oculto” gira em torno de Seo Jung-won (Kim Ha-neul), uma renomada jornalista investigativa conhecida por seu programa de TV “Caçadora de Bandidos”. Admirada pelo público por sua sagacidade e comentários afiados, Jung-won vive uma vida aparentemente perfeita, casada com o charmoso e rico Seol Woo-jae (Jang Seung-jo).

No entanto, sua realidade desmorona quando ela se torna a principal suspeita no assassinato da amante de seu marido. Para provar sua inocência e desvendar a verdade, ela precisa unir forças com o detetive Kim Tae-heon (Yeon Woo-jin), seu antigo namorado, que agora investiga o caso.

A colaboração forçada reacende sentimentos antigos e revela segredos sombrios do passado, incluindo uma conexão com um incêndio em uma fábrica química e com a misteriosa morte do pai de Jung-won, que se entrelaçam com a investigação atual. A cada episódio, a protagonista é forçada a questionar tudo e todos ao seu redor, incluindo seu próprio casamento e as pessoas que um dia amou.

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Crítica

O ponto forte de “Nada Oculto” reside, sem dúvida, em seus episódios de abertura. O enredo se desenrola com uma intensidade eletrizante, jogando a protagonista, e junto com ela o espectador, em um turbilhão de reviravoltas e acusações.

A promessa de uma repórter forte e destemida investigando o próprio crime do qual é suspeita é um gancho poderoso. A dinâmica entre Jung-won e seu ex-namorado, o detetive Kim Tae-heon, adiciona uma camada de tensão e nostalgia que captura a atenção imediatamente.

No entanto, à medida que a série avança, esse ritmo se esvai. O que começa como um mistério frenético, gradualmente se transforma em uma narrativa arrastada e repetitiva, onde a investigação se torna previsível e o drama, saturado. A sensação é de que o roteiro gasta tempo demais em subtramas que pouco agregam, perdendo a oportunidade de aprofundar o suspense e o desenvolvimento psicológico dos personagens.

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Personagens, atuações e a controversa protagonista

As atuações em “Nada Oculto” são, em grande parte, um dos elementos mais debatidos. Enquanto os coadjuvantes e os atores masculinos, como Jang Seung-jo e Yeon Woo-jin, são dignos de elogios por sua capacidade de entregar emoções complexas, a interpretação de Kim Ha-neul como a protagonista Seo Jung-won é um ponto de atrito.

A atriz não tem muita expressão e, em algumas vezes, chega a ser irritante, não conseguindo transmitir a angústia e a determinação de uma mulher forte sob pressão. E isso é triste, já que a personagem foi concebida para ser a âncora da história. A falta de empatia que o espectador sente por Jung-won enfraquece a narrativa.

Por outro lado, Jang Seung-jo (Seol Woo-jae) e Yeon Woo-jin (Kim Tae-heon) brilham em seus papéis, carregando a série em seus ombros. A performance de Jang Seung-jo, em particular, se destaca por sua habilidade de transitar entre a persona de marido amoroso e a de um indivíduo perturbado, criando uma dualidade que intriga e prende o espectador.

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O triângulo amoroso e o desfecho da trama

O triângulo amoroso entre Jung-won, seu marido Woo-jae e seu ex-namorado Tae-heon é outro pilar da história, mas também uma fonte de frustração para alguns. Enquanto a ideia de um romance passado reacendido no meio de uma investigação é um elemento clássico de K-dramas, o romance aqui é desnecessário e mal desenvolvido. A dinâmica desvia do foco central do thriller.

Além disso, a série é bastante previsível. A cada reviravolta, a sensação de “já vi isso antes” paira no ar. Segredos do passado, um “maluco” que revela ser o verdadeiro vilão e o eterno debate sobre poder e corrupção são temas recorrentes que, em “Nada Oculto”, parecem ser executados sem a originalidade necessária para se destacar. Já o final, que pode ser considerado o ponto alto da série, deixa a impressão de um enredo que demorou demais para chegar a uma conclusão.

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Conclusão

“Nada Oculto” é um K-drama que, ironicamente, expõe tudo o que poderia ter sido. Sua premissa inicial é irresistível e promete um suspense de alta voltagem. No entanto, a execução vacilante, a protagonista que falha em gerar empatia e a previsibilidade do enredo o tornam uma experiência agridoce. É uma série que depende muito da tolerância do espectador a clichês e da apreciação pelas atuações dos coadjuvantes.

Para aqueles que buscam um thriller com uma história envolvente e atuações fortes, a série pode ser uma montanha-russa de emoções, mas com mais baixas do que altas. Embora tenha suas falhas, a produção ainda consegue, em seus melhores momentos, reafirmar a força dos K-dramas de mistério. No final das contas, “Nada Oculto” é um exemplo de como uma ideia brilhante pode ser ofuscada por uma execução aquém do esperado.

Onde assistir ao dorama Nada Oculto?

A série está disponível para assistir na  Netflix.

Trailer de Nada Oculto (2025)

YouTube player

Elenco de Nada Oculto, da Netflix

  • Kim Ha-neul
  • Yeon Woo-jin
  • Jang Seung-jo
  • Jeong Woong-in
  • Yoon Ga-yi
  • Ko Gun-Han
  • Yoon Jung-Hoon
  • Kim Min-jae
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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