
Foto: Netflix / Divulgação
Na temporada 2 de “Nem Tão Perfeitos Assim”, a série belga retorna ao litoral glamouroso de Knokke, mas troca o brilho das festas por tramas mais densas e sombrias. Com uma nova leva de segredos, traições e alianças improváveis, a narrativa mergulha ainda mais fundo nas complexidades emocionais de seus personagens.
A série de drama adolescente continua explorando os bastidores da elite europeia com elegância visual, ao mesmo tempo que expõe sua fragilidade moral.
Sinopse da temporada 2 da série Nem Tão Perfeitos Assim (2025)
Após o chocante final da primeira temporada, Patrick Vandael sobrevive ao disparo da própria filha, mas permanece em coma. Com ele fora de combate, sua ambiciosa esposa Eleonore assume o controle dos negócios da família — mas não sem levantar suspeitas. A matriarca Jacqueline Vandael (Bonmamie) retorna determinada a proteger o legado familiar e se envolve com o misterioso Thomas Peeters, cuja entrada na família esconde motivações perigosas.
Enquanto isso, Melissa continua sua busca pela verdade sobre a morte da irmã Claudia, e seu filho Daan tenta manter os pés no chão em meio ao caos emocional envolvendo Louise e Alex — um triângulo amoroso tóxico que volta a se acender. A trama se intensifica até culminar em um ato violento que liga para sempre os destinos dos Vandaels, de Melissa e de Daan.
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Crítica de Nem Tão Perfeitos Assim (temporada 2), da Netflix
“Nem Tão Perfeitos Assim” mantém sua estética impecável na segunda temporada. A fotografia continua sendo um dos grandes trunfos da série, com a costa belga servindo de pano de fundo para a hipocrisia das famílias ricas. Os cenários luxuosos e figurinos sofisticados contrastam com a tensão constante que permeia a narrativa. Essa dualidade — o belo e o podre — é uma marca registrada da série e funciona com eficácia.
Mas o grande destaque da temporada é a evolução dos personagens. Alex, Daan e Louise estão mais densos, suas decisões mais carregadas de consequências. Louise, interpretada com sensibilidade por Pommelien Thijs, rouba a cena com sua luta interna contra o transtorno bipolar.
A escolha de interromper a medicação e o subsequente colapso são retratados de forma crua e dolorosa, mas realista. Já Daan (Eliyha Altena) continua dividido entre seus valores e o fascínio por Louise, enquanto Alex (Willem De Schryver) segue tentando equilibrar o fardo familiar com o desejo de independência.
Vingança e manipulação: o jogo de Thomas
A introdução de Thomas Peeters como o novo antagonista dá fôlego à trama. Sua relação com Jacqueline é inicialmente envolta em desconfiança e se revela um plano de vingança pessoal contra Patrick — responsável pelo declínio e morte de seu pai, Jacques.
No entanto, o que poderia ser um arco sólido de vingança se perde em momentos de exagero e ações desconexas do personagem, culminando em sua morte após um ataque violento e desesperado. Mesmo assim, o confronto final entre Thomas, Daan e Melissa é carregado de tensão e simbolismo: agora os moralmente corretos também têm sangue nas mãos.
Temas sociais e morais, mas com problemas de ritmo
A série se aprofunda em questões como saúde mental, pressão social, decadência moral da elite e relações de poder. A narrativa não tem medo de colocar seus personagens em situações desconfortáveis e, por vezes, moralmente ambíguas. A trajetória de Louise — da euforia à autodestruição e, por fim, à busca por tratamento — é uma das mais potentes representações da temporada.
Apesar dos méritos, a temporada sofre com episódios arrastados e subtramas que parecem não levar a lugar algum. Personagens como Sophie e Maxime, que poderiam enriquecer o enredo, são subexplorados. A sensação é de que há uma tentativa de expandir o universo da série sem foco narrativo claro, o que prejudica o ritmo e, por vezes, a tensão.
Ao final da temporada, os únicos personagens que mantinham certo senso de justiça — Daan e Melissa — se veem obrigados a esconder um assassinato para protegerem a si mesmos. Essa reviravolta é eficaz ao mostrar como Knokke transforma todos que ali vivem. Não há espaço para inocência. Em uma cidade onde o dinheiro compra silêncio, os ciclos de violência e impunidade se repetem, e agora Daan também faz parte disso.
Conclusão
A temporada 2 de “Nem Tão Perfeitos Assim” entrega um drama intenso, com personagens mais complexos e conflitos emocionais bem construídos. Ainda que tropece em seu ritmo e desperdice alguns coadjuvantes, a série consegue manter o público envolvido com seus temas universais — culpa, poder, desejo e vingança.
É uma temporada mais sombria, que retira a máscara da elite europeia com mais coragem, mesmo que ainda falte ousadia no desenvolvimento de alguns arcos narrativos.
Para os fãs da primeira temporada, “Nem Tão Perfeitos Assim” continua sendo um mergulho fascinante nas marés revoltas de Knokke — onde a beleza é só a espuma que cobre um mar de segredos.
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Onde assistir à série Nem Tão Perfeitos Assim?
A série está disponível para assistir na Netflix.
Trailer da temporada 2 de Nem Tão Perfeitos Assim (2025)
Elenco de Nem Tão Perfeitos Assim, da Netflix
- Pommelien Thijs
- Willem De Schryver
- Eliyha Altena
- Manouk Pluis
- Ayana Doucouré
- Kes Bakker
- Jef Hellemans
- Emma Moortgat
- Anna Drijver
- Ruth Becquart
- Geert Van Rampelberg
- Aimé Claeys
Ficha técnica da série Nem Tão Perfeitos Assim
- Título original: Knokke Off
- Criação: Anthony Van Biervliet
- Gênero: drama
- País: Bélgica
- Temporada: 2
- Episódios: 8
- Classificação: 16 anos