A chegada de O Chamado da Floresta (The Call of the Wild), produção de 2020 estrelada por Harrison Ford, ao catálogo da Netflix tem reacendido o interesse do público na emocionante aventura familiar. O longa-metragem não apenas ampliou a seleção de produções baseadas em obras literárias no streaming, mas também rapidamente se destacou entre as recomendações da semana e os destaques da plataforma, confirmando seu apelo popular.
Diante da intensa jornada do protagonista canino Buck, muitos espectadores se perguntam: essa história de superação e autodescoberta é baseada em eventos verídicos?
A história de O Chamado da Floresta é real?
A aventura dramática O Chamado da Floresta não é diretamente baseada em uma história real. No entanto, sua trama é uma adaptação literária do clássico homônimo escrito por Jack London e publicado em 1903. O filme de 2020, com direção de Chris Sanders e roteiro de Michael Green, busca preservar a essência do romance aclamado, embora promova mudanças significativas em seu tom.
O romance de London, que é talvez o mais difundido da literatura norte-americana, se passa no vale do Rio Klondike, no Canadá. A narrativa está inserida no contexto da Corrida do Ouro no Yukon (também chamada de Corrida do Ouro do Klondike) de 1897, um período histórico real.
Durante essa corrida, hordas de norte-americanos se dirigiram ao norte, na confluência dos rios Yukon e Klondike, onde enormes pepitas de ouro haviam sido encontradas em 1896. Para sobreviver ao frio e transportar provisões, eram necessários cães fortes para puxar trenós, o único meio de transporte confiável.
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O Chamado da Floresta: qual a raça de Buck e onde se passa a trama?
O filme acompanha a trajetória de Buck, um cão de grande porte, que é subitamente tirado de sua vida confortável e domesticada na Califórnia. Ele é sequestrado e levado ao gélido território do Yukon para se tornar um cão de trenó durante a busca desenfreada por ouro.
A versão de 2020 foi a primeira adaptação cinematográfica a retratar Buck exatamente como ele é descrito no livro de Jack London: uma mistura das raças São Bernardo e Collie. Em sua nova e dura realidade, Buck integra uma equipe de entrega postal, onde precisa aprender a sobreviver e, eventualmente, a liderar sua matilha.

Adaptação suavizada e o debate do CGI: por que Buck não é um cão real?
Para tornar a história original mais acessível, o roteirista Michael Green (conhecido por trabalhos como Blade Runner 2049 e Logan) optou por suavizar a violência e a brutalidade que marcam o romance de 1903. Enquanto o livro de Jack London, por exemplo, é muito mais sombrio e destaca a quantidade absurda de mortes da época, o filme reduz confrontos ásperos em conflitos menos intensos, focando na resiliência de Buck e nas mensagens de autodescoberta e adaptação.
Outra decisão crucial da produção que gerou grande debate entre o público e a crítica foi a criação de Buck inteiramente por meio de computação gráfica (CGI). A equipe utilizou a tecnologia de captura de movimento, com um ator especializado (Terry Notary) em expressões caninas, para dar vida e emoção ao protagonista.
Essa escolha visou tanto evitar a crueldade e o risco aos animais durante as filmagens quanto garantir que Buck pudesse expressar uma ampla gama de emoções, algo crucial para a narrativa.
Apesar de a técnica ter sido considerada um “passo digno de nota na história do uso de animais em produções cinematográficas”, ela dividiu opiniões. Enquanto alguns espectadores estranharam a aparência digital, sentindo que a expressividade de Buck parecia mais com um avatar animado do que com um animal real, outros elogiaram a liberdade narrativa oferecida e a atuação por trás da captura de movimento.
Harrison Ford em O Chamado da Floresta: qual o papel de John Thornton?
O elenco do filme reúne nomes de peso como Omar Sy, Cara Gee, e Dan Stevens. Omar Sy e Cara Gee interpretam Perrault e Françoise, condutores de trenó que acolhem Buck, impondo disciplina sem crueldade. Dan Stevens assume o papel de Hal, um explorador ambicioso e violento que representa o lado sombrio da corrida do ouro.
No entanto, Harrison Ford (que já foi cotado para papéis introspectivos em sua carreira) surge como a bússola emocional do roteiro, interpretando John Thornton. Thornton é um personagem marcado pelo luto e cansaço, que cria um laço profundo com Buck após resgatá-lo dos maus-tratos impostos por Hal.
O ator veterano entrega uma interpretação contida, evitando o heroísmo exagerado e focando na parceria baseada na necessidade mútua. O vínculo entre homem e animal, que nasce da necessidade recíproca de seguir adiante, é o eixo emocional da narrativa, conduzindo o espectador aos momentos de introspecção que antecedem a libertação definitiva de Buck.
O sucesso de O Chamado da Floresta na Netflix
Distribuído originalmente nos cinemas em fevereiro de 2020, o longa foi lançado pela 20th Century Studios e recebeu uma avaliação média de 8/10 em plataformas especializadas na época de sua estreia, com críticos destacando a leveza com que a obra equilibra perigo e mensagens sobre autodescoberta.
A chegada do título ao catálogo da Netflix, ocorrida recentemente, faz parte de uma estratégia da plataforma para reforçar seu acervo com histórias conhecidas. O movimento tem sido bem-sucedido, já que o filme, que tem 100 minutos de duração e classificação indicativa de 12 anos, está em alta.
Na Netflix, O Chamado da Floresta atende a diversos públicos: desde leitores do clássico de Jack London e fãs de Harrison Ford, até aqueles que procuram uma aventura dramática sólida e acessível para toda a família. O filme oferece uma experiência cinematográfica que, apesar das críticas sobre o uso do CGI, entrega momentos de emoção e tensão suficientes para prender a atenção.
A popularidade do filme no streaming, onde aparece entre as recomendações e destaques, reafirma o poder de revisitar clássicos literários em versões mais adaptadas, sem perder o espírito de aventura que consagrou a obra original de Jack London.
Vale a pena assistir O Chamado da Floresta?
O Chamado da Floresta funciona como um espelho de aumento sobre a natureza e a humanidade, usando a jornada de Buck — de um quintal ensolarado da Califórnia aos ermos implacáveis do Yukon — para explorar temas universais de liberdade, ganância e lealdade.
Embora a ambientação no período da Corrida do Ouro seja historicamente precisa, a história de Buck é a lente ficcional escolhida por Jack London para ilustrar como a civilização e o instinto selvagem competem dentro do ser. O filme, ao suavizar a dureza do livro, entrega essa mensagem em uma embalagem mais palatável para o público moderno, solidificando seu lugar como um sucesso na plataforma de streaming.
A permanência de O Chamado da Floresta no topo das preferências da Netflix prova que, mesmo com um protagonista feito em computador, uma aventura bem contada sobre o laço inquebrável entre um homem e seu cão, em uma paisagem de tirar o fôlego, é uma fórmula que continua a emocionar e gerar a audiência buscada pelo streaming.















