Crítica do filme 'O Esquema Fenício' (2025)

Sabe aquele prato de um restaurante específico que é sempre igual, mas você simplesmente não para de frequentar o estabelecimento pois a qualidade está sempre no alto? Assim é a filmografia de Wes Anderson. Em “O Esquema Fenício”, se for sua primeira vez com o diretor, você pode dizer que não esperava o que veio: os planos estáticos, as interpretações contidas, as cores vivas e a simetria calculada quando a câmera abre o plano. Está tudo lá, como sempre, com brilho.

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Sinopse

A trama é um conto sombrio de espionagem que segue um relacionamento tenso entre pai e filha em uma empresa familiar. As reviravoltas giram em torno de traição e escolhas moralmente cinzentas.

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Crítica

O roteiro é uma desculpa para o desfile da fina ironia e do humor do cineasta. O magnata Zsa-Zsa Korda (Benício Del Toro) é um alvo constante de atentados contra a sua vida. Ao sofrer mais um acidente aéreo, resolve nomear sua filha, a quase freira freira (Mia Threapleton) como sua herdeira. Porém, após um grande empreendimento sofrer sabotagem industrial, ele precisa encontrar seus sócios na empreitada e renegociar valores, com sua filha e o tutor Bjorn (Michael Cera).

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➡️‘Com Unhas e Dentes’ aposta alto na ação, mas esquece o coração
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O Esquema Fenício cena do filme 2025 (1) — Cena do filme “O Esquema Fenício” (Foto: Universal Pictures / Divulgação)

A viagem é também uma desculpa para Anderson desfilar a qualidade e também o peso do seu elenco, afinal, quem recusaria trabalhar com ele num curta metragem que fosse? E lá vem Tom Hanks, Scarlett Johansson, Benedict Cumberbatch e muitos outros, atores e atrizes com cancha para estrelar qualquer filme, participando do parque de diversões que é o texto, o mise-en-scène e a estrelinha no currículo que é participar de uma produção do cineasta em papéis coadjuvantes. Obviamente, nenhum precisa disso, mas é nítida a felicidade de todos.

O trio principal mostra bastante entrosamento. Del Toro interpreta um ricaço que aos poucos vai se derretendo pela força da fé da filha, que condena muitas das suas atitudes. Mia Threapleton entrega o que se espera da maioria dos atores que trabalham com Anderson: minimalismo nos gestos, atuando só com olhares e poucas caras e bocas. E Michael Cera sai das suas férias alongadas e parece estar feliz com o papel do abobado fã de insetos.

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Conclusão

Com estrelas de primeira grandeza dando um luxuoso suporte aos protagonistas, “O esquema fenício”diverte e deslumbra com as habituais escolhas de Anderson. O prato continua delicioso para quem estiver disposto a saborear.