Crítica do filme O Mesmo Dia com Você, da Netflix (2025)

‘O Mesmo Dia com Você’, um loop temporal que se estende demais

Foto: Netflix / Divulgação
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O conceito de filmes com “loop temporal” não é novo, mas continua fascinando o público com suas possibilidades narrativas. Enquanto algumas produções como “Feitiço do Tempo” ou “Palm Springs” conseguem explorar a ideia com originalidade e ritmo envolvente, outras se perdem na repetição.

Infelizmente, “O Mesmo Dia com Você” (Same Day With Someone), uma comédia tailandesa original da Netflix, se encaixa na segunda categoria. Embora traga uma premissa promissora e um elenco carismático, o filme sofre com um ritmo arrastado que transforma uma experiência que deveria ser divertida e memorável em uma maratona entediante.

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Sinopse

A história segue Mesa (interpretada por Jarinporn Joonkiat), uma curadora de museu que parece ter uma vida perfeita. No dia da grande inauguração do museu de sua família, tudo desmorona: uma relíquia valiosa é destruída, seu pai enfrenta problemas financeiros e seu noivo a deixa. Desesperada, ela se irrita com uma deusa que costumava adorar, e como punição, ou talvez um empurrão do destino, é forçada a reviver o dia 8 de agosto repetidamente.

Presa em seu próprio pesadelo, Mesa tenta de tudo para escapar da situação, mas os eventos se repetem de forma implacável. No meio do caminho, seu colega de trabalho Ben (Warintorn Panhakaran) se junta a ela no loop, adicionando uma nova dinâmica à jornada. Juntos, eles precisam descobrir o que a deusa quer que Mesa aprenda para que o tempo possa voltar a seguir seu fluxo normal. O desafio do filme é justamente esse: sair do ciclo e resolver o problema que a vida de Mesa se tornou.

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Crítica

O maior ponto fraco de O Mesmo Dia com Você é, sem dúvida, o seu ritmo. O filme leva tempo demais para estabelecer a ideia de que Mesa está presa no loop. Embora seja compreensível que a personagem precise de um tempo para se dar conta do que está acontecendo, a repetição excessiva das mesmas cenas acaba por exaurir a paciência do espectador.

O que deveria ser uma frustração compartilhada com a protagonista se torna uma irritação para quem assiste. O filme poderia ter cortado pela metade as montagens e investido mais no desenvolvimento das personagens após a entrada de Ben na equação. A sensação é de que estamos assistindo a um filme de dez horas, e não de duas.

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Cena do filme O Mesmo Dia com Você, da Netflix (2025) (1)
Foto: Netflix / Divulgação

A tradução e a comédia

A comédia tailandesa, conhecida por seu humor slapstick (comédia física exagerada), nem sempre se traduz bem para outros públicos, e este filme é um exemplo disso. Embora algumas piadas funcionem, a maior parte do diálogo e das situações não são tão engraçadas quanto as cenas dramáticas sugerem.

A repetição da cena do “pork belly” (um pedaço de barriga de porco) se partindo inúmeras vezes, que deveria ser um momento de humor, torna-se cansativa. É um humor que parece perder seu brilho na tradução e nas legendas, fazendo com que o filme perca parte de sua identidade e apelo.

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A relevância dos temas

Por baixo da camada cômica e superficial, o filme toca em temas profundos, como o egocentrismo e a solidão. Mesa, uma garota rica e mimada, precisa aprender a olhar para fora de sua bolha. O loop temporal não é apenas uma punição, mas uma oportunidade para que ela perceba que seu “dia horrível” não é o fim do mundo, e que outras pessoas ao seu redor estão sofrendo muito mais.

O filme destaca que a solução para seu problema não está em consertar o que deu errado em sua vida, mas em ajudar uma amiga que está em um ciclo de abuso. Essa abordagem menos egoísta para quebrar o loop é um dos pontos mais positivos e originais do filme, e o que o diferencia de outras obras do gênero.

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Conclusão

O Mesmo Dia com Você é um filme com boas intenções, um elenco carismático e uma premissa intrigante, que adiciona algumas reviravoltas no gênero de “loop temporal”. A atuação de Jarinporn Joonkiat é um dos grandes atrativos, com sua energia e carisma, e as interações com Ben são o ponto alto da história. O longa também acerta ao apresentar uma lição de vida menos egocêntrica e mais voltada para a empatia.

No entanto, a experiência geral é prejudicada pelo ritmo excessivamente lento, que impede que a audiência se conecte de verdade com a trama e os personagens. O filme é “apenas ok”, daqueles que servem como “ruído de fundo” enquanto se faz outra coisa, uma qualidade infelizmente comum em produções para plataformas de streaming.

No final, O Mesmo Dia com Você é mais um entre tantos, com poucas cenas ou diálogos memoráveis que o façam se destacar. É um filme que, assim como o dia de Mesa, se repete, mas sem a magia que poderia transformá-lo em algo inesquecível. Minha nota final é de 2.5 de 5 estrelas.

Onde assistir ao filme O Mesmo Dia com Você?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Veja o trailer de O Mesmo Dia com Você (2025)

YouTube player

Elenco de O Mesmo Dia com Você, da Netflix

  • Jarinporn Joonkiat
  • Warintorn Panhakarn
  • Charlette Wasita Hermenau
  • Trisanu Soranun
  • Sirium Pukdeedumrongrit
  • Phurit Yingnansuk
  • Jaturong Phonboon
  • Methinee Kingpayome
  • Ratchaneeboon Pheinwikraisophon
  • Thanatchaporn Utsahajit
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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