Crítica da série Platônico - Hotel Lua Azul, da Netflix - Flixlândia

‘Platônico’ e o humor que nos faz questionar

Série turca tem 8 episódios

Foto: Divulgação / Netflix
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Comédias que exploram rivalidades entre irmãos sempre encontram um vasto território de memórias e histórias de família para extrair o humor. Isso se torna ainda mais evidente quando os personagens em questão abordam a vida e o romance de maneiras completamente opostas. Platônico: Hotel Lua Azul, a nova série turca da Netflix, se encaixa perfeitamente nesse cenário, mergulhando na dinâmica disfuncional de duas irmãs que buscam o amor enquanto tentam salvar o hotel de sua família.

Embora a premissa seja promissora, a execução da série se mostra um tanto caótica, com um humor que oscila entre o hilário e o bizarro, deixando o espectador em uma montanha-russa de emoções — e, por vezes, de incômodos.

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Sinopse

A série nos apresenta à modesta família Atkaş, que administra o Hotel Lua Azul em Alaçatı. Depois da morte de seu marido, Nezahat Atkaş (Ugur Demirpehlivan) é a matriarca que se recusa a vender o local, apesar das ofertas exorbitantes. O hotel é mais do que um negócio; é a materialização da história de amor do casal e uma lembrança sagrada. Suas duas filhas, Gülten (Gupse Özay) e Nedret (Öykü Karayel), a ajudam na administração, mas vivem vidas e filosofias totalmente distintas.

Gülten, com 33 anos, teme envelhecer e perder a atratividade. Sua busca pelo amor é pragmática e foca na aparência física. Já Nedret é uma romântica incurável, que acredita em almas gêmeas e conexões espirituais, e busca o amor através de um guru e da exploração de “portais dimensionais”.

A calmaria do hotel é quebrada pela chegada de Kaan (Kerem Bürsin), um investidor imobiliário que, frustrado por Nezahat não vender o hotel, se hospeda sob uma identidade falsa com o objetivo de convencê-la a fechar o negócio. No entanto, sua chegada desencadeia uma rivalidade intensa entre as irmãs, que, sem saber de suas verdadeiras intenções, disputam a atenção do charmoso e único homem jovem na pequena cidade.

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Crítica

O ponto forte da série reside no contraste entre Gülten e Nedret. Gupse Özay, que também é a criadora da série, interpreta Gülten com uma mistura de desespero e humor, enquanto a vemos em consultas com consultores de beleza ou inventando um namorado fictício para causar inveja. Sua abordagem desesperada e aterrorizada pela solteirice são as fontes de algumas das cenas mais engraçadas.

Por outro lado, Öykü Karayel traz um tom etéreo e hilário a Nedret, que se perde em conceitos de portais e almas gêmeas. A espiritualidade de Nedret é tão radical que beira o cômico, e a atuação de Karayel é convincente ao reagir a todas as excentricidades ao seu redor. Essa dualidade, um pilar central da trama, é a principal razão pela qual a audiência se mantém engajada, curiosa para ver até onde as irmãs irão em sua busca por Kaan.

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Cena da série Platônico - Hotel Lua Azul, da Netflix - Flixlândia (1)
Foto: Divulgação / Netflix

A estrutura confusa e o humor questionável

A série adota um formato de semidocumentário, com personagens olhando para a câmera e dando depoimentos. Essa escolha, embora sirva para aprofundar as motivações dos personagens, também contribui para a sensação de caos. A trama principal, que é bastante simples, parece ser esticada ao longo de oito episódios. O resultado é um roteiro que se repete e se torna tedioso em certos momentos.

Além disso, a série tenta adicionar reviravoltas ao introduzir elementos sobrenaturais, como teorias da conspiração, bruxaria e até mesmo alienígenas. O humor é intencionalmente excêntrico, com personagens que uivam como lobos ou que se comportam de forma completamente irracional. No entanto, o que deveria ser uma comédia “sem-cérebro” acaba gerando desconforto.

Há momentos em que o humor falha e se torna perturbador, como em uma cena em que uma das irmãs agride Kaan, um ato que, por mais que seja cômico para a série, deixa o espectador desconfortável e confuso. É o tipo de humor que te faz questionar: “Isso era para ser engraçado?”.

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Um enredo esticado além da conta

A principal falha de Platônico é a sua duração. O que poderia ser um divertido filme de duas horas, ou uma minissérie mais curta e condensada, se estende desnecessariamente por oito episódios de aproximadamente 45 minutos. As piadas se tornam repetitivas, e a narrativa, que tem um ponto central bem definido, é diluída com subtramas que, apesar de bizarras, não acrescentam profundidade.

Os elementos sobrenaturais, por exemplo, parecem ter sido incluídos apenas para “encher linguiça” e adiar a resolução da trama. O ritmo da série é lento, com a narrativa só ganhando urgência nos minutos finais, quando tenta surpreender a audiência com uma conclusão apressada.

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Conclusão

Platônico: Hotel Lua Azul tem seus méritos, principalmente nas atuações de Gupse Özay e Öykü Karayel, que personificam as irmãs de forma convincente e divertida. A química entre elas é o coração da série, e suas dinâmicas são o que nos fazem continuar assistindo. O cenário do hotel e a excêntrica galeria de personagens secundários (como o zelador que é um especialista em teorias da conspiração) contribuem para um universo único e peculiar.

No entanto, a série é um tanto bagunçada. O humor, muitas vezes, é tão bizarro que beira o desconforto, e a trama principal, embora com potencial, é esticada a ponto de se tornar monótona. É uma série para quem aprecia comédias leves e estranhas, sem esperar um roteiro profundo ou coeso. Se você procura um entretenimento para “desligar o cérebro”, Platônico pode ser a escolha certa. Contudo, para muitos, a estadia neste hotel excêntrico pode ser mais confusa do que engraçada.

Onde assistir à série turca Platônico: Hotel Lua Azul?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Veja o trailer de Platônico: Hotel Lua Azul (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Platônico: Hotel Lua Azul, da Netflix?

  • Gupse Özay
  • Kerem Bürsin
  • Öykü Karayel
  • Mehmet Özgür
  • Uğur Demirpehlivan
  • Ali İpin
  • Feri Güler
  • Yener Özer
  • Eda Akalın
  • Leyla Kader Ilhan
Escrito por
Taynna Gripp

Formada em Letras e pós-graduada em Roteiro, tem na paixão pela escrita sua essência e trabalha isso falando sobre Literatura, Cinema e Esportes. Atual CEO do Flixlândia e redatora do site Ultraverso.

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