Eu realmente me surpreendi com essa. Carol (Rhea Seehorn) e Zosia (Karolina Wydra) são basicamente um casal agora? Que loucura é essa!? Se você tem acompanhado Pluribus, sabe que a série de Vince Gilligan gosta de testar nossa paciência com um ritmo lento e contemplativo, mas o episódio 8, intitulado “Estratégia de Charme”, entregou tanta informação e desenvolvimento de personagem que compensou a espera.
Estamos na penúltima etapa antes do final da temporada, e a dinâmica mudou completamente. Depois de 40 dias de isolamento total e daquela cena meio patética da semana passada onde Carol implorou para Zosia voltar, agora vemos o que acontece quando a resistência decide, por bem ou por mal, dormir com o inimigo.
A grande questão que fica pairando no ar é: como você reagiria ao fim do mundo? Se entregaria ao conforto de uma mente coletiva ou lutaria até o fim, mesmo que isso signifique a solidão absoluta?
Sinopse
O episódio começa com uma mudança drástica na rotina de Carol. Após o pedido de socorro emocional pintado no asfalto, Zosia retorna e a “estratégia de charme” dos Outros começa com força total. O que vemos a seguir parece uma série de encontros românticos: massagens, joguinhos, observação de estrelas e conversas íntimas. Os Outros, através de Zosia, tentam provar que a vida na colmeia não é monstruosa, mas sim eficiente e pacífica.
O clímax dessa tentativa de sedução acontece quando Zosia leva Carol para o “Lauchlin’s”, uma recriação exata do restaurante onde Carol escreveu seus primeiros livros, inclusive trazendo a garçonete original, Bri, de Miami. O tiro sai pela culatra quando Carol percebe a manipulação: o restaurante original havia pegado fogo anos atrás.
Isso desencadeia um confronto verbal pesado, seguido, ironicamente, por um momento de intimidade física entre as duas. Enquanto isso, temos vislumbres de Manousos, que, após se recuperar no Panamá (e deixar um “vale” pelas despesas médicas para não dever nada à colmeia), cruza a fronteira em uma ambulância roubada, indo direto ao encontro de Carol.
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Resenha crítica do episódio 8 de Pluribus
O roteiro de Jonny Gomez e a direção de Melissa Bernstein conseguem equilibrar a estranheza da ficção científica com a vulnerabilidade humana de uma forma brilhante. A série finalmente parou de rodar em círculos sobre a solidão de Carol e nos deu algo tangível: uma relação complexa que serve tanto como bálsamo para a solidão quanto como ferramenta de espionagem.
O jogo duplo de Carol: romance ou espionagem?
O aspecto mais fascinante deste episódio é a dualidade de Carol. Por um lado, ela cede aos encantos de Zosia. Elas dormem juntas, há carinho genuíno e até ciúmes. Mas, por outro, Carol não é boba. A primeira coisa que ela faz ao chegar em casa depois de passar a noite na “colmeia” é correr para o seu quadro branco e anotar freneticamente tudo o que aprendeu.
É genial ver como ela compartimentaliza as coisas. Ela pode estar apaixonada (ou carente), mas a frase “Eles. Comem. Pessoas.” continua sublinhada com destaque. Carol está usando essa proximidade para extrair informações vitais: a origem do vírus (planeta Kepler-22b), como eles se comunicam (eletromagnetismo corporal) e o plano aterrorizante de construir uma antena gigante para “compartilhar o dom” com outros alienígenas. É a clássica situação de “mantenha os amigos perto e os inimigos mais perto ainda”, só que com muito mais bagagem emocional.

A humanidade dentro da colmeia
A performance de Karolina Wydra como Zosia merece destaque aqui. A série brinca com a ideia de quanto da pessoa original resta após a união. O momento em que Carol força Zosia a usar o pronome “Eu” em vez de “Nós” é crucial. Quando Zosia acessa a memória do sorvete de manga em Gdansk, vemos um vislumbre de humanidade que questiona se a individualidade foi deletada ou apenas “mascarada”.
No entanto, a série não nos deixa esquecer o horror por trás da fachada. A cena em que Carol visita o dormitório dos Outros no ginásio — todos amontoados em sacos de dormir para “conservar energia” — tem uma vibe meio Matrix que arrepia. É eficiente? Sim. É humano? Nem um pouco. Essa estranheza reforça por que Carol, mesmo seduzida, continua resistindo.
A manipulação emocional como arma
O título “Estratégia de Charme” não é por acaso. A reconstrução do restaurante foi um gesto grandioso, mas revelou a natureza manipuladora da colmeia. Eles não entendem que recriar um cenário (como uma IA plagiando arte) não substitui a experiência real. Quando Carol explode e chama isso de “psicose” e “besteira manipuladora”, é um dos melhores momentos de Rhea Seehorn, lembrando a franqueza de sua personagem Kim Wexler em Better Call Saul.
Os Outros sabem tudo sobre Carol — seus gostos, seu passado — mas falham em entender sua alma. Eles acham que felicidade é dar a ela o que ela quer, mas esquecem que a autonomia é o que ela precisa.
Conclusão
O episódio 8 foi, sem dúvida, um ponto de virada em Pluribus. Ele nos deu respostas sobre a mitologia da série (a origem em Kepler-22b, a antena) e aprofundou o drama pessoal de Carol de uma forma que parecia impossível alguns episódios atrás.
Estamos caminhando para um final de temporada explosivo. De um lado, temos Carol, que está “brincando de casinha” com o inimigo enquanto secretamente planeja sua queda. Do outro, temos Manousos chegando com sangue nos olhos, uma conta hospitalar detalhada (porque ele é teimoso assim) e uma ambulância.
O encontro entre a resistência pragmática de Carol e a resistência radical de Manousos promete faíscas, especialmente quando ele descobrir que a aliada dele está dormindo com a inimiga. Com apenas mais um episódio restante, a tensão está no máximo. Será que Carol vai conseguir salvar o mundo, ou a solidão vai fazê-la sucumbir de vez ao “Nós”?
Onde assistir à série Pluribus?
Trailer de Pluribus (2025)
Elenco de Pluribus, da Apple TV
- Rhea Seehorn
- Carlos-Manuel Vesga
- Karolina Wydra
- Miriam Shor
















