'Rogai por Nós': o terror de um roteiro ruim e um CGI horrível

O filme “Rogai Por Nós”, dirigido por Evan Spiliotopoulos (responsável por colaborar com o roteiro de ‘O Exorcista do Papa’), mergulha no universo do suspense e da fé, trazendo uma obra de terror que poderia ser envolvente, mas que falha ao desafiar às expectativas. Neste thriller sobrenatural, o diretor nos conduz por um enredo que mescla elementos de mistério e reflexões profundas sobre crenças e milagres.

Sinopse de Rogai por Nós, da Netflix (2021)

Alice (Cricket Brown), uma jovem surda-muda, afirma ter recebido a capacidade de curar milagrosamente os enfermos. Quando a notícia se espalha, o jornalista Gerry Fenn (Jeffrey Dean Morgan) decide investigar o fenômeno. Confrontando ceticismo e descrença, Alice se vê no centro de uma controvérsia que desafia tanto suas crenças quanto as daqueles ao seu redor. À medida que a narrativa se desenrola, somos conduzidos a um jogo de suspense e questionamentos sobre fé, colocando em cheque as fronteiras entre o divino e o humano.

Leia mais críticas de filmes da Netflix

Crítica do filme Rogai Por Nós, da Netflix

O filme começa com uma premissa intrigante, oferecendo vislumbres do passado e apresentando o personagem de Jeffrey Dean Morgan, um repórter cético envolvido em investigar eventos sobrenaturais. A atmosfera inicial lembra produções como Arquivo X, estabelecendo uma abordagem mais centrada na atmosfera e investigação. O elenco, com performances sólidas de Morgan, Cricket Brown, William Sadler, e Katie Aselton, inicialmente mantém o espectador investido na trama.

Entretanto, à medida que a história se desenrola, os problemas narrativos se tornam evidentes. A trama, que poderia ter sido resolvida de maneira mais eficaz e envolvente, se perde em subtramas desnecessárias e antagonistas estereotipados. A falta de exploração da tecnologia contemporânea em um enredo ambientado no presente e a utilização de CGI questionável enfraquecem ainda mais a coesão do filme.

“Rogai Por Nós” é uma obra que, infelizmente, desce por um caminho tortuoso à medida que avança. Apesar de começar com um potencial intrigante e questionamentos sobre fé e oportunismo, o filme se perde em clichês do gênero de terror e em uma execução visual questionável. A falta de aprofundamento nos temas sugeridos inicialmente e a adesão aos padrões convencionais do terror comprometem a integridade da narrativa. O diretor Spiliotopoulos parece, em certos momentos, contradizer a mensagem que pretendia transmitir, transformando o filme em uma experiência oportunista e desequilibrada.

Leia tudo sobre séries da Netflix

Conclusão

Enfim, “Rogai Por Nós” tem uma premissa que poderia ter sido melhor aproveitada, mas tudo no filme parece ser feito com preguiça, do roteiro que não trabalha com coesão quando estabelece a entidade demoníaca até o elenco que, possivelmente, acabou aceitando participar da produção confiando no nome de Sam Raimi atrelado ao filme.