
Foto: Netflix / Divulgação
Dirigida por Kim Won-seok e escrita por Lim Sang-choon, o dorama “Se a Vida te Der Tangerinas”, da Netflix, oferece uma trama que foge dos clichês e mergulha em uma história rica, emocionante e atemporal.
A série apresenta um romance que atravessa seis décadas, retratando a vida de Ae-sun (IU) e Gwan-sik (Park Bo-gum) desde sua juventude na Ilha de Jeju, nos anos 1960, até Seul em 2025. Com uma produção luxuosa e um elenco de peso, os primeiros quatro episódios da série demonstram um equilíbrio impressionante entre emoção, melancolia e esperança.
Sinopse do dorama Se a Vida Te Der Tangerinas (2025)
A trama começa com um vislumbre do futuro, onde vemos Ae-sun já idosa (Moon So-ri). Em seguida, a narrativa volta para sua infância, mostrando-a aos sete anos (Kim Tae-yeon), lidando com a perda do pai e as dificuldades impostas pela mãe trabalhadora e severa, Kwang-rye (Yeom Hye-ran). A relação com Gwan-sik, filho de pescadores, nasce na infância e se fortalece conforme crescem.
Na juventude, Ae-sun sonha em ser poeta, enquanto Gwan-sik expressa seu amor e dedicação por ela de forma silenciosa, mas constante. Entre temporadas que refletem as estações do ano na Ilha de Jeju, o drama mostra a dura realidade das mulheres mergulhadoras haenyeo, as dificuldades da vida rural e as transformações sociais que o casal testemunha ao longo dos anos.
Nos primeiros episódios, acompanhamos a transição de Ae-sun e Gwan-sik para a vida adulta, com IU e Park Bo-gum assumindo os papéis principais. O roteiro equilibra comédia e tragédia, explorando como o amor e a resiliência moldam seus destinos.
Você também pode gostar disso:
+ ‘Ruptura’ [T2E8]: o segredo de Cobel e a verdade sobre a Separação
+ A verdade venceu no final da 3ª temporada de ‘Amor: Verdade ou Consequência – Polônia’
+ Uma investigadora, dois amores e um crime sem resolução no episódio 8 de ‘Uma Mente Excepcional’
Crítica da série Se a Vida Te Der Tangerinas, da Netflix
Enquanto muitas produções contemporâneas abusam de estruturas não lineares para gerar impacto, “Se a Vida te Der Tangerinas” aposta no prazer de uma boa história contada do início ao fim. Apesar de pequenos flashbacks, a narrativa segue um fluxo natural, permitindo que o público acompanhe o crescimento emocional dos personagens sem artifícios exagerados.
A comparação com “A Amiga Genial” é pertinente, já que ambas as séries adotam um tom literário, focando no desenvolvimento das relações humanas em detrimento de grandes reviravoltas. No entanto, “Se a Vida te Der Tangerinas” ainda não alcança o nível de profundidade psicológica da adaptação de Ferrante.
Uma produção ambiciosa, mas contida
Com um orçamento estimado em 60 bilhões de wons (cerca de US$ 41,5 milhões), a série esbanja qualidade de produção. Os cenários foram meticulosamente construídos para representar diferentes épocas, e a fotografia captura tanto a beleza rússica da Ilha de Jeju quanto a evolução urbana de Seul.
O diretor Kim Won-seok opta por um estilo visual fluido, evitando cortes abruptos e deixando as cenas respirarem. No entanto, a direção não explora plenamente as nuances do roteiro, resultando em alguns momentos que poderiam ser mais marcantes se houvesse um toque mais autoral.
IU e Park Bo-gum: um casal carismático
O grande trunfo da série está em seus protagonistas. IU brilha como Ae-sun, equilibrando rebeldia e vulnerabilidade de forma convincente. Sua personagem não se encaixa no estereótipo da mocinha tradicional: ela é intensa, impulsiva e carrega cicatrizes emocionais profundas. Ao seu lado, Park Bo-gum interpreta Gwan-sik com uma presença sóbria e contida, expressando emoções através de gestos sutis.
A dinâmica entre os dois é envolvente, com um romance construído a partir de pequenos gestos e interações genuínas. A série evita clichês exagerados, apresentando uma história de amor que se fortalece na adversidade.
Uma história sobre sacrifício e sobrevivência
Embora o romance seja central, o drama também enfatiza o peso das expectativas sociais, especialmente para as mulheres da época. A relação de Ae-sun com sua mãe reflete a dura realidade das gerações passadas, onde amor e sacrifício se entrelaçavam de maneira dolorosa.
Além disso, a série traça um retrato realista da vida na Ilha de Jeju, evitando glamourizações e mostrando as dificuldades enfrentadas por aqueles que ali viveram.
Conclusão
Os primeiros quatro episódios de “Se a Vida te Der Tangerinas” constroem uma base sólida para o que promete ser uma história emocionante e memorável. A narrativa, embalada por performances autênticas e uma produção cuidadosa, traz um retrato sensível do amor, da resiliência e das dificuldades da vida.
Ainda que falte um refinamento maior na direção e na abordagem visual, a série se destaca pela linearidade, pelo roteiro emocionalmente impactante e pela química impecável entre IU e Park Bo-gum. Se continuar nesse ritmo, a produção tem tudo para se consolidar como um dos dramas mais marcantes do ano.
Siga o Flixlândia nas redes sociais
+ TikTok
+ YouTube
Onde assistir ao dorama Se a Vida Te Der Tangerinas?
A série está disponível para assistir na Netflix.
Trailer de Se a Vida Te Der Tangerinas (2025)
Elenco de Se a Vida Te Der Tangerinas, da Netflix
- Rich Ting
- Park Bo-gum
- Kim Seon-ho
- IU
- Lee Jun-young
- Oh Jung-se
- Yeom Hye-ran
- Moon So-ri
Ficha técnica da série Se a Vida Te Der Tangerinas
- Título original: Pokssak sogatsuda / When Life Gives You Tangerines
- Criação: Kim Won-suk, Lim Sang-choon
- Gênero: romance, drama
- País: Coreia do Sul
- Temporada: 1
- Episódios: 4
- Classificação: 12 anos