A história de Ayrton Senna transcende o automobilismo, unindo o Brasil em torno de um herói que conquistou o mundo com talento, carisma e uma busca incessante pela vitória. A série “Senna”, da Netflix, surge como a maior produção brasileira da plataforma, prometendo recontar a trajetória do tricampeão de Fórmula 1 para uma nova geração.
Apesar de impressionar em sua recriação técnica, a minissérie sobre Senna tropeça ao tentar capturar a complexidade do homem por trás do ícone.
Sinopse da série Senna (2024)
Dividida em seis episódios, “Senna” acompanha a vida de Ayrton Senna (Gabriel Leone) desde os primeiros passos no kart até o trágico acidente em Ímola, em 1994. A narrativa apresenta momentos marcantes de sua carreira, como a histórica corrida em Mônaco sob chuva, e explora relações pessoais, como os romances com Xuxa e Adriane Galisteu.
Paralelamente, a série destaca sua luta nos bastidores da Fórmula 1, enfrentando o preconceito europeu e batalhando por segurança no esporte. Em meio à grandiosidade das corridas, “Senna” tenta retratar a humanidade do piloto, mas entrega uma visão superficial de sua vida pessoal.
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Crítica de Senna, da Netflix
“Senna” impressiona pela recriação técnica das corridas. Utilizando efeitos práticos e visuais, a produção transporta o espectador para o cockpit, com cenas vibrantes e imersivas. O trabalho com figurinos, cenários e carros é de altíssimo nível, recriando com precisão a era de ouro da Fórmula 1.
Gabriel Leone entrega uma performance magnética, capturando a intensidade de Senna nas pistas e seu carisma fora delas. No entanto, a série não consegue aprofundar o personagem além do mito.
Pouco aprofundamento
Ao optar por uma narrativa cronológica que percorre toda a trajetória do piloto, “Senna” sacrifica o aprofundamento de momentos cruciais. As dificuldades nos primeiros anos da Fórmula 1 e os conflitos com Adriane Galisteu, por exemplo, recebem pouca atenção, enquanto o lado humano de Senna é reduzido a clichês.
A presença de personagens fictícios, como a jornalista Laura (Kaya Scodelario), parece subutilizada, enquanto figuras reais, como Galvão Bueno, são bem incorporadas à trama.
O roteiro enfrenta dificuldades ao explorar o contexto político e social do Brasil nos anos 1980 e 1990, um elemento vital para compreender a idolatria em torno de Senna. A ausência dessa camada enfraquece a narrativa, tornando-a excessivamente focada em vitórias e derrotas. Além disso, o retrato de coadjuvantes, especialmente mulheres, muitas vezes se resume a estereótipos, limitando a riqueza dramática da obra.
Conclusão
“Senna” é uma produção ambiciosa que acerta ao recriar a emoção das corridas e ao apresentar a história do tricampeão para novas gerações. No entanto, sua abordagem superficial e narrativa fragmentada impedem que a série atinja todo o potencial de seu protagonista.
Para fãs de Fórmula 1, é um espetáculo visual digno de maratona; para quem busca compreender o homem por trás do mito, o documentário de Asif Kapadia ainda é a obra definitiva. A minissérie emociona, mas deixa a sensação de que poderia ter ido mais longe.
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Onde assistir à série Senna?
A série está disponível para assistir na Netflix.
Trailer de Senna (2024)
Elenco de Senna, da Netflix
- Gabriel Leone
- Kaya Scodelario
- Matt Mella
- Patrick Kennedy
- Arnaud Viard
- Steven Mackintosh
- Camila Márdila
- Marco Ricca
- Susana Ribeiro
- Gabriel Louchard
Ficha técnica da série Senna
- Criação: Vicente Amorim
- Gênero: drama
- País: Brasil
- Temporada: 1
- Episódios: 6
- Classificação: 16 anos
2 thoughts on “‘Senna’ emociona, mas deixa a sensação de que poderia ter ido mais longe”