'Supersex': ousadia e provocação

“Supersex”, a nova série italiana da Netflix, não é exatamente sexy. Em vez disso, a série de sete episódios, criada por Francesca Manieri e estrelada por Alessandro Borghi, explora temas como família, masculinidade e laços tóxicos. Embora tenha capítulos interessantes, elementos surrealistas e cenas de sexo bizarro tornam-na mais do que um relato biográfico. É uma exploração complexa de relacionamentos e dos vícios que as pessoas buscam para escapar de seus tormentos emocionais.

Sinopse da série Supersex (2024)

“Supersex” foi inspirada na vida real de Rocco Siffredi: sua família, sua origem e sua relação com o amor. É uma história profunda, que começa na infância e revela quando e como Rocco Tano, um cara simples de Ortona, se transformou no astro pornô mais famoso do mundo.

Leia mais críticas de séries da Netflix

Crítica de Supersex, da Netflix

O primeiro episódio funciona como uma história de amadurecimento. Voltando a 1974, conhecemos Rocco Tano (Borghi), um menino de dez anos preso na cidade rural de Ortona e perdido no caos de sua família. Sua mãe é devotada ao seu irmão mentalmente deficiente, e ele vive à sombra de seu carismático meio-irmão mais velho, Tommaso (Adriano Giannini), que representa uma liberdade e uma hiper-masculinidade fora do alcance dos homens do município. Além de explorar a dinâmica familiar do protagonista, a série foca em sua fixação pelo sexo, que começa desde muito jovem.

A transformação de Rocco de um entusiasta sexual em uma estrela pornô acontece em estágios. Como jovem garçom em um café em Paris administrado por Tommaso, ele percebe o efeito que tem sobre as mulheres. Esse reconhecimento alinha-se com o status financeiro e social que espera alcançar. No entanto, sua crescente sexualidade e dominação na indústria pornô vêm acompanhadas de desafios, especialmente em relação às expectativas de sua família.

Atuação impressionante

Apesar de algumas escolhas questionáveis de narrativa, “Supersex” tem seus méritos. As cenas de sexo, embora presentes, não são gratuitas, mas sim ilustrações do estado emocional de Rocco enquanto lida com perdas e anseios. O destaque é o episódio “Ressurreição dos Corpos”, que mostra o retorno de Rocco a Ortona durante a doença de sua mãe e um dos maiores momentos de sua carreira.

A atuação de Alessandro Borghi é fenomenal, mantendo a série unida mesmo em seus momentos mais desconexos. Sua interpretação intensa dá vida ao personagem, apesar dos problemas de desenvolvimento de alguns personagens secundários.

Leia críticas de filmes da Netflix

Vale a pena ver a série Supersex (2024)?

“Supersex” é uma reflexão sobre as vidas que as pessoas criam quando ousam ser autênticas. Embora não seja uma narrativa biográfica tradicional, a série oferece uma visão intrigante e complexa sobre Rocco Siffredi e os desafios que ele enfrentou ao longo de sua vida. Para aqueles que procuram uma produção ousada e provocativa, vale a pena apostar neste lançamento da Netflix.