Taynna Gripp 
Foto: Max / Divulgação
Encerrar uma temporada não é tarefa simples — especialmente quando se trata de uma série que construiu, episódio a episódio até o 15, um mosaico emocional tão intenso como “The Pitt”.
Ao longo de 15 horas em tempo real, acompanhamos uma equipe exausta, comprometida e profundamente humana diante da imprevisibilidade de um plantão médico. Com o episódio final, “9:00 P.M.”, a série entrega não apenas um desfecho, mas uma catarse: uma despedida marcada por dor, alívio e uma estranha serenidade.
O drama médico da Max, que começou como uma aposta ousada, se consolida como um dos melhores exemplos do gênero nos últimos anos. E este último episódio prova, com clareza cirúrgica, que “The Pitt” está muito acima das comparações com Grey’s Anatomy ou Plantão Médico. Aqui, o foco é o trabalho real, o esgotamento genuíno e as pequenas vitórias que mantêm esses profissionais de pé.
No fim do turno, fica a pergunta: como seguimos em frente depois de tudo isso? A série não dá respostas fáceis — e é justamente por isso que emociona tanto.
Sinopse da série The Pitt (2025)
Após uma jornada ininterrupta de 15 horas dentro da emergência do Pittsburgh Trauma Medical Center, os médicos e enfermeiros de “The Pitt” finalmente cruzam a linha de chegada. O episódio acompanha o desfecho das consequências do tiroteio no festival PittFest, o atendimento dos últimos pacientes e o esgotamento emocional da equipe, que tenta processar os traumas vividos enquanto se prepara para, enfim, ir para casa.
Entre conflitos internos, despedidas silenciosas e pequenos momentos de alívio, o episódio costura arcos de personagens como Robby (Noah Wyle), Santos (Isa Briones), Langdon (Patrick Bell), Dana (Katherine LaNasa) e McKay (Fiona Dourif) com sensibilidade, abordando questões como abuso de substâncias, exaustão mental, responsabilidade médica e humanidade em meio ao caos.
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Crítica de The Pitt, da Max
O episódio 15, o último de “The Pitt” é menos sobre ação e mais sobre o que resta. O cansaço, a culpa, os laços criados entre colegas de batalha. É nesse terreno de fragilidade e conexão que o roteiro encontra sua força máxima.
A direção segura e o texto preciso evitam o sentimentalismo fácil, optando por momentos genuínos de humanidade, como o reencontro de Mel com a irmã, o gesto de Santos com Whitaker ou a catarse entre Robby e Abbott no telhado.
Noah Wyle entrega o papel de sua carreira
É impossível falar deste episódio sem exaltar a atuação de Noah Wyle. Seu Dr. Robby chega ao limite da resistência física e emocional após uma sequência de eventos brutais. A cena no telhado com Dr. Abbott é um primor de vulnerabilidade masculina, raro na televisão.
O desabafo entre os dois médicos — “Você arrasou lá embaixo” — carrega o peso acumulado de toda a temporada e revela o coração da série: a guerra constante travada por quem insiste em salvar vidas.
Santos deixa de ser vilã e se torna essencial
Personagem inicialmente antipática ao público, a Dra. Santos tem aqui sua melhor jornada. Ao desconfiar de um caso mal explicado, revela empatia ao conversar com um jovem paciente suicida, compartilhando uma história pessoal dolorosa.
Ao acolher Whitaker em sua casa, também mostra que suas barreiras são escudos de proteção. Isa Briones entrega uma atuação sutil e tocante, transformando a personagem em uma das mais promissoras da série.
Dana e Langdon: o fim de uma linha
Dana, o verdadeiro coração silencioso do hospital, parece pronta para pendurar o crachá. Sua despedida sem palavras, embalada por um olhar melancólico sobre o pronto-socorro, é uma das cenas mais impactantes da temporada.
Já Langdon, em sua tentativa patética de redenção, afunda ainda mais. Sua chantagem emocional contra Robby é um golpe baixo — e narrativamente eficaz — para mostrar o quão quebrado (e perigoso) ele se tornou. A série acerta ao mostrar que nem todos merecem recomeços fáceis.
McKay e o dilema da culpa mal atribuída
O arco envolvendo David, o garoto com lista de “eliminação”, culmina de forma estranha. McKay carrega a culpa de uma detenção que, na verdade, teve mais a ver com Robby do que com ela. A tentativa do roteiro de redimir David e humanizar McKay soa forçada, especialmente porque não condiz com o Robby que conhecemos.
Ainda assim, o esforço da personagem para falar com o garoto e estimular uma mudança é uma nota de humanidade necessária, mesmo que mal posicionada no enredo.
Um final que respeita o tempo dos personagens
Ao encerrar cada arco com atenção e sem pressa, o episódio honra todos os que estiveram na linha de frente. Javadi, Mohan, Abbot, Mel, Ellis, todos têm seus momentos. O brinde no parque, a descontração após a tempestade, o som da ambulância ao fundo interrompendo a paz — tudo compõe um retrato realista da vida médica. Nunca há um final de verdade, apenas uma pausa até o próximo caos.
Conclusão
“9:00 P.M.” é um encerramento brilhante para uma temporada que ousou, inovou e, acima de tudo, emocionou. “The Pitt”, com seus 15 episódios, conseguiu atualizar o drama médico sem cair em fórmulas gastas, entregando um estudo de personagens profundo e visceral, com atuações memoráveis e temas relevantes tratados com seriedade.
A escolha de contar toda a história em tempo real, durante um único dia, foi arriscada — e se provou genial. A tensão crescente, o desgaste acumulado e as pequenas vitórias se tornam ainda mais palpáveis nesse formato.
Com uma segunda temporada já em produção, “The Pitt” se posiciona como uma das séries mais humanas e necessárias da atualidade. Se o hospital pode quebrar o coração de seus profissionais, a série também não tem pudor em quebrar o nosso. E a gente agradece.
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Onde assistir à série The Pitt?
A série está disponível para assistir na Max.
Trailer de The Pitt (2025)
Elenco de The Pitt, da Max
- Noah Wyle
- Tracy Ifeachor
- Patrick Ball
- Katherine LaNasa
- Supriya Ganesh
- Fiona Dourif
- Taylor Dearden
- Isa Briones
Ficha técnica da série The Pitt
- Título original: The Pitt
- Criação: R. Scott Gemmill
- Gênero: drama
- País: Estados Unidos
- Temporada: 1
- Episódios: 15
- Classificação: 14 anos
Sobre o autor
