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Crítica do filme 'Um Maluco no Golfe 2', Netflix (2025) - Flixlândia (1)

Foto: Netflix / Divulgação

Vinte e nove anos é muito tempo. Quase três décadas separam a comédia cult que apresentou Adam Sandler como Happy Gilmore, o aspirante a jogador de hóquei com um talento peculiar e explosivo para o golfe, de sua aguardada sequência.

“Um Maluco no Golfe 2”, que acaba de chegar à Netflix, não é apenas um novo capítulo na vida do icônico personagem; é uma declaração de amor à nostalgia, um convite para os fãs revisitar o universo anárquico e hilário que marcou uma geração. Mas será que essa aposta no passado consegue acertar o hole-in-one no presente, ou acaba apenas num birdie forçado?

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Sinopse

O filme original de 1996 nos apresentou Happy Gilmore, um jogador de hóquei frustrado que descobre um talento incomum para o golfe, impulsionado por sua raiva e um swing nada convencional. Sua motivação? Salvar a casa da avó. A trama se encerrava com Happy vitorioso e apaixonado por Virginia Venit (Julie Bowen).

Agora, “Um Maluco no Golfe 2” nos traz um Happy completamente diferente. Anos após o triunfo, a vida o golpeou duramente: ele perdeu sua amada esposa Virginia em um trágico acidente envolvendo uma bola de golfe, tornando-se um viúvo com cinco filhos e um grave problema com o alcoolismo.

A reviravolta acontece quando sua filha Vienna (Sunny Sandler) é aceita em uma prestigiada escola de balé em Paris, mas a taxa anual de US$ 300 mil é um obstáculo intransponível. Sem saída, Happy é forçado a abandonar a bebida e retornar aos campos de golfe, não apenas para honrar o legado de sua família, mas para garantir o futuro de sua filha.

Ele se vê diante de um novo desafio: a Maxi Golf League, uma versão modernizada e extravagante do esporte, liderada por um millennial asqueroso (Benny Safdie), que reinventa o golfe como uma experiência multimídia com regras e cirurgias bizarras para aprimorar os jogadores. Para enfrentar essa nova ameaça, Happy precisará de toda a sua fúria e, quem diria, de alguns velhos e inusitados aliados.

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Crítica

“Um Maluco no Golfe 2” é, acima de tudo, uma ode à nostalgia. Desde o primeiro minuto, o filme se esforça para reativar as memórias dos fãs do original. O roteiro, assinado por Adam Sandler e Tim Herlihy, os mesmos criadores do primeiro longa, é recheado de referências diretas: os movimentos pélvicos exagerados de Happy, a infame idosa da casa de repouso (agora em um caixão, para um humor ainda mais mórbido), e uma avalanche de personagens coadjuvantes que retornam para breves, mas marcantes, aparições.

Essa repetição de piadas e situações, embora por vezes excessiva, cumpre seu objetivo de gerar um caloroso sentimento de familiaridade. É como rever um amigo antigo que, apesar dos anos, ainda guarda as mesmas manias engraçadas. A constante presença de clipes do filme original e a volta de quase todo o elenco principal reforçam essa imersão nostálgica, tornando a sequência quase uma “reunião de 30 anos” do primeiro filme.

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Adam Sandler: a fúria envelhecida e o retorno à zona de conforto

Adam Sandler, aos 58 anos, retoma o papel que o catapultou ao estrelato com uma performance que mescla o familiar com o inesperado. Se no primeiro filme Happy era um “homem-criança” movido pela raiva, aqui ele é um homem maduro, quebrado pela vida e afundado no alcoolismo.

Essa nova faceta, embora tratada com o humor característico de Sandler (inclusive com a hilária mania de esconder bebida em objetos inusitados), adiciona uma camada de melancolia ao personagem. Sandler, um ator que provou sua versatilidade em dramas como “Joias Brutas”, mostra que consegue transitar entre a comédia escrachada e momentos de uma sutil tristeza.

No entanto, é no retorno à sua “fúria descontrolada” nos campos de golfe que o filme reencontra a essência de Happy. É uma performance que reafirma o estilo de comédia que o tornou um superstar nos anos 90, um humor “inteligente/idiota” que, para seus fãs, é puro ouro.

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Cena do filme 'Um Maluco no Golfe 2', Netflix (2025) - Flixlândia
Cena do filme ‘Um Maluco no Golfe 2’ (Foto: Netflix / Divulgação)

Elenco estelar e participações especiais

O time de celebridades que se junta a Sandler em “Um Maluco no Golfe 2” é impressionante e contribui para o fator “fan service” do filme. Além dos retornos de Julie Bowen (em uma participação breve, mas crucial para a trama), Christopher McDonald (hilário como Shooter McGavin, agora saído de uma instituição psiquiátrica) e Ben Stiller (revivendo o sádico enfermeiro Hal, agora um guru de grupo de apoio), o elenco ganha adições de peso.

Benny Safdie, conhecido por “Joias Brutas”, entrega um vilão caricato e com um problema de hálito memorável. O rapper Bad Bunny surpreende como um gandula simpático e muito engraçado. Eminem faz uma ponta hilária como um torcedor inconveniente, e Travis Kelce, o tricampeão da NFL e namorado de Taylor Swift, também tem sua participação. Até mesmo as filhas de Sandler, Sadie e Sunny, marcam presença.

Essa profusão de participações especiais, incluindo golfistas profissionais renomados como Justin Thomas, Scottie Scheffler e Rory McIlroy, transforma o filme em um verdadeiro festival de rostos conhecidos, garantindo que o público esteja sempre atento às surpresas na tela.

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Os limites do humor: uma dança entre o antigo e o novo

Uma das questões mais pertinentes de “Um Maluco no Golfe 2” é como ele lida com os limites do humor na atualidade. Adam Sandler, que tinha 30 anos no original, hoje, aos 58, navega em um cenário bem diferente, onde a sensibilidade e a correção política são mais exigidas.

O filme tenta equilibrar essa balança: aborda temas contemporâneos, como a sexualização da mulher, mas também mantém piadas e situações que podem ser consideradas datadas ou problemáticas, como a escolha de Lavell Crawford para um personagem com deficiência física. Sandler e o diretor Kyle Newacheck afirmam a intenção de criar um filme nostálgico e familiar, com o objetivo principal de fazer rir, sem a intenção de ofender.

Essa postura revela a dificuldade em replicar o humor cru e sem filtros dos anos 90 em um contexto mais vigilante, mas o filme demonstra uma consciência, ainda que limitada, de que ajustar uma piada para fazer todo mundo achar engraçado pode ser necessário.

Conclusão

“Um Maluco no Golfe 2” é, em sua essência, um exercício de fan service bem executado. Ele entrega exatamente o que os fãs da comédia original de Adam Sandler esperariam: mais caos, mais fúria, mais referências e muitas risadas.

Embora possa parecer preguiçoso para alguns devido à sua dependência da nostalgia e à repetição de gags, a verdade é que o filme é um artigo genuíno da comédia “sandleriana”. Não é uma tentativa falsa de atualizar a marca, mas sim um revival autêntico do espírito anárquico que definiu o astro nos anos 90.

Se você é um fã de carteirinha de Happy Gilmore, prepare-se para uma orgia hilária e barulhenta de puro entretenimento. Para os novatos, vale a pena conferir o clássico de 1996 antes para uma experiência completa. No final das contas, “Um Maluco no Golfe 2” prova que Adam Sandler, mesmo aos 58 anos, ainda é o comediante “punk-rock judeu catarticamente desonroso” da comédia americana, e seu público, pelo visto, não quer que ele mude.

Assista ao trailer de Um Maluco no Golfe 2 (2025)

Elenco do filme Um Maluco no Golfe 2, da Netflix

  • Adam Sandler
  • Julie Bowen
  • Christopher McDonald
  • Ben Stiller
  • Benny Safdie
  • Benito Antonio Martínez Ocasio
  • John Daly
  • Jackie Sandler
  • Sadie Sandler
  • Sunny Sandler

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