O filme “Which Brings Me To You”, do Prime Video, tenta dar uma nova cara ao gênero romântico, colocando no centro da trama dois personagens que carregam consigo um passado conturbado.
A comédia romântica estrelada por Lucy Hale e Nat Wolff se propõe a explorar como nossas bagagens emocionais moldam nossos relacionamentos futuros.
No entanto, o filme, dirigido por Peter Hutchings, parece se perder ao balancear entre drama e comédia, o que afeta a conexão do espectador com o casal principal. Será que o público ainda consegue torcer pelo amor em meio a tantos flashbacks e traumas do passado?
A trama se inicia em um casamento, onde Jane (Lucy Hale) e Will (Nat Wolff), dois estranhos com histórico amoroso turbulento, se conhecem e rapidamente se veem atraídos um pelo outro.
Após uma tentativa frustrada de intimidade em um armário, Will interrompe o momento e Jane, desapontada, sai do local. Mas Will decide segui-la, temendo que ela, embriagada, possa precisar de ajuda. Os dois então embarcam em uma jornada de 24 horas, compartilhando suas histórias de amor fracassadas.
A narrativa se desenrola por meio de flashbacks, onde cada um revela detalhes dolorosos e honestos sobre relacionamentos passados, criando uma conexão inesperada entre eles.
Apesar do potencial de ser um romance envolvente, “Which Brings Me To You” enfrenta o desafio de capturar a química entre seus protagonistas em meio a uma estrutura narrativa que alterna constantemente entre o presente e o passado.
Lucy Hale e Nat Wolff conseguem trazer humanidade e autenticidade a Jane e Will, mas a dinâmica entre eles é ofuscada pela longa sequência de flashbacks, que, embora bem-intencionados, acabam distanciando o público do casal.
Exageros
A tentativa do roteiro de explorar as altos e baixos emocionais de Jane e Will é interessante, mas exagerada. Muitos dos relacionamentos passados que aparecem nas lembranças dos personagens são complexos demais, envolvendo temas como traição e vícios.
Enquanto isso, os momentos leves e românticos que caracterizam uma boa comédia romântica são deixados de lado, tornando a história mais parecida com uma sessão de terapia do que com um romance encantador.
A trama poderia ter sido mais eficiente se explorasse com parcimônia os passados amorosos dos personagens, concentrando-se no desenvolvimento da relação entre Jane e Will no presente.
Estrutura repetitiva
Além disso, o filme perde a chance de tornar a narrativa mais dinâmica, pois a estrutura repetitiva dos flashbacks, sem variação no tom ou ritmo, torna a experiência cansativa. A escolha de focar tanto nas histórias passadas faz com que o público não sinta a real evolução da relação central, e a conexão entre Jane e Will parece frágil.
Talvez, como uma minissérie, essa trama funcionasse melhor, pois permitiria que cada flashback e interação presente fosse explorado de forma mais equilibrada.
“Which Brings Me To You” é uma tentativa ousada de aprofundar o gênero romântico, trazendo um olhar sincero sobre os altos e baixos dos relacionamentos. Contudo, a execução se perde entre flashbacks excessivos e falta de leveza, elementos que poderiam ter trazido o frescor necessário para transformar a trama em uma comédia romântica marcante.
Apesar do desempenho cativante de Hale e Wolff, a história de Jane e Will se torna mais um exercício de autoanálise do que um romance arrebatador, deixando a sensação de que o filme poderia ter entregado mais com uma abordagem menos dramática e mais centrada no presente.
Navegando nas águas do marketing digital, na gestão de mídias pagas e de conteúdo. Já escrevi críticas de filmes, séries, shows, peças de teatro para o sites Blah Cultural e Ultraverso. Agora, estou aqui em um novo projeto no site Flixlândia.