Sinopse da série Long Bright River (2025)
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Crítica de Long Bright River, da Max
Realismo social: um retrato cruel e necessário
O grande mérito de “Long Bright River” está em sua ambientação. A série não edulcora o sofrimento das comunidades afetadas pela dependência química. As ruas de Kensington são mostradas com honestidade brutal: becos, barracas improvisadas, olhares vazios e promessas quebradas.
Há empatia nas lentes dos diretores — especialmente no tratamento dado às mulheres marginalizadas. As trabalhadoras sexuais, por exemplo, são retratadas com humanidade, não apenas como vítimas ou figuras descartáveis.
O ritmo arrastado e o excesso de flashbacks
Se por um lado a série se propõe a desenvolver profundamente seus personagens, por outro, sofre com uma estrutura inchada. Os flashbacks frequentes — embora relevantes para o desenvolvimento emocional de Mickey e Kacey — muitas vezes quebram o ritmo da narrativa principal e tornam a progressão da história exaustiva.
A investigação criminal, que poderia sustentar a tensão, é diluída por cenas contemplativas e desdobramentos familiares que se estendem além do necessário. Há um consenso de que a série seria mais eficaz com 6, ou até 5 episódios.
Atuações marcantes
Apesar dos problemas com o protagonismo, o elenco de apoio é um dos pontos fortes. Nicholas Pinnock como Truman entrega uma presença calorosa e firme. Ashleigh Cummings, no papel de Kacey, transmite vulnerabilidade e complexidade em uma performance comovente.
O jovem Callum Vinson, como Thomas, filho de Mickey, surpreende com uma maturidade emocional rara em atuações infantis. Até os personagens com pouco tempo de tela — como o avô Gee (John Doman) — trazem camadas ao enredo.
Direção, fotografia e escolhas estilísticas
A direção aposta em uma estética escura e sombria, reforçando o tom depressivo da série. Contudo, a iluminação excessivamente baixa compromete a experiência visual em diversos momentos, fazendo com que cenas importantes fiquem ofuscadas — literalmente.
A fotografia das ruas de Filadélfia, por outro lado, é eficaz: sentimos o peso e a opressão do espaço urbano, elemento crucial para o senso de verossimilhança da série.