Quando se fala em filmes sobre Inteligência Artificial muito do pensamento popular lembra de espetáculos grandiosos de Hollywood com explosões, armas estilosas e frases de efeito, De “Exterminador do Futuro” a “Eu, robô”, o assunto sempre foi abordado pela meca do cinema espetáculo com muita pirotecnia. Por isso, é até um alívio assistir “A Garota Artificial”, que trata o tema de forma sóbria.
Sinopse
Na trama, acompanhamos uma IA (Inteligência Artificial) chamada Cherry, que se parece com uma menina de pouca idade e foi desenvolvida por um vigilante da internet, na intenção de rastrear pedófilos online. Contudo, o programa avança muito mais rápido do que o planejado, trazendo desafios inesperados na relação entre humanos e a tecnologia.
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Resenha crítica do filme A Garota Artificial
A falta de tiros e perseguições não afeta em nada o ritmo ou a capacidade de prender a atenção do longa. Estruturado em três atos simples e facilmente reconhecíveis para neófitos na cinefilia, o texto é ágil, despejando informações no espectador sem nunca tratar a complexidade do tema de forma leviana ou tentar ser inacessível para parecer mais inteligente.
Embora comece como uma busca por agressores de crianças na rede, logo o foco é modificado, e passa a ser o crescimento exponencial de Cherry (Tatum Matthews), a personagem-título criada para descobrir criminosos na internet. As discussões sobre sentimentos, livre arbítrio e desejos passam a ser a maior discussão entre os personagens, e como a IA irá lidar com a liberdade absoluta como um ser humano.

Diálogos envolventes
O diretor Franklin Ritch acumula o cargo com o do gênio atormentado Gareth, criador do programa. Suas escolhas são sóbrias, deixando o texto falar mais que as imagens, filmando de um jeito que mais assemelha o longa a uma peça teatral que a uma experiência cinematográfica.
É uma escolha acertada: todos os diálogos são envolventes e levam a história à frente, sem enrolação, apenas adicionando mais camadas à complexidade que um ser senciente encara: suas escolhas, seus desejos, suas negações, não apenas sobre Cherry, mas também sobre os personagens humanos, que muitas vezes querem se definir pelo que fazem, esquecendo que há muito mais no mundo.
Conclusão
“A Garota Artificial” começa quase como um thriller policial apenas para mostrar-se um drama existencialista sobre a condição humana. Nem mesmo os easter eggs fogem disso: o código de administrador de Gareth é o número de registro do livro “A metamorfose”, de Franz Kafka. Um aceno sutil ao que espera Cherry no final da sua jornada. Ou seria o começo?
Onde assistir ao filme A Garota Artificial?
Trailer de A Garota Artificial (2022)
Elenco do filme A Garota Artificial
- Tatum Matthews
- Lance Henriksen
- Sinda Nichols
- David Girard
- Franklin Ritch
- Ivana Barnes
- Andi Ciccotelli
- Alyssa Moody
- Lucy Noelle
- Rashaud Sessions
















