
Foto: Prime Video / Divulgação
“A Sombra da Noite”, episódio 6 da temporada 3 de “A Roda do Tempo”, é um daqueles capítulos que deixam o público dividido: ao mesmo tempo em que entrega momentos marcantes e um clímax emocional poderoso, também afunda em velhas falhas estruturais da série.
O roteiro de Rammy Park tenta equilibrar múltiplos núcleos, desenvolve alguns com certo cuidado e insinua grandes reviravoltas — especialmente no arco de Rand. Mas, ainda assim, a sensação de dispersão e o ritmo desigual comprometem a força do conjunto.
Sinopse do episódio 6 da temporada 3 da série A Roda do Tempo (2025)
Baseado em A Ascensão da Sombra, um dos livros mais densos da saga de Robert Jordan, o episódio traz revelações importantes e confrontos intensos. A narrativa se divide entre Tanchico, os Dois Rios, a Torre Branca e o mundo dos sonhos de Tel’aran’rhiod, enquanto Rand encara uma crise de identidade como o Dragão Renascido.
Ao mesmo tempo, vilãs como Moghedien, Liandrin e Lanfear consolidam seu domínio nas sombras, ameaçando o equilíbrio entre as forças da Luz e da Escuridão.
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Crítica do episódio 6 de A Roda do Tempo (temporada 3), do Prime Video
Se há uma constante em “A Roda do Tempo”, é a tentativa — por vezes frustrante — de dar conta de muitos núcleos ao mesmo tempo. Aqui, o problema ressurge com força: enquanto o arco de Rand finalmente avança com peso dramático e impacto visual, boa parte do episódio é tomada por passagens sem brilho em Tanchico e Dois Rios, que, apesar de momentos isoladamente interessantes, pesam no ritmo e prejudicam a imersão.
O núcleo de Tanchico representa o maior tropeço do episódio. Com exceção de uma sequência carismática — a canção “The Hills of Tanchico”, que mistura humor, charme e musicalidade em um raro respiro criativo —, todo o restante parece apressado e pouco inspirado.
A volta de Thom Merrilin é conveniente e mal encaixada, enquanto a descoberta do bracelete mágico soa quase paródica de tão forçada. É lamentável ver personagens como Elayne sendo usados como alívio cômico superficial ao invés de ganharem camadas dramáticas reais.
Pior que isso, é saber que o excelente núcleo da Torre Branca foi completamente ausente neste episódio, enquanto minutos preciosos foram gastos em interações artificiais e diálogos que não avançam a trama.
O clímax sombrio de Rand: o peso de ser o Dragão Renascido
Se há uma redenção em “A Sombra da Noite”, ela está no arco de Rand. O jovem finalmente ganha corpo como protagonista, mergulhado num conflito trágico entre poder e humanidade. A cena em que ele derrota Sammael com um ataque devastador é visualmente impactante e emocionalmente destruidora, ao revelar que, ao tentar salvar todos, ele sacrificou a inocente Alsera.
A tentativa desesperada de Rand em trazê-la de volta é o ponto alto do episódio, e Josha Stradowski entrega aqui sua melhor atuação até agora. Esse momento não apenas marca uma virada no personagem, mas também impõe consequências reais, algo que a série vinha evitando.
Moghedien, Liandrin e o lado mais interessante do mal
A série acerta ao trazer antagonistas com personalidade. Moghedien, interpretada com uma dose perfeita de crueldade e sarcasmo por Laia Costa, domina a cena quando aparece. Sua manipulação de Nynaeve e Elayne é desconcertante, tanto pelo terror da submissão quanto pela ausência de um desfecho catártico. A personagem segue em ascensão, assumindo o lugar de ameaça real e imediata que tanto faltava à série.
Já Liandrin continua fascinante em sua complexidade moral, ainda que seu desenvolvimento em flashback (e a boa atuação de Fares Fares como Ishamael) merecesse mais tempo para aprofundamento. Há algo de trágico e humano em sua jornada, o que contrasta com a figura manipuladora que conhecemos até aqui.
Dois Rios: a guerra se aproxima, mas o roteiro vacila
O núcleo de Perrin segue irregular. Há bons momentos — como a cura de Alanna pelas irmãs Cauthon, ou o retorno ameaçador de Padan Fain liderando Trollocs —, mas o excesso de conversas genéricas e cenas pouco impactantes comprometem a força da narrativa. A relação de Perrin com Faile avança de maneira interessante, e seu papel como futuro líder está se desenhando, mas o caminho até lá ainda parece nebuloso e truncado.
Conclusão
O episódio 6 da temporada 3 de “A Roda do Tempo” tenta muito e acerta parcialmente. Os méritos estão nos momentos de maior foco: Rand lidando com os efeitos de seu poder, o crescimento das vilãs e a atmosfera cada vez mais sombria. No entanto, a insistência em dedicar tempo a núcleos enfraquecidos — como o de Tanchico ou Dois Rios — impede que o episódio alcance um verdadeiro ápice.
Mesmo assim, há promessas empolgantes no horizonte: Rand cada vez mais instável, Moghedien ganhando espaço, e o iminente colapso das alianças dentro da Torre Branca. A Roda continua girando — nem sempre no ritmo certo, mas ainda com o potencial de nos levar a destinos grandiosos.
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Onde assistir à série A Roda do Tempo?
A série está disponível para assistir no Prime Video.
Trailer da temporada 3 de A Roda do Tempo (2025)
Elenco de A Roda do Tempo, do Prime Video
- Rosamund Pike
- Daniel Henney
- Zoë Robins
- Madeleine Madden
- Josha Stradowski
- Marcus Rutherford
- Dónal Finn
- Ceara Coveney
- Kate Fleetwood
- Natasha O’Keeffe
- Priyanka Bose
- Taylor Napier
- Hammed Animashaun
- Jennifer Cheon Garcia
Ficha técnica da série A Roda do Tempo
- Título original: The Wheel of Time
- Criação: Rafe Judkins
- Gênero: aventura, ação, fantasia
- País: Estados Unidos
- Temporada: 3
- Episódios: 8
- Classificação: 16 anos