Início » ‘A Última Missão’ falha em praticamente tudo
Crítica do filme A Última Missão, do Prime Video (2025) - Flixlândia (1)

Foto: Prime Video / Divulgação

No vasto universo das comédias de ação, a fórmula de uma dupla improvável jogada em uma situação de alto risco é um clássico. A Última Missão (2025) tenta seguir essa cartilha, reunindo o ícone da comédia Eddie Murphy e o notório Pete Davidson.

Dirigido por Tim Story, o filme prometia uma nova investida no gênero buddy-movie, um terreno fértil que já rendeu clássicos inesquecíveis. No entanto, o que vemos em tela é uma tentativa desarticulada de resgatar uma glória passada, que se perde em meio a piadas sem graça, uma trama previsível e uma total falta de química entre seus protagonistas.

O filme se vende como uma aventura divertida, mas entrega uma experiência tediosa e previsível que, infelizmente, desperdiça um elenco de potencial.

➡️ Frete grátis e rápido! Confira o festival de ofertas e promoções com até 80% OFF para tudo o que você precisa: TVs, celulares, livros, roupas, calçados e muito mais! Economize já com descontos imperdíveis!

Sinopse

Russell (Eddie Murphy) é um veterano segurança de carro-forte, a poucos dias de se aposentar para viver o sonho de abrir um “cama e café” com sua esposa Natalie (Eva Longoria). O que deveria ser seu último fim de semana de trabalho tranquilo vira um pesadelo quando seu chefe (Andrew Dice Clay) o designa para uma rota mais longa e, para piorar, o coloca ao lado do novato e desajeitado Travis (Pete Davidson).

Travis, um aspirante a policial frustrado, está nas nuvens após passar o fim de semana com a misteriosa Zoe (Keke Palmer), que ele confundiu com uma assaltante em um banco. Durante a rota, Russell e Travis são emboscados por um grupo de criminosos.

O que começa como um roubo de carro-forte rapidamente se transforma em um intricado jogo de gato e rato, onde a dupla descobre que Zoe é a mente brilhante por trás de tudo. Eles se veem forçados a colaborar com a assaltante, enquanto navegam por personalidades conflitantes e situações cada vez mais caóticas.

➡️ Siga o Flixlândia no WhatsApp e fique por dentro das novidades de filmes, séries e streamings

Crítica

A essência de um bom filme de comédia de ação reside na dinâmica entre os protagonistas. Pense em Martin Lawrence e Will Smith em Bad Boys, ou em Mel Gibson e Danny Glover em Máquina Mortífera. A parceria entre Eddie Murphy e Pete Davidson, no entanto, é o ponto de falha mais gritante de A Última Missão.

Murphy, escalado como o homem sério e exausto, parece estar apenas cumprindo seu contrato, com piadas sobre dor nas costas e telefones antigos que parecem mais um lembrete de sua idade do que uma fonte de humor. Davidson, por sua vez, exagera em seu papel de “idiota falastrão”, com piadas infantis sobre sexo e escatologia que raramente causam risos. A falta de sintonia entre os dois é tão visível que o espectador sente que está assistindo a dois atores que se detestam na vida real. Em vez de uma dupla explosiva, temos uma parceria desinteressada e sem brilho.

O talento de Keke Palmer é o único farol de luz na mediocridade do filme. Ela interpreta a criminosa Zoe com um carisma e uma sagacidade que elevam o personagem acima do material pobre. Suas motivações, ligadas a um discurso anticapitalista, adicionam uma camada de credibilidade que a narrativa como um todo não possui.

É lamentável que o roteiro não lhe dê mais oportunidades de brilhar, limitando sua genialidade a poucas cenas. Eva Longoria também se destaca em um papel menor, mas faz o que pode com a escassez de falas. O desperdício de um elenco tão promissor, que inclui nomes como Andrew Dice Clay e Marshawn Lynch, é quase criminoso.

➡️ Acompanhe o Flixlândia no Google Notícias e fique por dentro do mundo dos filmes e séries do streaming

Cena do filme A Última Missão, do Prime Video (2025) - Flixlândia (1)
Foto: Prime Video / Divulgação

Roteiro e trama: uma cópia sem alma

O roteiro de Kevin Burrows e Matt Mider, mais conhecidos por uma série da web sobre lagostas, é uma colcha de retalhos de clichês de outros filmes. A premissa de um veterano prestes a se aposentar e um novato atrapalhado é uma cópia descarada de Máquina Mortífera. A parte do roubo é uma versão simplista e mal executada de Onze Homens e Um Segredo.

O filme se apoia em uma estrutura previsível, sem oferecer qualquer reviravolta que surpreenda o público. As cenas de ação, embora visualmente bem produzidas, são inverossímeis e muitas vezes carecem de lógica. As perseguições em rodovias convenientemente vazias e as acrobacias que desafiam a física são uma constante, mostrando que a coerência não era uma prioridade.

A tentativa de criar um romance entre Zoe e Travis é especialmente desastrosa, com a suposta química entre os dois parecendo forçada e totalmente sem sentido. A inclusão de um romance, que o filme tenta justificar como parte do plano de Zoe, só serve para sublinhar a fragilidade do roteiro.

➡️ ‘Pacto da Viola’ reúne fé, música e o sussurro do diabo no sertão brasileiro
➡️ Suspense de alto nível com pitadas de terror preciso fazem de ‘A Hora do Mal’ um sucesso
➡️ ‘Drácula – Uma História de Amor Eterno’ é bom, mas falta ousadia

O retorno desnecessário de Eddie Murphy

A Última Missão é mais um lamentável exemplo de como Eddie Murphy tem se esforçado para se manter relevante, muitas vezes em projetos que não estão à sua altura. O filme é pior do que A Casa Caiu, o que é um feito notável. Em suas atuações nos anos 80, Murphy sempre demonstrou uma energia e uma presença que elevavam até mesmo o material mais fraco.

Em A Última Missão, ele parece exausto e desinteressado, dando a impressão de estar no filme apenas para receber o cachê. A nostalgia não é o suficiente para carregar o filme.

A ironia é que a cena de perseguição de carro-forte do filme de 1984, Um Tira da Pesada, tem mais emoção do que qualquer coisa aqui. Enquanto outros filmes recentes de Murphy, como Meu Nome é Dolemite e Um Príncipe em Nova York 2, apostaram em uma nostalgia bem-sucedida, este aqui falha em se conectar com a essência de seu legado. O filme é um lembrete do que está ausente: a ousadia, o humor incisivo e a energia inimitável de Eddie Murphy em seu auge.

➡️ Quer saber mais sobre filmes, séries e  streamings? Então acompanhe o trabalho do Flixlândia nas redes sociais pelo InstagramXTikTok e YouTube, e não perca nenhuma informação sobre o melhor do mundo do audiovisual.

Conclusão

A Última Missão é um filme que poderia ter sido divertido, mas falha em todos os aspectos importantes. Com uma trama previsível, uma química inexistente entre os protagonistas e um desperdício flagrante de talento, o filme se torna uma experiência cansativa e esquecível. Não é uma comédia de ação que se destaca, mas sim uma produção genérica que tenta imitar clássicos sem sucesso.

O filme é uma prova de que nem mesmo o carisma de Eddie Murphy e Keke Palmer é suficiente para salvar um roteiro ruim. É um entretenimento superficial que se esquece facilmente, uma jornada sem propósito que dificilmente vale os 90 minutos de sua duração.

Se você procura uma boa comédia de ação, há muitas outras opções melhores por aí. Talvez seja hora de Eddie Murphy e Tim Story considerarem uma nova rota de carreira, porque essa já está bem desgastada.

Onde assistir ao filme A Última Missão?

O filme está disponível para assistir no Prime Video.

Trailer de A Última Missão (2025)

Elenco de A Última Missão, do Prime Video

  • Eddie Murphy
  • Pete Davidson
  • Keke Palmer
  • Eva Longoria
  • Ismael Cruz Córdova
  • Jack Kesy
  • Andrew Dice Clay
  • Marshawn Lynch
  • Roman Reigns

Sobre o autor

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *