Crítica do filme Academia de Vilões, da Netflix (2025) - Flixlãndia

‘Academia de Vilões’: uma produção conceitual, de grande inovação – se você conseguir chegar até o final

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Com um elenco pouco conhecido no Ocidente, “Academia de Vilões” é mais um daqueles filmes de países pequenos, e pouco conhecidos na sétima arte, que nos faz questionar como chegou aos grandes serviços de streaming.

O longa filipino mistura comédia e drama com uma potente crítica social e elementos fantásticos, com uma premissa anos-luz à frente do que estamos acostumados a assistir, embora chegar ao final seja um grande desafio para o público da Netflix.

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Sinopse

Gigi (Barbie Forteza) é uma funcionária de um restaurante de churrasco coreano que precisa aguentar um chefe extremamente abusivo. Em meio a muitos desvios de função e cobranças constantes, e com sua vida amorosa estagnada em um relacionamento que não avança, ela segue lutando ao máximo para conseguir tirar a família de um enorme buraco financeiro.

Sua vida muda drasticamente quando, ao assistir a uma curiosa novela — que ela acreditava ser independente em uma misteriosa televisão —, recebe a chance de entrar no mundo das telenovelas e estudar na excêntrica Academia de Vilões. Este lugar promete transformá-la na maior das megeras que a televisão já viu e devolver o controle da sua vida no mundo real para as suas mãos.

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Crítica

A produção filipina se inspirou nas suas novelas nacionais, as quais lembram muito as populares novelas mexicanas, velhas conhecidas do público brasileiro, e nas famosas histórias de troca de mundos orientais, os chamados isekai, muito populares no universo dos animes e mangás. O filme usa essas referências para tecer uma crítica à indústria da mídia e a como suas produções moldam padrões de relacionamento no mundo real, discutindo as idealizações da vida moderna e as frustrações cotidianas ao longo do caminho.

Barbie Forteza entrega um ótimo trabalho tanto nas cenas do mundo real quanto no mundo fantástico das telenovelas. É nítido ver a evolução de sua personagem e o peso das muitas transformações sofridas ao longo da trama, de modo que a compreendemos e a apoiamos, mesmo quando é manipulada pela caricata vilã Maurícia, vivida por Eugene Domingo.

A atuação de Domingo captura nossa atenção, mesmo nos momentos de maior constrangimento, aqueles que nos dariam vontade de avançar algumas cenas ou até mesmo parar de ver o filme,
para os que possuem um maior grau de vergonha alheia.

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Cena do filme Academia de Vilões, da Netflix (2025) - Flixlãndia
Foto: Divulgação / Netflix

Caricato e colorido

Com uma clara referência ao filme da “Barbie”, o mundo das novelas é extremamente caricato e colorido, talvez o ápice das paródias. Tudo é muito exagerado e confuso, como as novelas mexicanas, mas desta vez no mau sentido. Essa parte é responsável pelo lado cômico do longa e por apresentar parte das críticas às mídias sociais.

Aqui ocorre uma quebra de ritmo brusca e uma total mudança de panorama, causadas por uma forçosa, mas proposital, comédia nonsense e pastelão que afugenta boa parte do público. É difícil resistir ao constrangimento e à vergonha alheia, como eu disse antes; é um verdadeiro desafio chegar ao final sem pular algumas cenas do mundo das novelas.

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Recompensa para os fortes

Por outro lado, é no mesmo mundo das novelas que o filme se redime e recompensa os fortes, ao desenvolver o conceito principal da produção filipina. Trabalhando melhor os personagens desse mundo paralelo, mostrando-nos o lado dos mocinhos e conferindo uma identidade própria aos personagens até então esquecidos, o filme faz tudo valer a pena.

Os diálogos aqui são leves, intensos e provocativos, e as cenas são significativas e fantásticas. É também neste ponto que Gigi se recupera, superando seu passado e recobrando sua autonomia. Novamente em posse de sua liberdade de consciência e senso crítico, ela escapa das manipulações e se reconcilia consigo mesma, promovendo uma verdadeira mudança social em ambos os mundos e revelando o ouro que estava escondido por todo esse tempo, arrematando as críticas propostas pelo filme.

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Conclusão

Se você espera algo inovador e revolucionário, com certeza irá encontrar, porém não do jeito que espera. Com uma premissa curiosa, à qual você deve se apegar até o final do filme para poder enfrentar as barreiras mencionadas acima, e um desfecho que faz tudo valer a pena e que conserta com esmero algumas “falhas” de roteiro e inconsistências, este longa filipino é uma experiência singular. Assista e confronte, pouco a pouco, suas próprias perspectivas, mudando também seu ponto de vista ao longo do filme.

Talvez não seja um filme que você irá assistir muitas e muitas vezes, mas uma única assistida é capaz de lhe fornecer uma experiência única, que dificilmente você poderia ter concebido em sua própria cabeça.

Por todo o seu esforço em um ambicioso e contínuo exercício de coragem para produzir uma experiência singular e disruptiva, com a chocante premissa de um absurdo crível e quase utópico, que produz méritos únicos, merece a sua espiada.

Onde assistir ao filme Academia de Vilões?

O filme está disponível para assistir na Netflix.

Veja o trailer de Academia de Vilões (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Academia de Vilões, da Netflix?

  • Eugene Domingo
  • Barbie Forteza
  • Jameson Blake
  • Michael De Mesa
  • Ysabel Ortega
  • Xyriel Manabat
  • Carmina Villaroel
  • Yasser Marta

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