Aileen Wuornos A História de uma Serial Killer crítica filme Netflix 2025 Flixlândia

[CRÍTICA] ‘Aileen: A História de uma Serial Killer’, a donzela da morte

Foto: Netflix / Divulgação
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Em 9 de outubro de 2002, Aileen Wuornos foi executada na Flórida, após passar dez anos no corredor da morte.
Considerada a primeira serial killer mulher dos Estados Unidos — ainda que haja registros de casos semelhantes no século XIX —, Aileen carregou um título que ninguém gostaria de ostentar.

Nascida em uma família completamente desestruturada, viveu uma infância marcada por abusos, inclusive dentro de casa. Cresceu sem orientação, sem limites e sem qualquer referência de afeto. Na adolescência, já mergulhava em pequenos delitos, prostituição e drogas. Aos 14 anos, teve um filho, entregue para adoção.

Nascida em 1955, Aileen acumulava várias passagens pela polícia antes de cometer seu primeiro homicídio em dezembro de 1989, aos 35 anos. No decorrer de 1990, seguiram-se outros assassinatos até que a polícia, com base em relatos e evidências, identificou que a autora dos crimes era uma mulher.

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Sinopse

O documentário começa com o depoimento de um policial envolvido no caso, que comenta sobre a aparência de Aileen e o medo que sentia só de imaginá-la à sua frente.

Logo depois, somos apresentados à cineasta e artista Jasmine Hirst, que também carrega marcas de abusos na infância. Ao se identificar com a história de Aileen, Jasmine inicia uma troca de cartas com ela, tentando compreender o que levou aquela mulher a matar.

O filme percorre a linha tênue entre o trauma e a insanidade, entre a explicação psicológica e a impossibilidade de justificar a morte de inocentes.

Depoimentos de policiais, advogados, promotores e até da juíza responsável pelo caso ajudam a reconstruir o processo — da prisão ao julgamento — e a discutir se Aileen seria mesmo culpada ou apenas mais uma vítima do sistema.

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Crítica

As entrevistas com Aileen, gravadas em 1997, são o fio condutor da narrativa. O documentário intercala imagens de arquivos, como a arma utilizada, os projéteis idênticos nas cenas dos crimes, os carros abandonados e os corpos encontrados.

Boa parte do material original vem das reportagens da jornalista Michelle Gillen, que buscava inconsistências na investigação e chegou a entrevistar a própria Aileen — que, à época, alegava inocência, dizendo ter matado apenas em legítima defesa após sofrer um estupro.

Há registros da prisão de Aileen em 1991, em um bar que ela frequentava, e de sua posterior confissão. O documentário também mostra a participação da produtora Jackie Giroux, a primeira pessoa a assinar contrato com Aileen para contar sua história.

Aileen A História de uma Serial Killer crítica filme Netflix 2025 Flixlândia
Jasmine e Aileen durante entrevista na prisão (Foto: Netflix / Reprodução)

Detalhes do julgamento

Outro destaque é Tyria Moore, ex-namorada de Aileen, que relata como colaborou com a polícia para que ela admitisse os assassinatos. O julgamento é mostrado em detalhes, com as contradições de Aileen, sua versão de inocência e a crença de estar sendo vítima do “sistema”.

Após ser condenada à morte, passou os anos seguintes implorando pela execução, até finalmente admitir todos os crimes. A sentença foi confirmada pelo então governador da Flórida.

Conclusão

Em muitos momentos, é impossível não sentir empatia por uma mulher que cresceu à margem de tudo — da família, da sociedade e de qualquer senso de moral. Mas também é difícil esquecer as famílias das vítimas, cujos destinos se cruzaram tragicamente com o dela.

Aileen parece ter se encantado com a própria notoriedade, buscando os holofotes para contar sua história, mesmo que isso significasse revisitar a dor. Sua ex-companheira, Tyria, apesar de negar ter feito acordo com a polícia, claramente se libertou de uma relação perigosa.

O documentário conduz o espectador por uma montanha-russa emocional, mesclando material de época com depoimentos recentes e uma edição precisa. No final, Jasmine reflete sobre as semelhanças entre sua trajetória e a de Aileen, numa conclusão melancólica e perturbadora.

Filmes e documentários sobre psicopatas nunca são fáceis de assistir — exigem estômago e reflexão. E, como sempre, fica a pergunta: a pena de morte é um mal necessário ou apenas mais uma face da barbárie que tentamos combater?

Onde assistir ao filme Aileen: A História de uma Serial Killer?

O documentário está disponível para assistir na Netflix.

Trailer de Aileen: A História de uma Serial Killer, da Netflix

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Escrito por
Cleon

Cleon (pseudônimo de Antonio Filho) é da área de TI, mas vive com a cabeça nas estrelas. Trocou linhas de código por linhas de roteiro — e escreve sobre séries e filmes como quem decifra algoritmos de emoção humana.

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