Crítica da temporada 3, final da série Alice in Borderland, da Netflix (2025) - Flixlândia

A queda do mundo perfeito na 3ª temporada de ‘Alice in Borderland’

Temporada 3 conclui a saga da série

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Com a terceira temporada de Alice in Borderland, os fãs foram transportados de volta para o caótico e perigoso universo dos jogos de vida ou morte. Após uma conclusão que parecia definitiva na segunda temporada, a introdução da enigmática carta do Curinga deixou o público em suspense. A questão que pairava era se essa nova etapa conseguiria honrar o legado do mangá original, ou se a falta de material de base faria a série perder seu rumo.

Essa nova fase da produção, dirigida e coescrita por Shinsuke Sato, traz de volta a dupla protagonista, Arisu (Kento Yamazaki) e Usagi (Tao Tsuchiya), que estão vivendo uma vida aparentemente normal após o fim dos jogos. No entanto, o universo de Borderland não está pronto para deixá-los ir.

A temporada se aprofunda na exploração da Borderland como um plano de existência entre a vida e a morte, questionando o que significa realmente seguir em frente após um trauma tão intenso. O retorno do casal a esse mundo distorcido, agora ao lado de novos personagens, os força a enfrentar um novo conjunto de desafios, todos regidos pelo imprevisível Curinga.

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Sinopse

A temporada começa com Arisu e Usagi vivendo a vida de casal no mundo real, aparentemente felizes e ajustados. Contudo, uma vaga lembrança da Borderland ainda os assombra. Esse sentimento de algo “não resolvido” os arrasta de volta ao purgatório, com um novo e misterioso vilão, o Curinga. Lado a lado com novos jogadores, eles são obrigados a participar de jogos ainda mais complexos e brutais.

A temporada explora a dinâmica de relacionamento de Arisu e Usagi após o tempo que passaram no mundo real, mas também apresenta novos personagens e histórias. O objetivo deles é um só: sobreviver e encontrar uma saída definitiva, dessa vez enfrentando o que é, sem dúvidas, a ameaça mais imprevisível de todas.

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Crítica

A temporada 3 de Alice in Borderland começa com uma promessa intrigante. A premissa de explorar o que a Borderland realmente significa para os sobreviventes é forte e cativante. Os primeiros jogos são bem construídos, mantendo a tensão e a sensação de que há uma estratégia real a ser descoberta. Essa fase inicial nos faz acreditar que a série evitará a “maldição de Game of Thrones“, adaptando-se além do material original sem perder a qualidade.

A narrativa parece seguir um ritmo mais contido e menos grandioso que o da segunda temporada, focando em grupos menores e em desenvolvimento de personagens. Isso nos faz sentir mais conectados aos novos participantes, e o roteiro dá um vislumbre das vidas deles antes da Borderland. No entanto, o que começa como uma promessa de retorno à glória da primeira temporada rapidamente se perde em um caos narrativo que é difícil de acompanhar.

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Cena da temporada 3, final da série Alice in Borderland, da Netflix (2025) - Flixlândia
Foto: Netflix / Divulgação

Perda da coerência narrativa

A partir do meio da temporada, a estrutura da história desmorona. As regras dos jogos se tornam excessivamente complexas e, em alguns casos, são alteradas no meio da jogada, o que pode até fazer sentido para a figura do Curinga, mas irrita o espectador. O que antes era um dos pontos fortes da série — a sensação de que o público também poderia desvendar o segredo para a vitória — se perde completamente. Os caminhos para a solução se tornam praticamente invisíveis, e a coerência do enredo é sacrificada em nome do espetáculo.

O final da temporada é particularmente problemático. Em vez de uma conclusão satisfatória, a série opta por escolhas inexplicáveis e clichês excessivos. Personagens mudam suas motivações do nada, e a trama ganha uma magnitude que a história não está preparada para sustentar. O ápice desse problema é a exploração superficial do conceito de “escolhido” para Arisu, que falha em dar profundidade aos personagens e a ele mesmo.

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Declínio do desenvolvimento de personagens

A ausência de material de base afeta diretamente os personagens. Embora alguns novatos tenham potencial e histórias de fundo interessantes, eles são introduzidos de forma artificial e muitas vezes abrupta. A série só se lembra de dar um backstory a um personagem quando ele está prestes a enfrentar um destino de vida ou morte, o que cria um impacto emocional superficial e barato.

O relacionamento entre Arisu e Usagi, embora tenha uma nova dinâmica interessante, sofre com um enredo clichê que parece ser apenas uma tentativa forçada de criar momentos emocionais. A mudança na dinâmica entre eles é um dos poucos pontos fortes da temporada, mostrando a evolução de ambos. No entanto, o que poderia ser uma exploração profunda de trauma e afeto se torna um pano de fundo para uma ação que, no final das contas, falha em ser memorável.

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Conclusão

A terceira temporada de Alice in Borderland é uma experiência cheia de altos e baixos. Embora ofereça momentos de pura adrenalina e entretenimento, a série tropeça na ausência de um material de origem sólido. O que começa como uma aposta arriscada e audaciosa, com jogos inteligentes e uma nova perspectiva sobre a Borderland, rapidamente se transforma em um caos. A temporada perde o foco no que fez a série original tão atraente: uma história coesa, personagens bem construídos e jogos desafiadores, mas compreensíveis.

Alice in Borderland – Temporada 3 não é uma experiência ruim, mas é, de longe, o elo mais fraco da série. O público ainda encontrará momentos de diversão e tensão, mas a falta de uma conclusão satisfatória e o ritmo caótico deixam uma sensação de que a série não soube o que fazer com a liberdade que a ausência do mangá lhe deu. Seria Alice in Borderland melhor se tivesse se encerrado na segunda temporada? Esta nova temporada certamente deixa essa questão no ar.

Onde assistir à temporada 3 de Alice in Borderland?

A série está disponível para assistir na Netflix.

Veja o trailer da temporada 3 de Alice in Borderland (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Alice in Borderland, da Netflix

  • Kento Yamazaki
  • Tao Tsuchiya
  • Nijiro Murakami
  • Yuki Morinaga
  • Keita Machida
  • Ayaka Miyoshi
  • Dori Sakurada
  • Aya Asahina
  • Shuntaro Yanagi
  • Yutaro Watanabe
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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