Crítica do episódio 8, final da série Alien - Earth, do Disney+ (2025) - Flixlândia

Um grito de guerra: a escolha corajosa de ‘Alien: Earth’

Série do Disney+ chegou ao final da 1ª temporada

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A primeira temporada de “Alien: Earth”, série da FX criada por Noah Hawley e disponível no Disney+, chegou ao seu final com o episódio 8. A produção, que se arriscou ao expandir o universo da aclamada franquia Alien, navegou por temas como a fragilidade da humanidade, a ambição corporativa e a busca por identidade em um mundo distópico.

O desfecho da temporada, entretanto, opta por um caminho que divide o público: em vez de um encerramento grandioso e explosivo, somos apresentados a uma virada de mesa calculada, um final que fecha alguns arcos para abrir outros ainda maiores, deixando uma mistura de satisfação e frustração no ar.

O episódio 8 de “Alien: Earth” se posiciona como um ponto de inflexão, um preparo para a guerra que se aproxima. A série construiu meticulosamente a ideia de que os verdadeiros monstros não são as criaturas extraterrestres, mas sim as corporações e seus representantes, que manipulam vidas em busca de poder e imortalidade.

O clímax não é um confronto contra o xenomorfo, mas a inversão de papéis entre criador e criatura. E é nesse jogo de espelhos que “Alien: Earth” encerra sua estreia, com um final que é, ao mesmo tempo, previsível e seguro, mas que também se mostra uma declaração de intenções ousada para o futuro da franquia.

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Sinopse

O episódio final começa com o caos em plena Ilha Prodigy. Enquanto o xenomorfo ataca os seguranças de Boy Kavalier, outras ameaças alienígenas permanecem contidas. Paralelamente, Wendy e os Garotos Perdidos, trancados em celas, planejam sua ascensão. Wendy, ao perceber que não podem ser mais crianças nem adultos livres, encontra uma brecha para manipular os sistemas de segurança da ilha e libertar seus aliados.

O confronto se intensifica: Morrow enfrenta Kirsh em um embate físico, Boy Kavalier exibe sua arrogância enquanto seu império desmorona, e a alienígena ocular (o “Olho”) busca um novo hospedeiro. Wendy assume o protagonismo ao usar seus poderes para controlar os xenomorfos, que massacram os soldados de Kavalier, permitindo que os Garotos Perdidos assumam o controle da ilha.

O vilão, que se via como um Peter Pan, é confrontado por Wendy e tem sua autoridade desmantelada. O “Olho”, por sua vez, ignora os corpos mais frescos e se aloja no cadáver de Arthur, criando uma nova ameaça. A temporada se encerra com os Garotos Perdidos prendendo os adultos e Wendy declarando que agora eles governam, enquanto as naves de guerra da Yutani chegam para um confronto iminente.

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Crítica

O final de “Alien: Earth” não esconde o jogo. Desde o título, “The Real Monsters” (Os Verdadeiros Monstros), a série nos diz explicitamente o que esperar: o monstro não é a criatura, mas o homem. A crítica pode parecer óbvia, mas a forma como é executada revela a principal virtude do roteiro de Noah Hawley e Migizi Pensoneau: a coerência. A narrativa segue uma trajetória lógica e natural, com as sementes da rebelião plantadas desde os primeiros episódios. Wendy, que inicialmente era uma figura de dúvida e relutância, se transforma na líder de uma revolução.

A ausência de “surpresas imprevisíveis” é, na verdade, um ponto forte. Em vez de recorrer a reviravoltas artificiais, a série aposta em um desfecho que faz sentido dentro do universo que ela mesma construiu. A “revolução das máquinas”, com os híbridos tomando o poder, é a conclusão lógica para a jornada de autodescoberta e empoderamento de Wendy e dos Garotos Perdidos. Ao prender os adultos, eles invertem a hierarquia de poder, transformando-se de experimentos de laboratório em uma nova ordem. O clímax não está na ação, mas na consolidação dessa mudança.

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Cena do episódio 8, final da série Alien - Earth, do Disney+ (2025) - Flixlândia (1)
Foto: Disney+ / Divulgação

A força do protagonismo e a fragilidade do vilão

O episódio final consolida Wendy como a verdadeira protagonista da série, uma espécie de “Mary Sue” superpoderosa que consegue manipular a tecnologia e até mesmo os xenomorfos, resolvendo problemas de forma quase mágica. A crítica a essa facilidade de poder é válida, já que ela diminui a tensão e o senso de perigo.

No entanto, sua transformação de criança traumatizada em uma líder tirânica é o ponto central da reflexão da temporada: quem se aproxima do poder pode se tornar um novo tipo de monstro. Essa evolução a diferencia de outros heróis da franquia e a torna a peça mais intrigante para a próxima temporada.

Em contrapartida, a figura de Boy Kavalier permanece o elo mais fraco da trama. A série insiste em apresentá-lo como um gênio excêntrico, mas suas ações e a fragilidade de seu império o tornam uma caricatura. A revelação de que ele criou seu primeiro sintético aos seis anos para matar o próprio pai não é suficiente para solidificar sua imagem como um vilão à altura.

Comparado à imponente Weyland-Yutani, Kavalier é apenas um herdeiro mimado, cuja arrogância e falta de visão o levam à queda. A ausência de um antagonista forte e convincente tira parte da força dramática do confronto final.

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O xenomorfo: de monstro a mascote

Uma das escolhas mais controversas do final é a forma como o xenomorfo é tratado. De criatura aterrorizante e imprevisível, o alienígena se torna, nas mãos de Wendy, um cão de ataque domesticado. A série se aprofunda na ideia de que ele não é o verdadeiro inimigo, e sim uma ferramenta que pode ser usada. Essa abordagem rompe com a mitologia da franquia e, para muitos, “domesticou” o monstro, esvaziando a tensão que o define.

A ausência de cenas de terror clássicas e a decisão de mostrar o xenomorfo se assustando com soldados ou poupando personagens principais prejudicam o aspecto de horror, que é a espinha dorsal de Alien. A série explora o lado filosófico e corporativo do universo, mas negligencia o terror biológico que a popularizou.

No entanto, há uma ironia fascinante nessa escolha: a série subverte a própria premissa. Wendy, ao se aproximar dos alienígenas, se torna o predador, e o xenomorfo se torna o meio. A série sugere que a nova ameaça não é a criatura que conhecemos, mas o que a humanidade é capaz de se tornar.

O clímax do episódio não é uma luta contra o xenomorfo, mas sim o estabelecimento de uma nova ordem, com os humanos — ou pós-humanos — assumindo a posição de predadores.

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Conclusão

“Alien: Earth” se encerra com um final que é mais uma transição do que uma conclusão. A série entrega o que prometeu, mas de forma segura e com a sensação de que o ápice ainda está por vir. O final é um “ponto e vírgula”, que prepara o terreno para a guerra iminente contra a Weyland-Yutani. As escolhas narrativas, embora coerentes, pecam pela falta de impacto, deixando o público com uma sensação de incompletude.

Apesar das críticas, a série merece reconhecimento por sua ousadia em reconfigurar elementos clássicos da franquia, explorando novas espécies, alterando a cronologia e aprofundando o tema da guerra corporativa. A curadoria musical, que acompanha a jornada da série do rock clássico ao grunge, serve como uma trilha sonora para a rebelião, reforçando a mensagem de que a nova geração está aqui para gritar.

“Alien: Earth” não é um terror convencional, mas um thriller filosófico que usa a ficção científica para questionar a própria natureza da humanidade. O final, apesar de “domado”, é um convite para a próxima batalha, e agora resta saber se Wendy e sua nova ordem serão capazes de lidar com os “monstros” que se aproximam.

Onde assistir à série Alien: Earth?

A série está disponível para assistir no Disney+.

Veja o trailer de Alien: Earth (2025)

YouTube player

Quem está no elenco de Alien: Earth, do Disney+

  • Sydney Chandler
  • Timothy Olyphant
  • Alex Lawther
  • Samuel Blenkin
  • Babou Ceesay
  • Adrian Edmondson
  • David Rysdahl
Escrito por
Wilson Spiler

Formado em Design Gráfico, Pós-graduado em Jornalismo e especializado em Jornalismo Cultural, com passagens por grandes redações como TV Globo, Globonews, SRZD e Ultraverso.

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